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Bundesliga no Ar #34 Guia da Bundesliga

Para abrir os trabalhos do Campeonato Alemão 2018-19, juntamos as forças de dois podcasts da casa: Paulo Junior e Leandro Iamin receberam Gerd Wenzel, especialista no assunto e que toca semanalmente o Bundesliga no Ar, e a dupla Bruno Bonsanti e Leandro Stein, jornalistas da Trivela, para juntos detalharem a temporada que começa nesta sexta-feira, 24 de agosto. Falamos do nível de favoritismo do Bayern de Munique, das possibilidades de Schalke, Hoffenheim, Dortmund, Leverkusen e RB Leipzig, do novo Frankfurt, da ausência do Hamburgo, do mercado, das atrações, dos candidatos ao rebaixamento, e muito mais. Vem com a gente!

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Para abrir os trabalhos do Campeonato Alemão 2018-19, juntamos as forças de dois podcasts da casa: Paulo Junior e Leandro Iamin receberam Gerd Wenzel, especialista no assunto e que toca semanalmente o Bundesliga no Ar, e a dupla Bruno Bonsanti e Leandro Stein, jornalistas da Trivela, para juntos detalharem a temporada que começa neste final de semana. Falamos do nível de favoritismo do Bayern de Munique, das possibilidades de Schalke, Hoffenheim, Dortmund, Leverkusen e RB Leipzig, do novo Frankfurt, da ausência do Hamburgo, do mercado, das atrações, dos candidatos ao rebaixamento, e muito mais. Vem com a gente!

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Com você partirei

Por Luiz Felipe de Carvalho

 

– “Con te partirò, laralá, laralalá”

Era só isso que lhe passava pela cabeça. Apenas aquele trecho, martelando. Ela não sabia exatamente desde quando. A impressão era de que tinha acordado com isso na mente, mas não sabia precisar se foi algo que lhe veio em sonho. Estranhava aquela cadência, aquele jeito de pronunciar as palavras, cujo significado não conhecia. Nem sabia se queriam dizer algo. Só sabia que era fascinante a maneira como elas soavam. Tão fascinante que não conseguia se desgrudar delas, e aquilo lhe dava medo.

A quem recorrer para sanar o mistério? Como todas as pessoas de classe trabalhadora nascidas após a Quase Revolução de 2082, Maria Spinetta não tinha muitos amigos, e nem muita privacidade. Uma câmera-móvel do governo lhe fazia visitas regulares, mas sem intervalo de tempo definido. Era difícil saber em quem confiar aquele segredo, que lhe parecia algo importante, dada a maneira como se instalou em sua mente. Decidiu arriscar-se com um dos médicos do Sistema de Saúde Unificado, aquele senhor que a tratava tão bem e que parecia tão sábio. É isso, contaria o ocorrido ao Dr. Mascarenhas. Ele haveria de saber do que se tratava.

Na data marcada, chegou ao consultório apreensiva. Não sabia até que ponto o Dr. Mascarenhas era confiável. Mas iria tentar. Precisava saber o que era aquilo. Foi deixando outros pacientes passarem à sua frente, até que sua câmera-móvel lhe fizesse uma visita. Ela sabia que agora demoria ao menos alguns minutos para que viesse de novo.

– Bom dia, doutor

– Bom dia, senhorita Spinetta, em que posso ajudá-la?

Olhando para os lados, ela disse baixinho:

– Doutor, preciso te contar uma coisa.

Ela então começou a contar a história sobre algumas palavras estranhas que estavam rondando sua mente sem parar, palavras que ela não conhecia, e que surgiam com uma cadência diferente, não como um diálogo ou uma fala. Quando estava prestes a repetir as palavras da mesma maneira que as ouvia, sua câmera-móvel apareceu na sala. Com medo, ela apenas falou que não aguentava mais, e que precisava saber como interromper aquele inferno.

– Senhorita Spinetta, eu vou te encaminhar a outro colega meu, que possui melhores meios de resolver o seu problema. Seu nome é Dr. Kalindi. Procure-o neste endereço, e não diga a mais ninguém sobre o que está passando. Ele certamente descobrirá do que se trata.

Já no dia seguinte pela manhã, Maria se dirigiu ao local indicado pelo Dr. Mascarenhas. Um trecho da cidade onde nunca havia estado, e nem poderia, não fosse a autorização especial concedida por seu médico. Um chip instalado em seu antebraço determinava onde poderia ir, e só funcionários mais altos do governo podiam liberar o chip para a entrada em determinados locais. Esse gigantesco prédio, imaculadamente limpo e branco, certamente estava fora dos limites de uma simples apertadora-de-botões-nível-1 da companhia elétrica. À recepção Maria disse que tinha um horário com o Dr. Kalindi, e foi prontamente direcionada para seu escritório. Ao adentrar a pequena sala, Maria notou que nela havia apenas uma mesa, uma cadeira e um aparelho estranho, cheio de eletrodos.

– Fui enviada pelo Dr. Mascarenhas

– Ah sim, conheço o velho Mascarado. Ele ainda usa aquele bigode charmoso?

– Sim – Maria sorriu vagamente, ainda amedrontada pela opulência do prédio, e sem saber direito o que estava fazendo ali.

– Como posso te ajudar? Já sei, você tem tido sonhos com seus pais, e gostaria de saber quem eles eram e o que faziam, é isso?

– Não – respondeu Maria, desconcertada.

– Quase sempre é por isso que os médicos me mandam jovens aqui. É comum que nessa fase eles queiram saber exatamente de onde vieram. Mas a resolução BJ-6 do governo, que após a Quase Revolução de 2082 passou a separar os nascidos da classe trabalhadora de seus pais, só trouxe benefícios a todos. Nosso Estado já é pai e mãe, não é necessário que conflitos de natureza edipiana, ou coisa que o valha, atrapalhem a vida de ninguém. Não acha?

