Carta Aberta a Michel Bastos

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Por Gustavo Coelho

Fala Michel, tudo bem? Como vai meu camisa 7? Os últimos tempos têm sido difíceis, não? Mas ninguém falou que teria de ser fácil. Acredito que o ano de 2016 começou como você não imaginava. Com as saídas dos ídolos Rogério Ceni e Luís Fabiano (sem comparação de idolatrias) você começou a temporada convicto de que seria o nosso líder. O jogador que comandava o time, ao lado do Ganso, um dos mais antigos do elenco. Não é um pensamento errado. Até te entendo. Mas precisava saber dosar.

Quando o Hudson foi elogiado pela divulgação oficial do São Paulo ao ser o capitão no 4 a 0 diante do Água Santa, talvez você não tenha ficado muito feliz, né? “Um capitão de respeito”, ou algo parecido, não desmerecia o capitão oficial, somente procurou enaltecer e manter a boa autoestima do teu substituto. E, cá entre nós, em 2016 o Hudson é o melhor jogador do São Paulo. Confiança em alta, físico sobrando. Muita raça e empenho, dedicação e foco durante os 90 minutos.

E nesse mesmo jogo contra o Água Santa criou-se um problema. O Calleri fez mais dois gols e caiu na graça da torcida. E porque isso seria um problema? Porque na quarta-feira seguinte – de cinzas – o São Paulo receberia em casa o peruano Cesar Vallejo, na decisão da primeira fase da Copa Libertadores. Jogo difícil (oi?) em casa contra Los Poetas. Pênalti para o Tricolor. Hora de encaminhar a classificação. Quem vai bater a penalidade? No estádio, ali da arquibancada amarela, esperava que o homem gol batesse. Mas você foi lá e chamou a responsa. Nunca tinha te visto bater pênalti no SPFC. Ou, não lembrava de ter ocorrido antes e pensei “Michel vai bater? Por que?”.

Do momento em que você errou a batida, até o Rogério – ídolo natural da torcida pelo carisma e por ter nos conquistado com humildade – fazer o 1 a 0 definitivo, fiquei me perguntando “Por que, Michel? Por que?”. Bom, aquele momento passou e esquecemos daquilo, assim como esquecemos que na vitória sobre o Sport de Recife no Morumbi você mandou os torcedores presentes calarem a boca. E o jogo foi 3 a 0. Eu não estava lá, mas se estivesse teria guardado aquilo no cantinho da memória (que me faz lembrar que você não jogava bem desde antes da eliminação diante do Cruzeiro).

Aí, recebemos o The Strongest, da Bolívia, no Pacaembu, estádio que não é nossa casa e tenho poucas lembranças boas – eu estava lá no 5 a 0 contra o Corinthians, dia que o Carlinhos Paraíba foi expulso tolamente, depois na final da Recopa, o jogo do “Legado Zero”, e agora na derrota para o Palmeiras este ano, quando não tínhamos pernas e nem condições de jogar após o ótimo empate em 1 a 1 contra o River, na Argentina, três dias antes.

O resultado contra os bolivianos foi a gota d’água para boa parte da torcida tricolor. Estranho, porque não era você com a camisa 9 perdendo aquele gol incrível, na metade do 2º Tempo; apesar de ter perdido um daqueles vários que você errou na ponta esquerda, cara a cara com o gol, este ano. A notícia da greve de silêncio me incomodou demais. E não só a mim, mas a Dío5 também, se me recordo bem. Como resolvem usar a primeira partida da fase de grupos da Copa Libertadores pra protestar e conseguem perder para um rival que quase nunca ganhou fora de seu país? Naquele dia te deram um apelido curioso e te colocaram como o grande vilão.

No jogo contra o Rio Claro, na reestreia do Lugano, um ídolo inquestionável do Tricolor (e na minha humilde opinião maior do que Luís Fabiano ou Kaká, por exemplo) teve protesto contra você, dentro e fora do estádio. Aquele dia deve ter sido duro, mas você manteve a calma – eu acho. O tempo passou e contra o Toluca você fez dois gols importantíssimos. Um na ida, quando precisávamos furar o bloqueio do rival, e outro na volta, quando um único tento era o diferencial para a classificação. Poderíamos perder de 5 a 1 depois de você estufar a rede adversária, que estaríamos nas quartas-de-final, após 6 anos.

Agora, qual o porquê de eu escrever esse texto? Porque precisamos muito de você na quarta-feira diante do Atlético-MG, no Morumbi. É o jogo de ida, após descansarmos no fim de semana e o rival ter perdido o Campeonato Mineiro com um gol salvador a poucos minutos do fim. Se soubermos usar isso a nosso favor, podemos triunfar no Morumbi, como poderíamos ter feito em maio de 2013, nas oitavas-de-final da Copa Libertadores, não fosse Ademilson e Lúcio cavarem a nossa cova na competição e a deles no SPFC.

O São Paulo tem um alto índice de eliminações na Copa Libertadores nos últimos 10 anos, sempre contra brasileiros, período este que comecei a frequentar o estádio e criar minha identidade futebolística. Diversas vezes, na Copa Libertadores e também na Copa do Brasil, ganhamos pelo placar mínimo em casa e fomos eliminados depois. Grêmio, Fluminense, Avaí, Coritiba, Cruzeiro entre outros. Triunfar é importante, mas precisamos de gols quarta-feira no Morumbi com os 60 mil doentes e ilusionados torcedores.

Te peço e até suplico, recupere-se fisicamente Michel, por favor, porque tecnicamente você está voltando a ser aquele cara que olhávamos em 2014 em jogos importantes e falávamos “Caramba, o Michel joga muito”. Lembro de assistir a Sul-Americana, em 2014, e ter a impressão de que você, sozinho, fazia os adversários “se borrarem”. Não passamos do Atlético Nacional, do Juan Carlos Osório, naquele ano, mas a história está nos dando novas chances. Uma de devolver a eliminação da Copa Libertadores de 2013 e outra de nos vingar da Sul-Americana de 2014, quem sabe – se os Deuses do futebol quiserem – se passarmos desse difícil Galo.

A volta da faixa de capitão é pouco provável, porque o Hudson tem jogado um futebol de craque à frente da defesa. Mas a confiança do torcedor em ti e o seu bom futebol dependem desta quarta-feira. Enquanto isso, Oremos!

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