Do canto da Chaiñita ao rugido do Tigre

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Com a classificação do São Paulo FC para a fase de grupos, o clube garantiu mais dois confrontos com o The Strongest, tornando os bolivianos a equipe estrangeira que mais vezes enfrentou o Tricolor do Morumbi neste século. O primeiro duelo aconteceu pelas quartas-de-final da Copa Sul-Americana, na qual os brasileiros saíram vencedores após duas goleadas no Hernando Siles (1 a 4) e Morumbi (3 a 1).

Dois anos depois, o Clube da Fé iniciou a caminhada para o tricampeonato da Copa Libertadores visitando La Paz, ao empatar com os donos da casa por 3 a 3. Na última rodada da fase de grupos, com a sorte de ambos definida, o São Paulo não teve dificuldades para vencer o The Strongest por 3 a 0. Coincidentemente, o River Plate – outro adversário do Grupo 1 na edição atual – foi o semifinalista ao lado do São Paulo nas duas competições.

Já na Libertadores de 2013, jaldenegros e tricolores voltaram a se enfrentar pelo Grupo 3 com vitória dos mandantes por 2 a 1 no turno e returno. Na fase anterior, o São Paulo havia eliminado o arquirrival Bolívar, oportunidade na qual perdeu a invencibilidade na Bolívia (4 a 3), após ter ter vencido La Academia por 5 a 0 no Morumbi.

Conheça mais sobre a história do Club The Strongest (texto atualizado do Blog do Birner)

Fundação

A Sociedad Deportiva Strong foi fundada, em abril de 1908, pela união de doze estudantes do Colegio San Calixto e do Instituto Americano, que se reuniam na Plaza Murillo, em La Paz, hoje sede dos poderes executivo e legislativo do Estado Plurinacional da Bolívia.

Pouco tempo depois houve a adaptação para The Strongest Football Club até chegar à nomenclatura atual, sem fazer referência ao ludopédio.

Pioneirismo

[The Strongest - Acervo]
[The Strongest – Acervo]
Os gualdinegros foram os primeiros campeões da Asociación de Fútbol de La Paz, em 1914, além de ganharem o torneio inaugural da Liga del Fútbol Profesional Boliviano, em 1977.

Também tiveram a honra de inaugurar o Stadium La Paz, em 1930, diante do Universitario, além de ser a primeira equipe do país a excursionar, visitando a Alianza Lima no ano seguinte, e a ganhar uma partida válida por uma competição continental, ao bater o mandante Deportivo Quito pela Libertadores de 1965.

Fortes nos campos… de batalha

Cañada
[The Strongest – Acervo]
As analogias bélicas são parte do imaginário futebolístico, afinal o esporte bretão faz às vezes de guerra simbólica.

No entanto, durante a Guerra do Chaco (1932-35), jogadores e torcedores stronguistas participaram ativamente da Batalha de Cañada Cochabamba (1934).

“Nuestros jugadores, junto a miles de jóvenes de entonces, fueron a defender a la Patria y se logro uno de los pocos triunfos em dicha guerra. Por eso, posteriormente, el presidente Toro nos compensó con los terrenos de las Frías” recorda o dirigente Humberto Rojas.

“Huarikasaya Kalakataya! Hurra, Hurra!”

A partir das cores escolhidas por seus fundadores, que representam o contraste entre o dia e a noite, a equipe logo foi associada ao chaiñita, pássaro cantor, e depois à vicunha, cervídeo típico do altiplano, que acabou inspirando seu primeiro grito de guerra, de origem aimará, cujo significado pode ser traduzido por “treme a vicunha, rompe a pedra”.

Na década de 40, ganha força a mascote que simboliza o time até o presente, o Tigre, ao mesmo passo que o Strongest se consagra como o maior campeão do amadorismo com treze taças.

Clássico(s) Paceño(s)

Em sua trajetória centenária, The Strongest acumulou diversos rivais pelos gramados da capital.

O primeiro adversário de peso foi o Colegio Militar, mais conhecido pela abreviação ColMil, que logo teve as atenções roubadas pelo Universitario, ligado à Universidad Mayor San Andrés.

Com o crescimento do futebol paceño e o fortalecimento da AFLP, diversos clubes tentaram quebrar a hegemonia do clube mais vencedor, casos de Alaways Ready, Chaco Petrolero, Litoral e Municipal.

Mas nenhum deles conseguiu despertar a rivalidade dos stronguistas como fez o Club Bolívar.