Maria ficou em silêncio. Não sabia do que aquele homem estava falando. Em suas aulas nunca tinha ouvido falar de “edipiano”, embora soubesse exatamente o que era a resolução BJ-6, promulgada há muito tempo. Aliás, naquele ano de 2332 a resolução fazia 250 anos.

– Pois bem, minha jovem, o que a traz aqui. Fique à vontade para dizer o que quiser, minha sala é à prova de câmeras-móveis.

– Há semanas não consigo deixar de ouvir dentro da minha mente isso aqui: “Con te partirò, laralá, laralalá” – sem perder tempo, Maria pronunciou as palavras e depois as onomatopéias, exatamente como as ouvia na cabeça.

Dr. Kalindi não disse nada. Olhava para Maria como se ela fosse uma extraterrestre. E pensava consigo mesmo: “Será que isso é…é aquilo que estou pensando que é?”. Rapidamente conectou Maria aos eletrodos e pediu para ela continuar repetindo aquilo. A máquina se encarregaria de buscar em seu cérebro o momento exato em que Maria foi apresentada àquelas palavras. Em seu monitor, Dr. Kalindi poderia ver a cena, com borrões, mas de maneira razoavelmente clara.

Maria era um bebê de não mais do que três anos. Uma de suas cuidadoras vem para ver o motivo de seu choro. Olha para os lados, prescrutando o ambiente, e canta no ouvido da criança: “Con te partirò, laralá, laralalá”. Era uma mulher loira, alta, um pouco obesa, com cerca de 40 anos. Dr. Kalindi mexe no aparelho, tentando encontrar outras aparições daquela memória, mas não há. Ela ocorrera apenas uma vez. Uma vez há mais de quinze anos.

O próprio Dr. Kalindi, figura de alguma importância dentro da estrutura da Sociedade Civilizada, nunca ouvira nada parecido. Poucas pessoas sabiam, e ele era um deles, que algo chamado “música” tinha sido muito importante para os quase-revolucionários da Quase Revolução de 2082, um levante que quase derrubou o governo. E também sabia que após esse fato o governo, que até então permitia, sob rígido controle, a existência de “música” entre o povo comum, simplesmente aboliu toda e quaquer manifestação daquela natureza, em nome do bem comum. E o fez de maneira radical, porque sabia do poder deformador daquela forma de manifestação, e que ela poderia colocar em risco a mera existência da vida como era conhecida. A mesma resolução BJ-6, que obrigou a separação das crianças de seus pais, introduziu a obrigatoriedade de uma câmera-móvel para monitorar cada grupo de cem pessoas, com o intuito de abortar qualquer possibilidade de “música”. Ele sabia inclusive que uma forma de vida alada, denominada genericamente de “pássaro”, tinha sido totalmente dizimada por ter o poder de criar “música”. E que a tal “música” havia ficado restrita somente aos Dirigentes Eternos, cargos máximos do governo. Sim, Dr. Kalindi sabia de tudo isso, embora, até aquele momento, não soubesse exatamente o que era “música”.

Dr. Kalindi sabia de mais uma coisa: que Maria Spinetta deveria ser eliminada. Não ali, por ele, mas por métodos sãos e indolores que o governo utilizava para preservar o bem da maioria quando algum indivíduo representasse um risco. “Música” era um risco de grau máximo, embora já estivesse extinta há mais de 80 anos. A última aparição, em 2250, tinha sido de uma prema-italian, como eram chamadas as pessoas que vinham do que antes era conhecido como Itália. Se bem lembrava, a moça tinha as mesmas características da cuidadora de Maria. Seria alguma parente? Estaria essa tal “música” passando de pessoa pra pessoa, como uma doença? Isso Dr. Kalindi não sabia. Ele nem sequer tinha treinamento para reconhecer “música”. Seu instinto o levara àquela descoberta.

– Dr. Kalindi, o senhor conseguiu descobrir o que está acontecendo? – perguntou Maria, cansada do silêncio de seu examinador.

Dr. Kalindi pensava consigo mesmo, “isso é perigoso, não pode ser algo divino, ela ouviu quando era um bebê, e se lembra mais de quinze anos depois. É como uma doença, uma praga, destinada a destruir os seres humanos, levá-los à discórdia, à guerra, ao aniquilamento. Algo tão poderoso não pode existir, precisa ser eliminado, nosso governo sabe o que faz. Não podemos correr o risco de perder tudo que conquistamos, uma sociedade ordeira, sem violência, em que todos são…felizes! Somos felizes! Não somos? Não é possível. Eu preciso entregá-la, preciso. Mas…isso foi a coisa mais linda que já passou pelo meu aparelho auditivo. Deus, parecia a voz do próprio Deus!”

– Dr. Kalindi?

– Sim, Srta Spinetti, eu descobri o que você tem. Não é nada grave. Sugiro que tente se esquecer dessas palavras, e não conte nada a ninguém. Aos poucos isso vai desaparecer, e você vai voltar à sua vida normal. Vou programar algo para o seu chip, e acho que vai te fazer bem. Em pouco tempo tudo estará resolvido.

– Muito obrigado, Dr. Kalindi! Espero mesmo que isso se acabe logo – Maria parecia feliz com a possibilidade de resolver seu problema. Quando estava partindo, ouviu um chamado

– Srta Spinetti – Dr. Kalindi a chamava.

– Pois não – ela disse, virando o rosto, mãos na maçaneta.

– Já pensou na possibilidade de se inscrever para uma vaga de cuidadora em alguma das creches do governo?

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