No episódio de hoje do Na Era do Garrafão, Renan Ronchi e Vitor Camargo recebem Guilherme Tadeu, jornalista do projeto “Café Belgrado”, para falar sobre uma das gerações mais talentosas da história do basquete: a geração dourada argentina, primeira a derrotar os Estados Unidos desde que atletas da NBA puderam participar das competições FIBA e que se consagrou campeã olímpica de basquete em 2004. Os principais jogadores, as origens, os legados e as histórias – tudo dissecado em detalhes. Vida longa à Manu Ginobili, Luis Scola, Andres Nocioni, Fabricio Oberto, Carlos Delfino e tantos outros!
Posts
Posts Relacionados
Judão #134 O que te faz (não) ir ao cinema?
Tá, tudo bem. Assistir a um bom filme é provavelmente o melhor motivo pra sairmos de casa e irmos ao cinema. Mas e se o preço é tão alto que fica complicado levar a família? Mas e se a sala é ruim, e a poltrona de casa é tão deliciosa? E se já saiu na locadora do Paulo Coelho aquela versão em HD? Por isso chamamos Isabela Boscov e Jéssica Corrê pra discutir o CINEMA com a gente. Não os filmes. O próprio CINEMA, em 2018. Vem ouvir!
Posts Relacionados
Zé no Rádio #66 Clássicos
O Zé no Rádio deste 10 de setembro – com José Trajano, Matias Pinto, Paulo Junior e Gil Luiz Mendes – tratou dos clássicos do Campeonato Brasileiro – em Porto Alegre, em São Paulo e no Rio de Janeiro, do que vem por aí na Copa do Brasil e do que mais der na telha – futebol, música e política, toda noite de segunda. Vem com a gente!
Posts Relacionados
No limite entre o bem e o mal
“Ói, ói o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral” (Raul Seixas).
Este texto é fruto de uma reflexão feita durante minha viagem de Curitiba para São Paulo. São muitas horas sem fazer nada além de ouvir música e pensar, já que não consigo ler dentro de um veículo em movimento. Como sou linguista, não posso deixar de tender uma reflexão sobre problemas da atualidade para a linguística. Portanto, esperem por algo assim. Além disso, já peço antecipadamente desculpas por eventuais erros.
Palavras sinônimas
Existe um princípio – o princípio da economia – que diz que em uma língua natural não há sinônimos perfeitos. Quando duas palavras significam exatamente a mesma coisa, o resultado é que uma delas desaparece da língua. Se duas palavras existem e são sinônimas, elas invariavelmente são diferentes no uso e no significado. Um exemplo clássico que ilustra essa questão são as palavras “bonito” e “belo”. Elas parecem significar exatamente a mesma coisa, mas não o fazem. Você não chega para uma criança que está fazendo arte e diz: “belo, hein?”. Você sabe o que você diz. O belo é mais elevado, mais artístico, ligado ao que é estético. O bonito é mais comum, coloquial. Isso é possível porque uma palavra não tem apenas um significado, ela é uma coleção de traços semânticos e dependem de um contexto para ter sentido. A minha reflexão está embasada nesse fato, de que palavras não significam “uma coisa”, mas sim podem significar várias coisas, apresentarem nuances, faces de uma mesma moeda. Eu gostaria de comparar uma palavra a um átomo: pensamos que são indivisíveis, mas suas partículas – os significados implícitos que ela carrega – nos dizem o contrário. Assim como elétrons de determinados átomos, os significados podem ser compartilhados por palavras diferentes.
