Encerrando a sua quinta temporada, o podcast mais longevo da casa relembra as doze histórias mais bacanas das arquibancadas europeias e latino-americanas: a epopeia do Atlético Tucumán na Libertadores, a grande mobilização dos fanáticos do Köln na Liga Europa, a volta por cima de CSA, Internacional, Parma etc.
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Nem tudo que reluz é tática
Sou um torcedor tradicional. Gosto quando meu time ganha, não gosto quando perde. Nas derrotas eu evito lembrar que meu time perdeu, por isso me mantenho alheio às notícias e comentários sobre a partida. Nas vitórias faço o contrário. Estendo no tempo o prazer do resultado positivo, consumindo uma dose a mais da programação esportiva que a imprensa nos oferece.
Foi o que fiz na manhã de 20 de abril do ano corrente. Na véspera, o Internacional havia eliminado o Corinthians nos pênaltis pela Copa do Brasil em um jogo sufocante e carregado de importância para uma torcida que andava de cabeça baixa, recém rebaixada para a Série B.
Sofremos um gol logo no começo, mas surpreendentemente não nos abalamos. Fomos ao ataque, meio de qualquer jeito, é verdade, mas com uma paciência inédita para estes tempos de agonia. Quase no final do jogo o uruguaio Nico Lopez nos arrumou o empate, para Marcelo Lomba ser o herói da classificação nos pênaltis. O grito ainda está preso na garganta: quem tem criança pequena em casa sabe do que falo.
Naquela manhã, procurei esticar o deleite da classificação sobre um time que havia se tornado um rival colorado nos últimos tempos, por razões que não vêm ao caso. Liguei então no Redação Sportv, a melhor mesa redonda da televisão e eventual companhia das manhãs de trabalho. Programa feito desde o centro do país, é claro que falava mais sobre o time eliminado do que sobre o time classificado, mas quanto a isso já estamos acostumados, ainda que seja estranho veículos que se pretendem nacionais tratarem praças como Rio Grande do Sul, Bahia ou Pernambuco como se fossem longínquos departamentos da Venezuela.
Mas o estranhamento maior não vinha daí. Os comentários davam a impressão de que eu havia visto um jogo diferente. Os comentaristas estavam muito preocupados com a baixa qualidade técnica da partida, principalmente do lado corintiano, que teria abdicado de jogar após fazer o gol. De fato, não havia sido o jogo de muito brilho técnico, mas parecia que só aquilo não contava toda a história sobre a noite no Itaquerão.
Segui em frente. Talvez ao meio-dia, na Rádio Guaíba de Porto Alegre, eu ouvisse comentários mais próximos ao jogo que eu, pelo menos, havia visto. Mas qual não foi minha decepção quando percebi que os comentaristas davam muita importância ao número de vezes que o Inter levantara bolas na área e o quanto isso era preocupante em termos de mecânica de jogo e não sei mais o quê. Para eles, o jogo também havia sido ruim.
Errados eles não estavam. O Corinthians de fato recuara de mais e, do lado do Inter, a demissão de Antônio Carlos Zago um mês depois confirmaria que o time não vinha bem. Os dados do Footstats mostram que o Internacional levantou 43 bolas na área naquela noite de abril, um número realmente alto e indicativo de um problema que se arrastou ao longo da temporada. Porém, para efeitos de comparação, a final da mesma Copa do Brasil entre Flamengo e Cruzeiro teve mais bolas na área e menos finalizações a gol. De qualquer forma, ninguém discorda que o jogo do Itaquerão esteve longe de ser um dos melhores da temporada. A questão é outra: o jogo havia sido apenas isso?
Não pense que eu esperasse exaltações à classificação colorada que agradassem meu coração torcedor. Nada disso. O que me impressionou naqueles dias foi a redução da partida, carregada de significados e simbologias, ao que diziam os scouts.
Um time recém caído à segunda divisão havia eliminado aquele que se tornara um grande rival nos últimos anos, com provocações inclusive institucionais de parte a parte. O jogo pode não ter sido belo, mas foi uma partida empolgante para os envolvidos e consideravelmente interessante para quem assistia de sangue doce. Eis uma beleza do futebol: um jogo tecnicamente ruim pode ser um grande acontecimento. Nos programas esportivos, porém, tudo isso foi reduzido a um pebolim com número excessivo de bolas alçadas à área.
