Com a benção de Heleno de Freitas, o Fernando Toro está na área e fala de grama de plástico, mundo de plástico, bola de canela e um tanto de cólera, sangue e loucura futeboleira.
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Dividir
Por Leandro Iamin
Nunca respondi assim, mas deveria, a pergunta sobre qual é o grande barato do podcast. Deveria dizer que é o fato de este modal de comunicação permitir, ao produtor, dizer ao seu público que “vai atrasar”. Que “só amanhã”. E ninguém se sentir ofendido por isso. Depois de tantas décadas de pontualidade doentia nas jornadas televisivas que iluminavam nossa sala enquanto nos tornávamos pessoas que chegam sempre atrasadas aos compromissos, o ponto crucial que acusa a humanidade do podcast, a sanidade como canal de comunicação, está no fato do autor ter o direito, e ser apoiado ao exercer o dito cujo, de simplesmente atrasar, perder o embate para um dia corrido, uma noite improdutiva ou um – claro – compromisso econômico. Não é possível que não possamos, em 2020, falar a real sobre uma produção.
Pouca gente sabe, mas fui ator. Subi, entre 2010 e 2012, em palcos, no quente elenco de um musical de teatro. Uma frase popular de nosso diretor geral, o Deto, nos alertava sobre o motivo mais racional que existia detrás das cortinas: a gente subia ao palco cheio de emoção, adrenalina, mas existiam duzentas pessoas nas cadeiras à nossa frente que saíram de casa para esquecer da conta de gás. Ou de um desaforo do chefe. Ou da dor de dente. O seu barato e prazer e ego é só um recorte, uma parte, não essencial, desimportante ao público, o cliente, o torcedor, aquele que dá sentido ao espetáculo, ao jogo ou ao podcast. Com prazer é sempre melhor, mas a corda começa a ficar tensionada quando é a oportunidade de conexão de quem te ouve ou assiste que acaba arruinada. No caso dos podcasters, já temos a ventura do desquite com a pontualidade absoluta. Não podemos falhar tanto noutras frentes. Comunicador egoísta morre de solidão.
Falar não é fácil, amigos e amigas. Para todos. Se você for um homem, hétero, branco, criado com algum conforto, é um tanto mais difícil, porque geralmente ninguém te conta na adolescência e juventude que suas fraquezas precisam ser enfrentadas e, sobretudo, divididas. Ajudam a te deixar na fantasia do forte, e ninguém quer o papel antipático de apresentar a realidade. Tem que sair da sua boca uma confissão de fragilidade, e do coração a confiança em quem te ouve. A gente aprende tarde. Nessa profissão aqui, de falar ao microfone (e são 8 anos vendo cada pessoa, centenas delas, reagindo de um jeito antes e um jeito depois que ajusto o microfone em sua frente), estamos expostos. Não me esqueço do dia que um aluno, 10 anos, em uma aula realizada em nosso estúdio, disse ao microfone que “toda mulher deve cuidar da casa”. Ele entendeu na hora a gafe, e se sentiu condenado a passar o resto da vida como “o rapaz da frase bosta”. Porque o microfone empresta solenidade e eternidade ao dito. Gravamos uma errata, o menino saiu pedindo desculpas às meninas da sua sala e eu fiquei pensando na força que um microfone tem.
Não precisa ser pontual, mas precisa sair, o podcast. E, sendo o podcaster o tipo mais normal entre os comunicadores normais, não é incomum que haja a conexão entre o que aflige o ouvinte e paralisa o apresentador. Temos as mais banais das dores de barriga, sem o salário do apresentador do Jornal Nacional que nossa vó achava que significava ser jornalista. Jogar aquele podcast pra cima, fazer aquela piada braba, provocar, agitar, engajar, mediar um papo com a energia dos pontas dribladores nem sempre é simples quando um “alô” ao telefone já acusa, a quem te conhece, que o dia não está bom – e os ouvintes habituais também haverão de detectar, no timbre do boa noite, o que não estiver de acordo. Vocês perdoam o atraso. Podem perdoar a tristeza?