Sobre o significado de tolerância
Após minha introdução, fica claro que como “tolerância” é uma palavra, apresenta nuances distintas, significados diversos. Atualmente essa palavra está sendo muito utilizada carregando um traço semântico automático de bondade. A pessoa tolerante está agindo corretamente, com bondade, pensam as pessoas de 2018. Mas será que isso é mesmo verdade? Vamos ao dicionário eletrônico Houaiss (2009) dar uma olhadinha:
“Tolerância
substantivo feminino
1 ato ou efeito de tolerar; indulgência, condescendência
2 qualidade ou condição de tolerante
3 tendência a admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo diametralmente opostas às adotadas por si mesmo
4 isenção de norma, de regra geral; licença, dispensa
Ex.: t. de horário
5 quantidade, para mais ou para menos, permitida pela lei no peso ou no título das moedas
6 diferença ou margem de erro admissível em relação a uma medida ou a um padrão
7 Rubrica: farmácia.
fenômeno caracterizado por uma diminuição dos efeitos sobre o organismo de uma dose fixa de substância química à medida que se repete sua administração
8 Rubrica: toxicologia.
capacidade de o organismo suportar doses de determinada substância sem apresentar sinais de intoxicação
Observação: ver sinonímia de condescendência”
Ora, se o dicionário fala “ver tal coisa”, você vai lá e “vê tal coisa”:
“Condescendência:
substantivo feminino
1 ato ou efeito de condescender
2 anuência, assentimento aos sentimentos ou às vontades de outrem
3 conduta que não segue as exigências do dever, da consciência, da honra etc., por transigência, lisonja, temor ou fraqueza; complacência
Ex.: c. com o crime”
Sim, dentro do conjunto de coisas que forma a tolerância, há uma ponta que é condescendência, que por sua vez, já não designa coisas tão bonitas. Às vezes você está sendo tolerante, às vezes você escorregou e caiu na condescendência, mesmo chamando ainda de tolerância – o que você pode fazer, de acordo com o dicionário. Eu quero ir ainda um pouquinho além. Vamos à última entrada de dicionário de hoje, eu prometo:
“Conivência:
substantivo feminino
1 característica ou estado do que é conivente
2 ação do que é conivente
2.1 Rubrica: termo jurídico.
complacência, transigência ou cumplicidade para com falta ou infração de outrem
2.2 Rubrica: termo jurídico.
forma de cumplicidade que consiste em, patente ou dissimuladamente, abster-se de prevenir, impedir, atalhar ou denunciar um delito, de cuja premeditação se tinha conhecimento
Ex.: diretamente ele não é culpado do crime, mas será acusado de c.
3 Rubrica: morfologia botânica.
aproximação de estruturas pelo ápice, sem ocorrer soldadura, esp. de peças florais, que permanecem livres na base
Etimologia: lat. conniventìa,ae ‘indulgência, conivência’, de connivére ‘dissimular, ser indulgente'”
Vejam que tolerância, condescendência e conivência compartilham “elétrons”: indulgência e complacência. Acho que mostrei com dados que não há limites muito bem marcados entre as palavras. O uso delas é escolhido através dos seus traços, mas que às vezes podemos usar tanto uma quanto outra.
O problema é que tolerância, que tem seu traço de bondade, tem sido escolhida para representar a dissimular a conivência. Explico.
Intolerantes à intolerância
Quando se pede uma sociedade mais tolerante, os grupos que propagam certos discursos de ódio se aproveitam de um paradoxo para defender suas ideias. Ou você aceita o discurso misógino, homofóbico e racista, ou você está sendo intolerante e, consequentemente, hipócrita. No entanto, refletindo dentro do ônibus, cheguei à conclusão de que esse é um falso paradoxo. Certos discursos são criminosos, mas ninguém pode ser tolerante a crimes, mas sim conivente. Mudei o tom, não é mesmo?
Esse meu texto ainda é um princípio de reflexão e certamente tem brechas. Por exemplo, para algo ser um crime, dependemos de um conjunto de leis. Mas as leis nem sempre são corretas. Homossexualidade é crime em alguns lugares, no entanto, eu prego a tolerância a esse grupo e não acho que seja conivência. Então temos que estabelecer o seguinte: seu discurso defende que outras pessoas continuem sofrendo? Então você não pede tolerância, pede conivência.
Quando você vir algo racista, homofóbico e misógino, não seja condescendente. Esses discursos não requerem tolerância, portanto você não precisa se sentir culpado nem hipócrita por isso.
