O presidente brasileiro fez sua primeira visita oficial ao seu par estadunidense e você vai entender tudo sobre o encontro aqui, talquei?
Passamos os fatos, as notícias e chamamos um time de primeira linha para lhe ajudar a entender: o geofísico Sérgio Sacani, editor do canal Space Today TV, comenta o acordo de Alcântara; a professora Mariana Aldrigui (USP) nos explica sobre turismo e a questão dos vistos; enquanto que o professor Matias Spektor (FGV) nos brindará com uma análise política sobre o encontro entre Trump e Bolsonaro.
Pra fechar, um papo especial sobre o Brasil e a OCDE com a professora Vivian Almeida, que é da casa. Também passamos pela Europa, com a última do Brexit, e fomos até o Cazaquistão, onde o último líder do período soviético renunciou.
Carla Piva, psicóloga, falou com a gente sobre depressão. Vem ouvir nossa terapia em grupo (e não desiste de nós que a parte 2 vem logo menos – enquanto isso já marcou sua sessão de terapia?).
Livros:
Matt Haig – Razões para continuar vivo : História de um homem que enfrentou a depressão que e reaprendeu a viverBrené Brown – A Coragem de ser Imperfeito / Ted Talk Brené Brown: https://bit.ly/1F575GS
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Nossa entrevistada desta semana foi Poliana, lateral-direita do São José e da seleção brasileira de futebol. A jogadora sempre amou esportes e praticou diversas modalidades antes de escolher pelo futebol. Poli deixou de lado o basquete, o atletismo, o futsal e o handebol depois que viu um jogo do Rio Preto na televisão e pensou: “Ah, vou fazer uma peneira de futebole ver se dá certo.”
Seu professor de Educação Física da escola sempre incentivou Poliana a optar pelo futebol e assim, aos 17 anos, a jogadora saiu de sua casa em Ituiutaba (interior de Minas Gerais) para jogar pelo Rio Preto, time do interior de São Paulo.
A atleta já defendeu também o Santos (2009) São José (2014), jogou na Islândia e atuou nos EUA, jogando pelo Houston Dash (2018) e Orlando Pride.
Pela seleção, fez parte da equipe sub-19 e está na principal desde 2010. Participou da Copa do Mundo de 2015 (Canadá) e dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016.
A jogadora voltou ao Brasil porque acredita que as novas regras para o fomento da modalidade possam ajudar positivamente o futebol feminino. “Quis fazer parte disso e como já tenho uma história pelo São José, quis estar no país neste momento”, afirmou.
Às vésperas da Copa do Mundo Feminina na França, Poliana espera fazer estar entre as 23 convocadas pelo técnico Vadão. “Sei que tem muitas jogadoras brigando pela posição, mas não posso ficar pensando na concorrência. Tenho que estar bem e fazer a minha parte para estar lá.”
Em meio ao novo jogo de cena da Lava Jato, que prendeu Michel Temer e Moreira Franco, o Lado B do Rio #95 recebe o jornalista e militante histórico da esquerda, Cid Benjamin, para um papo sobre conjuntura e Ditadura Militar. Histórico!
A Fifa quer um novo Mundial de Clubes a cada 4 anos e com 24 times, além de Copa do Mundo com 48 seleções já em 2022, apesar do país-sede, Catar, ser contra. Também falamos de seleção brasileira, que faz amistosos nesta data Fifa. Com Leandro Iamin, Felipe Lobo, Bruno Bonsanti e Ubiratan Leal.
O Central Cine Brasil desta semana recebe Mauro D’Addio, diretor de Sobre Rodas, premiado filme infanto-juvenil que acaba de estrear em todo o país. E mais: as últimas do cinema nacional, claro.
Dentro do esporte é mania julgarmos tudo no momento, de cara. Então, com Valtteri Bottas vencendo na F1, fica o questionamento: reagimos com surpresa, empolgação ou foi só um acaso? E mais: Sebastian Vettel é o personagem mais chato do esporte a motor na atualidade?
