A pior forma de empatar

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Existem algumas formas de empatar com um time uruguaio na Libertadores, e o Palmeiras, nesta terça, empatou da forma menos nobre. Os catorze homens que pisaram no gramado não trarão na bagagem um só relato para os netos que envolva mística, catimba e loucura, estas coisas de Libertadores, de Uruguai, de futebol fora da prancheta.

Qual o quê. O River Plate é, com esforço, medíocre do ponto de vista técnico, e suas opções táticas são banais como 99,99% dos times do planeta. Já vi disputas de judô em Jogos Abertos do Vale do Paraíba com público mais participativo. O time local não era local, estava longe de casa, perto do litoral uruguaio e quem viu um papel picado, mentiu. De modo que o Palmeiras não tinha um adversário sofisticado pela frente, muito menos deu de cara com uma atmosfera intimidadora, mas já no intervalo teve jogador reclamando que o gramado estava alto demais. Como gosta de reclamar da vida o profissional de futebol.

Marcelo Oliveira optou pela formação mais sincera que podia. Se Robinho tem sido um armador de mentira, não é melhor escalar três volantes de verdade? Fez bem feito e fez justiça a Thiago Santos, de pouca grife e bastante disposição. Se é para apostar duvidando de Gabriel Jesus, não é melhor sacá-lo de uma vez? Erik em campo, junto de Dudu para dar velocidade a um setor obstruído pela espaçosa pasmaceira de Lucas Barrios, a quem a pelota sorriu mas ele, literalmente, pisou na bola, no que podia ter sido, e não foi, a melhor chance do primeiro tempo. “Foi a grama, que está alta”.

Dudu achou a bola de ouro dez minutos ates do descanso e Jean abriu o placar. Era de se imaginar, diante da pobreza de recursos do “dono da casa”, que enfim veríamos um Palmeiras com autoridade, tesão pela coisa, cacoete e virtude. Não vimos.

Com outra camisa…

O River Plate, em um estádio como o do Defensor Sporting, ou com a camisa do Danúbio, poderia ser considerado osso duro de roer. Nas circunstâncias da noite em questão, não. O Palmeiras roeu carne macia. Prass cometeu pênalti antes dos cinco, e logo após o bonito gol de Gabriel Jesus, um escanteio resultou em novo gol de empate. “Bola parada”, vai dizer o reclamão. Bobagem. Os dois lances que geraram tentos ao quadro cisplatino tem outra coisa em comum: bola trabalhada chegando na linha de fundo palmeirense.

São generosos os espaços defensivos que o Palmeiras oferece. Qualquer coisa parecida com marcação pressão, à frente da zona de perigo, não tem funcionado. Zé Roberto é o mais elementar ponto vulnerável de um time grande do Brasil, e mantê-lo como lateral deste time é parecido com a auto-sabotagem. Lucas nunca esteve em pior fase vestindo verde. A proteção de contragolpes, ou mesmo de avanços de laterais, não vinga. É simples começar jogadas contra o Palmeiras. É simples chegar à linha de fundo. O São Bento fez três gols, um anulado, em dez minutos de Palmeiras. Não é só uma questão de Leandro Almeida.

E entrou o Robinho, e o Alecsandro estava com a macaca, e o Jesus desencantou, e o que pode ser considerado boa notícia? O ponto ganho? Para Marcelo Oliveira, sim, ao menos no discurso. A mim fica a impressão de que bastaria um estádio próprio com papel picado, torcida participando e um pouquinho mais, bem pouco mesmo, de qualidade do adversário, e nem este ponto o Palmeiras traria de Maldonado. “Mas Libertadores é Libertadores”, vai dizer alguém da turma do gramado alto, mesmo com estádio vazio, camisa leve e pulmôes no nível do mar.

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