*Marina Sundfeld é formada em Letras português e alemão pela Universidade Federal do Paraná e tem mestrado na USP. Fã de Pink Floyd.
Posts Relacionados
Lado B do RJ #76 Flavio Serafini (PSOL/RJ)
Na edição 76, os panelistas, desfalcados de Caio Bellandi, receberam o deputado estadual e candidato à reeleição, Flavio Serafini (PSOL/RJ). Na pauta, as propostas do parlamentar para a próxima legislatura, além, é claro, dos grandes caôs da semana: o atentado contra o representante do Fascismo nas eleições presidenciais, a Múmia que ocupa do Palácio do Planalto (ou seria do Jaburu?) se lançando na carreira de YouTuber e o trágico incêndio do Museu Nacional, que chocou a todos no último domingo.
Posts Relacionados
Xadrez Verbal #156 Museu Nacional
Nesta semana desgraçenta, Matias Pinto e Filipe Figueiredo chegam mais cedo, por conta do feriadão, e giram pela vizinhança, atualizando você sobre a crise continental de imigrantes e refugiados. Também repercutimos a crise argentina, a mudança de embaixada paraguaia em Israel, dentre outras pautas latino-americanas.
Passamos pelos EUA, onde o clima de paranoia chegou com força. Um oped anônimo no New York Times e um vindouro livro de bastidores complicam a política na Casa Branca. E, claro, infelizmente, repercutimos o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e tentamos não xingar todo mundo.
Posts Relacionados
Cine #112 A Destruição de Bernardet
O Central Cine Brasil desta quinta-feira, 6 de setembro, tratou do filme A Destruição de Bernardet, em cartaz nos cinemas. Recebemos nos estúdios Cláudia Priscila e Pedro Marques, diretores, e Jean Claude Bernardet, um dos grandes pensadores do cinema brasileiro e protagonista do longa. Com Lucas Borges, Paulo Junior e Murilo Costa.
Posts Relacionados
Botão #157 Máfia do Apito
Que campeonato caótico foi o campeonato brasileiro de 2005. As 11 remarcações de jogos por causa da Máfia do Apito, estrelada por Edilson Pereira de Carvalho, foi a história contada por Paulo Jr e Leandro Iamin. Cada um dos 11 jogos, o contexto, as ironias, os desdobramentos, tá tudo aqui, com histórias paralelas saborosas e um resumo do que foi, em campo e fora dele, o segundo semestre de 2005 no futebol brasileiro.
Posts Relacionados
Trivela #187 Embolou
Posts Relacionados
Te pego num clique
É mais um dia comum na internet brasileira. Vocês está lá de bobeira em qualquer rede social passando os dedos na tela do seu celular ou descendo a barra de rolagem do desktop, e explodem na sua cara as coisas de sempre. Os memes do dia, um textão aqui, uma lacração ali, a velha arenga dos reaças-lunáticos-terraplanismo-arma-na-mao versus esquerda-vamos-abraçar-o-sol-vem-cá-fazer-ciranda.
Eis que de repente, não mais que de repente… pêi! Você caiu nela, a pegadinha do cliquebait. Pra quem não está a par do que se trata esse neologismo internético, vou dar a letra. É o caça-clique, o oportunismo, o me engana que eu gosto. Em resumo: apelação nua e crua. Eles, esses sociais medias malvadões, junto com os editores hypes, vivem de jogar casca de bananas na sua timeline. E você e eu, trouxas que somos, caímos iguais a água da goteira.
Para quem viveu os anos 1990, a analogia a ser feita é com o vale-tudo que rolava nas tardes de domingo na TV do Brasil, ou a Arábia Saudita de Biquini, como preferirem chamar. Naquele época a Rede Globo fazia coisas como colocar uma mulher deitada numa mesa coberta de peixe cru e arroz empapado (alguns teimam em chamar isso de sushi) enquanto atores e outros personagens do mundo irreal se serviam. Mudando de canal, a TV de Silvio Santos era especialista em closes genitais de bundas para cima, rebolando dentro d’água ao som de Companhia do Pagode e Karametade.