Neste episódio, Bianca Pyl, Cristiano Navarro e Luís Brasilino conversam com a assistente social e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo na USP Claudia Rosalina Adão. Em 2017 ela concluiu seu mestrado em Mudança Social e Participação Política, também pela USP, e sua dissertação virou o livro “Territórios de morte: homicídio, raça e vulnerabilidade social na cidade de São Paulo” (http://bit.ly/claudiaadão). Na conversa, a origem escravista do racismo que, de política estatal em política estatal, estrutura as divisões de classe no Brasil e explica a violência que atinge com muito mais intensidade os negros e negras de todo país, especialmente em São Paulo. E-mail: guilhotina@diplomatique.org.br.
Este já é meu vigésimo primeiro texto para a Central 3, quase todos falando sobre música, e acho que até agora não citei a minha banda favorita – claro que considerando os Beatles como “hors concours”. Hora de resolver essa questão.
Meu irmão entrou na faculdade de jornalismo em 1997, quando eu tinha dezesseis anos. Desde então minha mãe começou a assinar a Folha de São Paulo, que naquela época ainda tinha um caderno para jovens chamado “Folhateen”, e nesse caderno a coluna “Escuta aqui!”, assinada pelo jornalista Álvaro Pereira Jr. Eu e meu irmão adorávamos odiar o Álvaro, que tinha uma escrita bastante provocativa, que criticava sem muita dó, e muitas vezes de maneira agressiva, alguns cânones da música – principalmente música brasileira. A gente achava ele um babaca que só queria aparecer criando polêmicas – mas a gente continuava lendo a coluna.
Acontece que Álvaro também fazia elogios. No final dos anos 1990, um de seus assuntos preferidos era uma banda escocesa chamada Belle & Sebastian. Coluna sim, coluna não, lá estavam os rapazes escoceses sendo citados. E as descrições que ele fazia do som da banda atiçavam minha curiosidade, porque parecia um tipo de coisa que eu iria gostar: melancolia, melodia, amor, delicadeza. Foi graças ao Álvaro – e à gravadora Trama que começou a lançar os álbuns da banda no Brasil – que fui atrás dos discos, começando por “If you´re feeling sinister”, o segundo do grupo, passando pelos EPs (discos com apenas quatro faixas) e todos os outros.
Antes de chegar à música, é importante falar do aspecto visual dos CDs. Todas as capas são monocromáticas e quase nunca trazem qualquer membro da banda. Quando estes aparecem não é com um guitarra na mão ou qualquer outro clichê, mas como um modelo fotográfico. Normalmente as capas evocam melancolia, ou mesmo tédio, que não se confundem mas são como primos. Veja abaixo alguns exemplos, do já citado “If you´re feelig sinister” e do quarto álbum da banda, “Fold your hands child, you walk like a peasant”.
Eu passava por uma fase em que achava a tristeza o máximo. Metido a artista e poeta, seguia o velho clichê de que para o processo criativo a felicidade não é o melhor dos sentimentos, mais ou menos como Dylan ao dizer que “a felicidade não está entre minhas prioridades”. O repertório do Belle & Sebastian não é todo tristonho, muito ao contrário, há momentos deveras solares. Mas o fato é que a parte do repertório mais “ando tão down” foi que me pegou em cheio naquela época, ajudado por um fim de relacionamento traumático no começo do ano 2000. A partir do quinto álbum a banda mudou um pouco de rumo, mas os primeiros quatro LPs e quatro EPs me trouxeram um novo mundo, profundo e sofrido, no qual eu me sentia muito confortável.
