Diego Souza e a mania de provar que estou errado

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*Por Gil Luiz Mendes

É uma questão de dar o braço a torcer. E torcer para sempre estar errado. E permanecer na torcida para sempre reconhecer que algo não é assim como você acredita cegamente. Todo esse preâmbulo existencialista serve apenas para dizer que Diego Souza calou-me, queimou a minha língua e me fez baixar a guarda. Não, não é fácil admitir que o craque do time rival merece estar onde estar. Dói aceitar, mas isso que deve ser feito.

De antemão quero deixar claro que não fui e permaneço não sendo fã do camisa do 87 do Sport. Isso não é de hoje, apenas por ele atuar na Ilha do Retiro. Nunca achei nada demais quando ele jogou pelo Fluminense, muito menos quando fez parte do elenco do Flamengo e nem quando fazia golaços impressionantes pelo Palmeiras. Sempre reconheci suas qualidades, mas por uma questão pessoal, o estilo de futebol dele nunca me agradou. Pelo excesso de marra dele? Excesso de marra minha? Talvez. Certo que sempre tive o pé atrás.

Mas até ele pisar em Pernambuco, confesso que não me incomodava muito a figura dele. Tive o mais fútil dos sentimentos, a pena, quando ele perdeu aquele gol na Libertadores pelo Vasco e fez o título corintiano parecer mais místico. Assim como muitos, achei que a carreira dele tinha se encerrado ali e o mundo árabe e Leste europeu era o que lhe sobraria para um endinheirado e digno fim de carreira.

Mas eis que o time pernambucano ganhou a disputa por ele com outros clubes da região Sudeste e colocou um ponto de interrogação na cabeça de muito torcedor. Mesmo com estrutura, salários em dia e projeção nacional, para muitos ainda era absurdo conceber que um time nordestino pudesse ser mais atraente do que tradicionais clubes do chamado eixo. Quando confirmada a contratação de Diego Souza fui um dos que declararam que ali estava se iniciando a despedida dele dos campos.

Motivos e exemplos não são poucos, tendo em vista os inúmeros jogadores que seguiram o roteiro SP/RJ – Europa – Leste Europeu /Mundo Árabe – Nordeste – Aposentadoria. Por que com ele seria diferente? Mesmo sem ganhar títulos, Diego Souza já pode ser considerado o maior jogador do Sport nesta década. Com ele o clube alcançou um inédito sexto lugar na era dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro, em 2015 e no ano passado foi artilheiro da mesma competição.

Janeiro de 2017. Convocação para o amistoso contra a Colômbia para ajudar as vítimas do fatídico acidente que vitimou boa parte do time da Chapecoense. Apenas jogadores brasileiros foram chamados, dentre eles Diego Souza. Um chamamento político para agradar e envolver o maior número possível de torcedores. Todos os times de de RJ, SP, RS e MG tiveram pelo menos um jogador convocado.

Usei as redes sociais que o meia/atacante do Sport tinha totais condições para vestir a camisa amarela, mas estava sendo chamado por fazer parte do que chamei de cota Nordeste. Ele ou Marinho, que nessa época já tinha se mandado para a China, poderiam ser chamado para contemplar esse espaço aberto nessa convocação. Muitos guardaram aqueles meus posts.

Semana passada essas publicações foram trazidas à tona por irônicos e raivosos torcedores do Sport. Diego Souza foi novamente convocado por Tite, não mais por motivos políticos e para um jogo festivo, mas para representar o Brasil nos próximos dois jogos das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Dessa vez foi chamado por tudo que jogou em 2016 e não pelo que apresentou até agora este ano.

DS87, como a torcida costuma se referir ao jogador nas redes sociais, estará na Copa da Rússia? É o substituo imediato de Gabriel Jesus? Seria o jogador ideal da minha seleção? Para todas essas perguntas, minha resposta é não. Sim, posso estar errado como diversas vezes estive quando o assunto é Diego Souza. E se assim for, guardem este texto para esfregarem na minha cara no futuro. Estarei por aqui para dizer novamente que estava errado.

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2 comentários em “Diego Souza e a mania de provar que estou errado”

  • Ele tem talento pra perder gols decisivos. Não foi só na libertadores, mas no brasileiro do mesmo ano foram outros iguais cara a cara. Em outra partida, mete três e dá balão no goleiro. Jogador bom, mas irregular demais. A seleção precisa se livrar do fantasma do Fred.

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