Legado da Copa

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Na última quarta, 25, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro reiterou a atual irrelevância das nossas instituições políticas, no sentido de atender a vontade popular: por 19 votos a 8, foi rejeitada a troca de nome do estádio Engenhão, de João Havelange para Nilton Santos.

A solicitação partiu do próprio Botafogo de Futebol e Regatas, que recebeu a concessão do estádio por 30 anos e já fez uma estátua do maior lateral esquerdo de todos os tempos em sua entrada.

Podemos até ficar indignados com o gesto dos homens “públicos”, mas, se pararmos pra pensar, sintetiza perfeitamente todo o significado dos megaeventos esportivos no Brasil, tanto Copa do Mundo como Olimpíadas.

Conforme denunciamos aqui e alhures, eram apenas belas fachadas para projetos de expansão capitalista em países periféricos, no âmbito da globalização e sua busca por todos os mercados. Grécia, China, África do Sul, Rússia, Catar, além do próprio Brasil, praticamente monopolizaram a recepção dos grandes eventos no século 21.

Salvo a China, que possui projeto consolidado de megapotência (nada santa também), são todos países permeáveis a esquemas de corrupção e comandados por instituições públicas pouco afirmadas. Tal análise é corroborada inclusive por especialistas nomeados por órgãos internacionais para acompanhar o desenrolar dos megaeventos.

No caso brasileiro, não foram poucos os que afirmaram Copa e Olimpíadas como carros alegóricos de cidades-negócio, voltadas a impulsionar grandes transações privadas entre os amigos do poder.

A desmoralização completa do governo de Sergio Cabral no Rio se deve, quase exclusivamente, à percepção popular quanto a esses objetivos, simbolizados em figuras como Eike Baptista e a empreiteira Delta.

Como se nota, a Copa não trouxe qualquer evolução prática ao futebol brasileiro, e sim um processo de higienismo e privatização nos estádios, enquanto os clubes continuam patinando e dependendo do governo para refinanciarem suas irresponsabilidades.

Já o processo das Olimpíadas não observa nenhuma mudança substancial nas diversas modalidades, tanto no sentido de criar uma maior educação esportiva na população, dialogando com políticas de saúde pública, como também na formação de atletas, que continuam sofrendo as mesmas mazelas em seu dia a dia longe dos holofotes.

Aliás, o próprio Engenhão não está 100% pronto para a abertura dos Jogos, depois de passar por uma vexatória interdição por problemas em sua cobertura, a apenas seis anos de sua inauguração – mais uma obra da turma Lava Jato.

Quanto à família Havelange, há pelo menos 60 anos se locupleta nos ricos bastidores do futebol, tendo sido a própria ponta de lança da usurpação do jogo pelo mercado, a partir dos anos 70, com direito à renovação geracional. Haja vista a participação da filha de João na farra da Copa de 2014, na qual a própria Joana reconheceu que “o que tinha pra ser roubado já foi”, quando alguns protestos chegaram a preocupar os donos do Mundial.

Pensando nisso, ao preservar a homenagem inscrita no Engenhão (um dos mais horríveis estádios que já vi), os vereadores escrevem certo por linhas tortas.

 

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