A primeira dessas canções que me vem à cabeça é “Get me away from here, I´m dying”, literalmente “Tire-me daqui, eu estou morrendo”. Pelo título já dá pra ter uma ideia do clima. Mas aqui entra uma marca da banda: a melodia e o arranjo parecem desdizer a letra. É animado, dá quase pra dançar. Ouça aí abaixo (e se não falar inglês tem uma tradução meia boca minha nos comentários):
Outra marca das letras do compositor e vocalista Stuar Murdoch (que aliás era meu codinome quando jogava The Sims) é um chamado aos bons sentimentos de seu ouvinte.”We rule the school”, que está no primeiro disco da banda, é uma apelo para que as pessoas tentem trazer coisas belas ao mundo, ao invés de agressividade e violência. Me parece um apelo que não envelheceu. Atente para os belíssimos entremeios instrumentais com violino e flauta respectivamente, e segure o choro (também tem tradução “qualquer nota” minha nos comentários):
Uma “deitar e chorar” de primeira qualidade é “You made me forget my dreams” (“Você me fez esquecer meus sonhos”), guiada pelo piano, com uma gravação que parece uma primeira versão, até com barulhos do estúdio no começo. Se foi pensado ou não, a verdade é que os vocais crus e o instrumental relaxado fazem bem à faixa, que se fosse muito produzida perderia parte de sua autenticidade. Ouça e morra (tem aquela traduçãozinha também):
Eu sei que a coisa tá triste, mas não dá pra deixar de fora a dilacerante “The Chalet Lines”, que fala sobre um estupro ocorrido em um acampamento de férias (os tais “chalet lines” do título), e que Stuart canta com evidente empatia, embora não seja uma mulher (a letra fala sobre o estupro de uma garota). Nesse caso não tem contraste entre letra e melodia: é tudo triste. Fiz a tradução lacrimejando:
E a situação do mundo? Em 1997 a banda lançou um EP cuja primeira faixa, “A Century of Fakers” (“Um Século de Impostores”), parecia prever o que aconteceria vinte anos depois, com farsantes tomando conta de gigantescos países. A letra tem lá seu pieguismo, mas a melodia é tão bonita que eu relevo. Também tem tradução nos comentários:
Citei meu irmão no começo do texto, e ele nunca gostou de Belle & Sebastian, porque essa coisa meio fofa, bunda mole até, nunca fez muito a cabeça dele. Mas tem uma música que ele adorava, e que vou deixar aqui como um exemplo de que, sim, os escoceses também fazem barulho e trazem alegria, com muita ajuda de Monica Queen, cantora convidada que abrilhanta a faixa. Dessa vez, sem tradução, porque nem precisa:
Uma curiosidade: em sua última “Escuta aqui!”, publicada em junho de 2011, Álvaro fez um retrospecto da coluna, e escreveu isso aqui: “escrevi insistentemente sobre bandas pelas quais me apaixonei e que não mereciam tanto assim (Man or Astro-Man), que não mereciam nada (Belle and Sebastian) e que mereciam muito (TV on the Radio)”. Bom, Álvaro, acho que não evoluí tanto assim, porque para mim o Belle & Sebastian continua merecendo muito. De qualquer maneira, muito obrigado.
Luiz Thunderbird recebeu Guilherme Pacola (bateria) e Vinicius Patrial (baixo), cozinha da banda londrinense que está junta há mais de 20 anos.
No cardápio, o começo da amizade, a partir do skate, a mudança para a vizinha Maringá, atrás dos estudos, a chegada (e saídas) do guitarrista Fabio Fujita, as influências musicais e a produção do último álbum O Sol Mais Escuro, lançado ano passado.
A personagem – no comando do Clube Atlético Paranaense há mais de três décadas – é mais do que controversa: provoca amor e ódio dentro da Baixada; inspira admiração e críticas fora dela.
Mário Celso Petraglia é figura chave para entender o futebol brasileiro ontem e hoje: Arenização, biometria, defesa aberta da clientelização e elitização, rebranding, perseguição às torcidas organizadas e proibição dos torcedores visitantes, em parceria com o MP, a partir da malfadada “torcida humana”.
Com auxílio de André Pugliesi, editor de esportes da Gazeta do Povo, e Luasses Gonçalves dos Santos, atleticano desde os tempos do Pinheirão, desvendamos a trajetória de Petraglia à frente do CAP.