O problema (ainda) está fora de campo

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Por Samuel Sganzerla

O mestre Claudio Carsughi, um dos grandes gênios – se não o maior – da crônica esportiva brasileira, me deixou particularmente feliz na sua análise sobre a derrota da Seleção Brasileira para a equipe do Chile. Afinal, ele me convenceu que eu entendo um pouco de futebol, este esporte pelo qual tenho tanto apreço.

É bom ouvir do próprio mestre algo que critico em Dunga desde a sua primeira passagem pela Seleção: não há um mínimo de variação tática e modificação de esquema da equipe durante a partida. Essa crítica pode ser estendida a todos os treinadores que têm o mesmo ranço de morrerem abraçados nas suas próprias convicções – não vou citar nomes, ou o clubismo falaria mais alto.

Assim como nunca admiti ver uma Seleção ser eliminada na quartas de final de um Mundial com o técnico deixando de utilizar uma das três substituições, não tenho paciência mais com certas coisas que insistem em se repetir desde o famigerado 7 a 1, ano passado. Mesmo não sendo o ponto central do texto, começo, nessa linha, citando três jogadores: David Luiz, Hulk e Oscar

Sobre o zagueiro cabeludo e de personalidade um tanto quanto infantil, costumo repetir: gostaria que todos tivessem comigo a tolerância que a torcida brasileira e a comissão técnica da Seleção têm com ele. Hulk pode se aproveitar de sua explosão física eventualmente, mas costuma ser uma nulidade na armação e na finalização. Oscar é o mais habilidoso dentre diversos jogadores de sua posição, mas é de uma apatia e de uma falta de atitude e de comprometimento tático que chega a irritar – e só aparece e resolve jogar quando ameaçada sua vaga, como contra a Croácia, na primeira fase da Copa do Mundo de 2014; depois, some novamente.

Entretanto, feitas as observações pontuais sobre esses jogadores, o pior de tudo é ouvir o pessimismo e o mantra que se repete desde 2011: “essa geração é ruim, não tem o que fazer”. Que me desculpem os incautos, mas não, ela não é! O atual escrete canarinho pode não ser brilhante nem bastante superior à maioria dos adversários, como foi em outros tempos. Mas em qualquer análise de desempenho, verificar-se-á que o Brasil tem pelo menos um jogador dentre os melhores de cada posição. Basta ver como todas as grandes equipes europeias têm brasileiros em seus elencos.

Qual o problema, então!? Bem, após o massacre da Alemanha em nossa própria casa, muito se discutiu sobre como o futebol evoluiu e nós brasileiros não acompanhados, o que nos deixou TATICAMENTE atrasados em relação a outras seleções. E a tese principal é essa: corrigimos o erro prontamente diagnosticado? Não! Olhamos para a casamata e vemos aquele senhor que merece muito respeito pelo que fez em campo, mas é um BUFÃO na casamata.

O Brasil continua sendo uma da grandes potências do futebol. Falar em ” Neymar-dependência” é falacioso, pois qualquer equipe gostaria de contar com um dos melhores jogadores do mundo para ir lá e resolver a partida. Contudo, o ponto negativo está justamente em manter este pensamento: não perceber que o futebol não se resolve mais com uma equipe mediana e um craque, mas depende muito mais da consistência tática de uma equipe bem treinada, com jogadores que saibam ocupar espaços, tomar decisões, multiplicar as opções de jogadas, correr corretamente e construir e consolidar as oportunidades de marcar. O improviso ainda faz diferença, mas ele é cada vez mais raro.

Por isso eu digo e repito: para montar uma equipe que consiga colocar em prática a filosofia de jogo acima descrita, o Brasil conta sim com um elenco bastante qualificado. Todavia, para isso, é essencial, mais do que nunca, o maestro que saiba reger a batuta para uma orquestra bem ensaiada; o enxadrista que saiba posicionar bem as peças; o pensador que saiba analisar, explicar e motivar concomitantemente, porque ficar separando razão de emoção é uma ideia há muito superada. E Dunga, com seu jeito bronco, metido ora a chefe ranzinza, ora a paizão linha-dura, não tem o perfil e o conhecimento futebolístico necessários. Nem de perto!

Por isso, se a CBF quiser em algum momento deixar seus negócios obscuros (e um tanto quanto escusos) de lado e reacender a esperança no hexacampeonato, precisa, antes de qualquer coisa, fazer mudanças na comissão técnica. Mas mudar de verdade, não fazer mais-do-mesmo, num ciclo de sebastianismo sem fim. Obrigado por tudo, Dunga! Mas a esperança de ver a Amarelinha voltar a brilhar passa pela sua saída do comando da Seleção. E uma mudança de perfil urgente na casamata também.

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