Nossa China não é a China

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Sempre que as primeiras rodadas da Copa do Brasil acontecem, vemos de longe o petardo imagético de um clube grande com torcida imensa pelo Brasil visitando uma cidade distante de sua sede, e sendo recebido com açúcar, com afeto e carinho predileto. É assim com o Corinthians em Belém, o Palmeiras em Vitória da Conquista, o Flamengo em Porto Velho, o Vasco em Rio Branco, o São Paulo em Maceió.

A tendência do futebol brasileiro é manter os 30 dias de pré-temporada, tal qual aconteceu em 2015 e não acontecia antes. Com um mês de preparação, dá tempo de viajar por aí. Fluminense e Corinthians foram para os Estados Unidos jogar contra alemães na Disney. Não foram os únicos a pisar fora do país para, de quebra, reforçar a marca, expandir mercado, firmar relações comerciais. Fluminense x Colônia em Miami não vale a pena, ninguém nem lembra quanto foi – se é que foi em Miami, se é que foi o Colônia.

Os estaduais mais importantes acabam neste domingo pelo país. Não é novidade que os estádios estão vazios na grande maioria dos jogos, e vazio é vazio mesmo: mais de 60 partidas do Carioca tiveram menos de 500 torcedores, e só dois receberam mais de 15.999. Finalistas, os jogos de Botafogo e Vasco tem média de 5 mil por jogo. O da capital está de saco cheio de tanto desaforo, o do interior não acha tão especial assim pagar caro para ver a visita do possante Vasco em sua cidade. O Madureira quase foi semifinalista, e levou 650 por jogo. O modelo é um fracasso.

Quando chega a Copa do Brasil e há demanda até para assistir a um treino, parece que estamos falando de outro cenário, e no fundo é mesmo. Uma relação sem desgaste, mais pura, um amor que pouco abraça o seu amado, o evento raro que não devia ser tão raro. Este encontro simples explica um pouco do Brasil, do futebol do Brasil, e é bonito, embora triste por outro viés.

Se o Chelsea passa férias em Abu Dabhi, se o Manchester United foi pra China na pré-temporada, se o Barcelona foi preparar o elenco em Hong Kong, é porque eles não tem o nordeste e o norte brasileiros. Vão buscar o amor histérico em Dubai por não terem o amor de pai pra filho no Piauí. Deve ser legal ouvir “eu te amo” em mandarim, mas não é esse o nosso mundo. Nossa gente fala português e espera demais por visitas do clube que ama.

Dinheiro não é o único capital do mundo. Quinze dias em um reduto flamenguista no nordeste mudaria demais o ambiente da temporada flamenguista. Até a seleção da Alemanha sentiu isso na Copa do Mundo. É cafona e pouco inteligente achar que engordaremos os cofres (e a alma) com a mesma receita usada por um Arsenal da vida. Nossa China está muito mais perto do que a China.

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