Os últimos sem moicanos

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Por Fernando Toro

Bem vindos ao meu mundo do desencanto, dó ódio, mas também da esperança, do amor. O futebol e o mundo seguem sua marcha rumo ao breu, ao vazio, à ignorância e à falta de respeito. Todo este caos pode ser resumido pela vontade de competir ferozmente, como leões e hienas fazem pelas sobras nas selvas e pela falta de vontade de conviver e compartilhar. Só a luta, a resistência e o altruísmo podem nos salvar deste pesadelo. Saímos às ruas, novamente. Gritamos por justiça – buscamo-la a todo instante – em cada esquina de nosso dia a dia. Sentimos o poder covarde protegendo o erro premeditado, bem planejado e executado por mídias, multinacionais, governos, instituições que atuam como governos. A população se divide entre seguir o teleguiado (que coincide com a falta de ação e de autonomia pessoal) e embarcar na luta, que nunca deve ser penosa (como “pintam” as mídias) e sim prazerosa, como ela, de fato, é. Nesta batalha por almas e cérebros domados, surge esta massa manipulável, que segue aceitando migalhas, prostituindo sua própria alegria de estar vivo e ativo na Terra.

Resistir requer paciência, pois com ela a consciência tem tempo de pensar, com clareza, confiança e sabedoria. Por todos – nenhum a menos! E este ritmo, quando bem autocontrolado, contrasta com a realidade teleguiada, que impõe um ritmo alucinante, que nos rouba a possibilidade de pensar e agir. Vive-se 24 horas do dia conectados na internet: ao acordar, na cabeceira da cama, no café da manha, no caminho para o trabalho, no próprio, antes do almoço, durante o mesmo, nas calçadas, tropeçando entre corpos rejeitados pelo poder covarde, trombando uns com os outros, feito zumbis. Vive-se o dia todo conectado às antenas do poder, deixando-se controlar, ignorando os cadáveres que são pisoteados nestas ruas infectadas pelo fracasso da humanidade. Não deixam tempo para pensar e agir. O controle está por toda parte, ate mesmo lei para evitar “cantadas agressivas” eles perdem tempo de criar. O que seria uma “cantada agressiva” senão um insulto, uma agressão? Já temos nomes e castigo para tais ações, mas vivemos a era na nova ordem mundial, que necessita de novos nomes para os velhos erros: time classificado virou “G4”, chutão na bola virou coisa de “craque” e falta de educação virou “cantada agressiva”. Assim trabalha o capital: para o capital, baseado no controle das massas, sempre.

Pois lhes digo: tenham paciência, mas tenham vigilância, ao mesmo tempo. Realmente, há que se endurecer na vida, mas sem perder a ternura. Eis o equilíbrio que todos buscamos, mas que o poder tenta esconder com esta neblina de bombas de gás, propagandas sedutoras e uma realidade cada vez mais perturbadora e sombria que, por sua vez, força as pessoas a buscarem diversões fúteis, rápidas. O mundinho “fast-food”, “fast-footbal”. A saída será sempre resistir, unir, amar. É a saída mais dura, tão quanto é a que mais representa uma verdadeira alternativa que cura, ensina e motiva. Sinto falta dos últimos sem moicanos – no futebol, no mundo, tanto faz. Da geração que ainda podia sonhar sem sono, que andava de cabeça erguida, mesmo apanhando do poder, como sempre fora. A rede mundial, que colocou a massa dentro do controle, levou junto o futebol, a liberdade. Implantou este imediatismo de ”rashtags”, consumo inútil, cada vez mais caro, supermarcas nas baladas, superbaladas em uma vida que encara a festa com prazer e a luta com pesar.

Como me disse Don Giovanni Porpetta certa vez: não há festa sem luta, e vice-versa. O equilíbrio vem exatamente no momento em que não foges da luta, sem deixar de sonhar com a festa, assim como te festeja loucamente, sem perder o fio da meada da consciência, que nos carrega a luta pelo certo, pela paixão. Sem os dois lados da vida equilibrados, seguimos nesta estrada pegajosa, confusa e tenebrosa. Eu acredito, guardo uma fé inabalável na minha intuição que nós devemos vencer a vida, e não o oposto. Conto com o apoio da Central3 e sua gente e, através deste canal, com todos meus irmãos e irmãs. Deveríamos ser mais parecidos com as formigas, operários, iguais. Quando Marilene Felinto disse que “nem sequer um inseto consegui me tornar” (mesmo que não tivesse esta especifica intenção) ela cravou a vontade de odiar o que Neymar e seu mundinho representam, e abriu espaço para o amor ao próximo – com este Neymarzinho incluso, claro. “Nenhum a menos!“. Vivermos inspirados por elas na hora do trabalho, da luta e aceitarmos a consciência pensante, que neste planeta cabe apenas a nossa espécie, para festejarmos e sonharmos. Considera-me um maluco? Tenha paciência, o tempo lhe dirá outra coisa, cedo ou tarde. Mas tenham paciência, por favor, e vigilância. Luta e festa, mentalidade e atitude… “yin-yang”. Logo sairemos do círculo vicioso, tenho certeza.

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Fernando Toro escreve no blog toda semana, e é o corpo e a alma do programa Futebol Urgente, dentro da Central 3.

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