E tudo isso tinha um único motivo: a audiência. Quanto maior o número no Ibope, mais caro ficava o espaço publicitário e mais dinheiro as emissoras ganhavam. Passados duas décadas continua a guerra para que mais pessoas vejam algo e, com isso, as empresas de comunicação ganhem mais receita com publicidade. Vinte anos se passaram e há uma certa sofisticação no apelo.
As bizarrices não estão mais tanto no conteúdo, e sim nas chamadas. O mecanismo é o seguinte: Peguem palavras que gerem interesse do público e force a barra para que elas apareçam no título. Não importa se eles fazem sentido ou não. Quando o assunto for futebol, mesmo que for pra falar do campeonato do Azerbajão, tem que se encontrar um jeito de colocar a palavra Neymar no título. MAQUEIRO QUE TIROU NEYMAR DE CAMPO HOJE FAZ SUCESSO COMO SORVETEIRO EM DUQUE DE CAXIAS, é um exemplo
Continuando no futebol, também vale colocar os nomes dos times mais populares do país, mesmo se eles não tiverem em campo. Segue a imagem abaixo como exemplo.
Dentro do clickbait tem também aquilo que é conhecido como jornalismo José Punheta. Nesse caso os termos topless e sensual sempre aparecem. Nisso o internauta pimpão acredita que clicando naquele link reduzido encontrará a sub-celebridade mostrando tudo e mais um pouco, mas tem que se contentar com uma foto de umas costas desnudas ou um contra-luz que marca a sillhueta. E quando o assunto futebol e mulheres em poses sensuais se unem, meus amigos, é a pitomba do munguzá. Suco de feijão puro. Cuscuz fino.
Isso são só as chamadas, isso sem falar que o texto jornalístico millenium é amarrado que nem buchada de bode no tal do SEO. Repetir um certo de número de palavras-chaves dispostas de uma maneira quase imperceptível para que gere ranqueamento no Google e assim apareça primeiro nas buscas. Isso sem falar nas ferramentas de algorítimos atualmente utilizadas. E mesmo se o usuário clicou e passou menos de dez segundo na página, isso já conta como acesso para o pessoal do comercial. Cai em mim dindin.
Juro que passei horas aqui em frente do meu combalido computador guerreiro pensando em uma manchete apelativa para esse texto. Queria dar um daqueles título que terminam com ponto de exclamação. Depois de fritar os miolos o melhor que cheguei foi: JORNALISTA CRÍTICO DE NEYMAR AVALIA AS MANCHETES DA INTERNET MOSTRANDO ABDOMEM TRINCADO.
Acho que não levo jeito para essas coisas.
Posts Relacionados
Vaidapé #60 Dentinho Poesia
O #VaidapéNaRua recebeu Yuri de Lucca Dinalli, o Dente Poesia, para o lançamento de seu segundo livro “Pedro Pedreira, Pedrada e Pedregulho”, uma coleção de sete contos do mundaréu vivido por Dentinho na cidade de São Paulo.
Durante o programa, ele contou um pouco sobre as inspirações para os contos, quase todos baseados em histórias vividas pelo autor ao longo de sua trajetória. Falamos também sobre a correria de Dentinho para vender os livros de forma independente nas ruas e analisamos o momento do mercado editorial no país.
A equipe do #VaidapéNaRua contou com Xei, Gil e Ozie. Mano Próximo fez sua coluna sobre o AI-13, lei que endureceu a repressão da Ditadura Militar no Brasil após o sequestro do embaixador americano, em 1969. E nosso grande DJ Pae Vito nos agraciou com mais uma coluna musical falando sobre samples históricos.
Escute o programa na íntegra e assine o feed do #VaidapéNaRua. Siga sintonizado também todas às quartas-feiras, a partir das 18h, ao vivo, pela Central3 e pelo Facebook da Revista Vaidapé.