La Academia é a única agremiação a superar os tigres no confronto direto, com quase o dobro de vitórias registradas (115 a 67).

Viloco, uma geração perdida

Apesar de perder espaço para arquirrival nos primeiros anos do profissionalismo, de 1950 em diante, o Tigre conseguiu mordiscar dois campeonatos paceños (1963-64) e nacionais (1952 e 64).

Em meio à temporada de 1969, o plantel tigrado foi convidado a disputar o quadrangular de Santa Cruz, em meios às celebrações pelo aniversário do departamento oriental.

[The Strongest - Acervo]
[The Strongest – Acervo]
As três derrotas que os jogadores levaram na bagagem passaram de mau presságio a uma tragédia consumada, quando a aeronave DC6, CP-698, Santa Cruz-La Paz da companhia Lloyd Aéreo Boliviano (LAB) caiu em Viloco, localizada na Cordilheira de Tres Cruces, ceifando a vida de 67 passageiros e 7 tripulantes.

Tomando como exemplo de desastres semelhantes (Torino 1949, Manchester United 1958), os atletas sobreviventes deram a volta por cima e dedicaram o título conquistado na temporada seguinte aos companheiros caídos.

La Gloriosa Ultra Sur

Seguindo uma tradição iniciada nos anos 50, os hinchas gualdinegros sempre ocupam as cadeiras da Curva Sur, quando o Strongest manda suas partidas no Stadium Hernando Siles (antigo La Paz) ou disputam o Superclássico diante do Bolívar, no mesmo cenário.

Aproveitando-se da localização geográfica, eis que aparece o primeiro grupo organizado de torcedores, batizado de Los Divinos de la Sur, que comandaram pacificamente as arquibancadas até o final da década de 70, sendo substituídos posteriormente por Los de Siempre.

Inspirada pelas barras bravas argentinas surge, no ano de 1989, a P.U.T.A. cuja sigla tinha dois significados: Presente y Unida la Torcida Tigrada e Parados, Unidos Todos Alentaremos.

[Gabriel Uchida - Fototorcida]
[Gabriel Uchida – Fototorcida]
Cinco anos após seu surgimento, a barra oficial muda seu nome para La Gloriosa Ultra Sur, contando com diversos subgrupos tais quais Comando 12, Los de Adentro, Villa 34 (o mais popular), La Banda de la Tapa e Resistencia Aurinegra, espalhados por La Paz e demais províncias bolivianas.

Achumani, la casa del Tigre

[The Strongest - Divulgação]
[The Strongest – Divulgação]
Foram quase oito décadas sonhando com a cancha própria.

Graças ao empreendedorismo e visão do presidente Rafael Mendoza é inaugurado, em 1986, o Complejo de Achumani, na residencial e bucólica Zona Sul, cerca de 200m mais baixa que o bairro de Miraflores, aonde se localiza o Hernando Siles.

Recentemente o presidente Evo Morales anunciou que o governo doará o sistema de iluminação, para que o The Strongest possa disputar jogos noturnos em sua casa.

La copa se mira, no se toca

The Strongest é praticamente um coadjuvante na Copa Libertadores, entrando na disputa pela 22ª vez, neste ano. Em apenas três ocasiões conseguiu superar a fase de grupos (1990, 94 e 2014), sendo eliminado em seguida nas oitavas-de-final.

Contudo, o antigo apelido de Derribador de Campeones não foi dado à toa – após bater os campeões Cerro Porteño, do Paraguai, Independiente, da Argentina, e Universitario, do Peru, em amistosos entre as temporadas 1941/42 – pois os aurinegros ganharam com autoridade de Palmeiras (2000) e Santos (2012), quando os clubes paulistas defendiam o título máximo do futebol sul-americano, podendo repetir a dose com o River Plate neste ano.

El Patrón del Bien

[Pablo Escobar - Twitter]
[Pablo Escobar – Twitter]
Em sua terceira passagem pelo clube, o atacante paraguaio Pablo Escobar – nosso convidado no 42ª do Conexão Sudaca – é o grande ídolo recente da história do The Strongest, conquistando quatro títulos locais, mais de 300 partidas, além de marcas expressivas na Libertadores – sendo o jogador stronguista a mais vezes balançar as redes com 13 gols – e no clássico, dividindo a artilharia com o uruguaio Willian Ferreira, do Bolívar, ambos com 19 gritos.

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