Afinal, nós também estamos só tentando pagar a conta de luz e levar uma vida com menos desaforos de chefes. Nos dias ruins, a voz fica grossa e sebosa. Mas o microfone abre e a gente tem uma missão, popularmente conhecida como entretenimento. Nos casos mais íntimos, oba, esta palavra-de-circo é substituída por outra mais legal, que é “divisão”. Aquilo que não ensinaram a gente lá atrás, lembra? Mais difícil fazer isso com um REC piscando, sem o preparo prévio dos anos. Dividir. Um podcast é realmente bom quando quem o faz sabe que deve informar, entreter, mas também dividir sentimentos, não maquiá-los como se fôssemos, sei lá, a Ana Hickmann com aquela pontualidade feliz impossível todos os dias e em todas as mídias. Será um podcast de sucesso quando o ouvinte compreender e bancar mais esta por nós. Compreendam, por favor.
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Cine #176 Inaudito
O Central Cine Brasil deste 13 de fevereiro de 2020 recebe Gregorio Gananian (diretor) e Danielly O.M.M. (co-roteirista, diretora de arte e montadora), realizadores de Inaudito, documentário com Lanny Gordin, guitarrista fundamental da Tropicália que “eletrizou” Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Jards Macalé, dentre outros. O filme chega ao cinema nesta quinta-feira (13/fev) depois de passar pelo circuito de festivais. Vem com a gente!
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Mundo Para Esporte #3 – Rafael Maranhão
No episódio de hoje recebemos Rafael Maranhão, gerente de relações públicas do IPC.
Rafael, um profissional de mídia e comunicação e que tem vasta experiência em produção de conteúdo, ‘digital media’, operações e relações de mídia e operações televisivas. Profissionalmente já atuou em empresas do calibre de O Globo, TV Globo, Folha de SP, Revista Lance, SporTV entre outras. Também foi correspondente ‘freelancer’ e produtor de TV na Europa e Africa.
Sobre o IPC, Rafael nos relatou os desafios de trabalhar em uma entidade do porte do IPC, organização responsável pelo desenvolvimento do paradesporto em nível mundial e detalhes técnicos como desenvolvimento sustentável.
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Thunder #268 Os Amanticidas
Luiz Thunderbird recebeu o quarteto, que, apesar de jovem, tem uma forte relação com a Vanguarda Paulistana.
Além de convidar o público para o show de lançamento no Itaú Cultural, na próxima quinta-feira (13/02), os músicos também falaram sobre suas influências, redes sociais e furtos em supermercados. Confira!
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Baião de Dois #189 Já vai, professor?
Abrimos esta edição saudando o grande Pepeu Gomes – o Satriani com alma – pelos seus 68 anos, completados na última sexta-feira (07/02).
Dentro de campo, discutimos os detalhes da emocionante terceira rodada do melhor campeonato do mundo: a Copa do Nordeste.
Daniel Facó se emociona mais uma vez com a estreia do Fortaleza na Sul-Americana e faz uma previsão de público visitante digna de senso da Polícia Militar.
Também falamos dos nordestinos classificados e eliminados na primeira fase da Copa do Brasil, até o momento, e dos jogos vindouros.
Por fim, falamos da troca de técnicos nos primeiros 40 dias do ano e o que aguarda os clubes que não estão bem na temporada.
Pra fechar com chave de ouro, junte-se a nós para tentar entender a confusão temporal que a Federação Potiguar aprontou para o Estadual.
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Mesa Oval #173 Jean-Luc Jadoul
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Na Era do Garrafão #36 : Lakers de 2008 a 2012
No episódio de hoje do Na Era do Garrafão, Renan Ronchi e Vítor Camargo destacam o último time competitivo que Kobe Bryant jogou: o Lakers de 2008 a 2012. Como se deu a montagem daquele elenco? Como Kobe era visto antes e passou a ser visto depois daqueles anos? Histórias, curiosidades, legado e muito mais!
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Trivela #260 Rumo a Tóquio!
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Xadrez Verbal #221 Cliffhangers
Como foi encerrado o Brexit? E o processo de impeachment do Donald Trump? E a questão dos brasileiros em Wuhan? Falando na China, e a série da estrutura do 5G pelo mundo? Como está a recepção mundial do plano de paz de Trump e seu genro para Israel e Palestina?
A sua revista semanal de política internacional em formato podcastal chega para resolver todos esses precipícios do últimos dias, além de te atualizar sobre a América Latina, Europa e os EUA.