O movimento de oxigenação da análise esportiva é inegavelmente positivo. Não há mais como acompanhar um jogo sem uma boa análise que nos ajude a enxergar os movimentos e as estratégias de cada time. O comentário fanfarrão e desinformado é cada vez mais coisa do passado. Como ninguém está livre de crítica, faço uma modesta a esta ótima geração de comentaristas: na ânsia de se afastarem da geração anterior, estão fazendo uma análise tão limitada quanto a que desejam combater.
A linguagem hermética é apenas um aspecto dessa ânsia pela diferenciação. Parece que é obrigatório falar em time alternativo no lugar de time reserva, um time que troca passes virou um time associativo e todo e qualquer drible é transformado numa quebra da linha defensiva. O uso de palavras-chave, que em muitos casos mais confunde do que explica, parece ser um meio de reforçar a identidade e mostrar a que turma o comentarista pertence. Outro aspecto que mostra como é perigoso esse desejo por parecer diferente é o apego exagerado a conceitos mesmo quando a realidade acaba desmentindo as teses. Renato Portaluppi fez o Grêmio jogar o melhor futebol da América do Sul, mas ainda há quem tenha vergonha de admitir. Conceitos são importantes, mas é importante não ignorar os fatos.
Essas questões foram debatidas ao longo do ano por jornalistas esportivos e é sempre saudável uma autocrítica, mas me parece que a discussão ficou muito centrada na linguagem mais adequada para se comunicar a análise tática. Além de soar um pouco arrogante, na medida em que o problema seria apenas o de fazer a plebe entender os conceitos, reduzir a discussão à linguagem não chega àquele que, na minha modesta opinião de espectador de futebol, é o ponto central do problema.
Voltando à manhã seguinte à classificação do Inter , o ponto central da discussão é que talvez os analistas táticos estejam produzindo uma visão parcial do jogo, ou vendo menos quando acham que estão vendo mais. É claro que futebol é um jogo tático e para analisar o que acontece num jogo é preciso saber de tática. Só que no futebol também jogam a pressão da torcida, os gramados ruins, o estado de espírito dos jogadores, os vestiários, os gabinetes e mais fatores do que supõe nossa vã prancheta tática. Mais importante que isso: futebol não é só o que acontece em campo, mas os significados do que acontece em campo. Há histórias em jogo, tradições à prova, simbologias a serem preservadas ou recuperadas, rivalidades que dão peso muito maior ao resultado de campo.
Se um alquebrado Internacional consegue eliminar o Corinthians fora de casa, eu não quero exaltações à superação colorada. Mas não queiram que uma fria análise de números e movimentos de jogadores explique tudo o que aconteceu em campo.
*Daniel Cassol é jornalista fundador do Impedimento e do Puntero Izquierdo, e torcedor da parte vermelha de Porto Alegre
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Conexão Sudaca #153 Rojo Campeón
Arrancamos essa edição batendo um papo com o pesquisador brasileiro Marcelo Santos, que tem acompanhado as eleições presidenciais no Chile e palpita o 2º Turno, a ser realizado no próximo domingo (17/12).
Ainda no contexto político do nosso continente, analisamos os últimos acontecimentos na Argentina, Bolívia e Uruguai com um Boletim Bolivariano extraordinário.
Também recebemos o camarada Caio Bellandi, direto do Lado B do Rio, que dividiu suas impressões de antes, durante e depois da decisão da Copa Sul-Americana, no Maracanã, bem como os amigos rojos Carlos Pronzato e Maxi Cotler.
E aproveitando a visita de Pepe Mujica à Santiago, escutamos uma conhecida melodia uruguaia sendo reinterpretada pelo conjunto chileno Sol & Lluvia.
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Xadrez Verbal #123 Neutralidade
Edição com duas presenças especiais! Um convidado inédito e conhecido na internet brasileira, Marco Gomes, nos brinda com uma análise sobre a decisão nos EUA de abolirem a neutralidade na rede e quais os problemas disso.
Já a nossa querida e habitual Ana Luisa Demoraes Campos nos ensina sobre o novo aspecto do Tribunal Penal Internacional. Comentamos sobre o apoio dos países muçulmanos aos palestinos e a decisão de reconhecerem Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.
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Lado B do Rio #45 Suburbano da Depressão
O último Lado B de 2017 convidou o historiador Vitor Almeida, criador de uma das páginas de Facebook mais famosas do Rio, a “Suburbano da Depressão”. No descontraído papo, um pouco do que é o subúrbio da cidade e de como dialogar com os moradores da região. E já que 2018 é ano de eleição (ou não), os panelistas relembram frases clássicas de políticos e debatem a pré-candidatura de Ciro Gomes reivindicando o legado trabalhista de Brizola. É o Lado B do Rio #45 fechando a conta! Até ano que vem!
