Só queremos que eles sintam o mesmo

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É claro que todos nós gostaríamos de estar do lado de lá do alambrado. Apesar de todo comprometimento e responsabilidade que cumprimos religiosamente no papel de torcedor, dentro de campo tudo seria mais possível. Correríamos, suaríamos e nos entregaríamos como ninguém mais seria capaz de fazer. Aposto! E se nos deixassem escolher onde jogar então, aí é que a felicidade seria completa. A preferência sempre pelas cores que trajamos semanalmente no já santificado futebolzinho com os amigos. Até porque ali, mesmo sem valer nada, para nós já vale muito.

Porém, pelota al piso. Nós não alcançamos o profissionalismo. Eles sim. Nós temos direito à irresponsável passionalidade. Eles não.

É o que dizem os mais prudentes.

E talvez tenham razão nessa frieza descarada. Na teoria…

Porque terminada a APOCALÍPTICA fecha 24 do Campeonato Argentino, os gols foram um artigo de luxo. Salvo a saraivada que o Independiente aplicou no Racing no clássico de Avellaneda, o equilíbrio tirou o fim de semana para passear de cancha em cancha nos principais confrontos que, se não acabaram em bucólicos empates, tiveram vencedores tímidos e que precisaram cruzar o deserto levando um camelo nas costas para conseguir uma vitória suada e com diferença mínima.

Feito o registro, agora segue outro. Parece que o que mais chamou atenção da imprensa local foi o fato das rivalidades terem sido disputadas a níveis acirradíssimos. Muitos meios de comunicação condenaram algumas atitudes dos futebolistas. Os colegas jornalistas alegaram que os jogadores deveriam dar o exemplo em um futebol cada vez mais açoitado pela violência, principalmente, fora de campo.

Discordo e dou os meus motivos.

Se há algo que não se pode extirpar do sujeito é o sentimento de pertencimento. Muitos classificaram as atitudes como tribuneras, apenas com objetivo de “jogar para a torcida”. Mas quem é quem para julgar o que realmente acontece no coração do outro?? E vou além. A entrega total: não é isso que realmente pedimos de cada um daqueles seres humanos que vestem as cores que nós só ousamos em um joguinho sem importância (?) perdido no meio de semana?

São eles que realizam na prática o que nós apenas imaginamos. Quantas vezes eu não pensei em reunir os meus no túnel de acesso do vestiário visitante, em uma corrente de abraços apertados, enquanto sentimos o cheiro do gramado molhado de um estádio que não somos habituais, e dizer aos jogadores tudo que eles deveriam escutar antes de ver a cara do contrário. E eu também retrucaria, nem que fosse com um simples – e provocativo – gesto, aquele torcedor rival que, colado no alambrado, insulta minha família, meus companheiros e o meu clube.

De tudo que aconteceu no último fim de semana de clássicos, condenaria apenas a maneira como o jovem Espinoza, do Huracán, encontrou para “guardar” a flâmula do San Lorenzo antes do jogo começar no Palacio Ducó. O desrespeito com o símbolo de um clube é completamente injustificável. Até mesmo do maior rival. Não se pode chutar aquele pedaço de pano sagrado, que guarda tantas lágrimas de alegria e de tristeza, escadaria abaixo.

O resto é balela.

E ainda bem que nós temos jogadores que parecem se importar. Gente que está lá e que reage como nós reagiríamos. Que são terrenos e se permitem reações humanas em um futebol, mais do que violento, puramente mercadológico.

Nós só queremos que eles sintam exatamente o que nós sentimos, apesar da enorme distância de um alambrado que nos separa.

https://www.youtube.com/watch?v=dtKOGl1-Akk

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