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Travessia #93 Despedidas
A dor do adeus e a difícil tarefa de se despedir. É sobre despedidas o Travessia de hoje, que traz uma mensagem no fim, e estes artistas:
— Francisco Petrônio e um clássico universal que veio da Escócia
— Dorival Caymmi
— Gal Costa cantando Noel Rosa e Vadico
— Toquinho e Vanzolini
— Chico Buarque
— Os Geraldos Azevedo e Vandré
— Os Mutantes
— Paulinho Moska
— Los Hermanos
— Alcione
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Dibradoras #101 Rosana
ROSANA NAS ALTURAS!
Finalizamos o ano de 2017 entrevistando uma das grandes craques do futebol feminino do Brasil. Rosana Augusto vestiu a camisa da seleção por 18 anos e em setembro desse ano anunciou sua aposentadoria após a demissão de Emily Lima e sua comissão técnica. “Foi muito difícil tomar essa decisão, mas eu tive que abrir mão de algo que ainda sonhava pra mim – como disputar minha quinta Olimpíada – para pensar no futuro da modalidade. De certa forma, sei que ajudei e fiz o meu melhor”, nos disse durante o bate papo.
Debatemos sobre o que esperar para o futebol feminino em 2018 e sobre as metas propostas pelas atletas para o crescimento da modalidade no país. “Pedimos para a CBF que fosse montado um departamento de futebol feminino com pessoas capacitadas e que amem a modalidade para fazer o esporte crescer”. As jogadoras ainda aguardam novidades sobre o calendário de competições para 2018 e sobre os novos rumos que o futebol feminino vai tomar.
Experiente e multicampeã, Rosana já levantou troféus importantes como Champions League, US Soccer, Mundial Interclubes, Libertadores, Pan-Americano, Brasileiro, além de ser medalhista de prata pela seleção por duas vezes (2004 e 2008) e vice-campeã do mundo em 2007. Nosso último podcast do ano está no ar!
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Cine #82 Melhores de 2017
O Central Cine Brasil desta semana, em 14 de dezembro de 2017, tem Lucas Borges, Paulo Junior, Bruno Graziano e Murilo Costa trazendo suas listas de melhores filmes brasileiros da temporada. Algumas unanimidades, outras preferências individuais, mas uma certeza: foi um ano muito fácil para falar de filme nacional de qualidade. As listas:
Lucas Borges: [sem ordem] Gabriel e a Montanha // Bingo // Martírio // Era o Hotel Cambridge // O Filme da Minha Vida // Como Nossos Pais // No Intenso Agora // Vazante // Pitanga // Waiting For B.
Paulo Junior: 1. Martírio // 2. Era o Hotel Cambridge // 3. O Filme da Minha Vida // 4. No Intenso Agora // 5. Como Nossos Pais // 6. Pitanga // 7. Gabriel e a Montanha // 8. Redemoinho // 9. Pendular // 10. Corpo Elétrico // 11. Joaquim // 12. Bingo // 13. Deserto // 14. Cidades Fantasmas // 15. Pedro Osmar – Prá Liberdade Se Conquista // 16. Vazante // 17. Lamparina da Aurora
Murilo Costa: 1. No intenso agora // 2. Gabriel e a Montanha // 3. O filme da minha vida // 4. Como nossos pais // 5. Redemoinho // 6. Cidades Fantasmas // 7. Vazante // 8. Martírio // 9. Joaquim // 10. Soldados do Araguaia
Bruno Graziano: 1. Martírio // 2. Joaquim // 3. O Filme da Minha Vida // 4. Era o Hotel Cambridge // 5. Como Nossos Pais
Vem com a gente e até ano que vem!
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Trivela #155 Sul-Americana e Mundial
O podcast desta semana trata da final da Sul-Americana e o título do Independiente contra o Flamengo, no Maracanã. O lado do Independiente, com o título que o coloca na Libertadores, as consequências para o Flamengo e balanço sobre a temporada. A equipe também discute o Mundial de Clubes, que tem a sua finalíssima no sábado com Grêmio e Real Madrid se enfrentando pela taça. Ouça!
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Bundesliga no Ar #014 Campeão de Inverno
O Bundesliga no Ar desta semana, em 14 de dezembro, falou da vantagem do Bayern, já campeão do primeiro turno do Campeonato Alemão; da vitória do Borussia Dortmund, com técnico novo, voltando a ganhar depois de 8 jogos de seca; das boas fases de Schalke 04 e Leverkusen; da premiação da seleção alemã na Copa do Mundo; e muito mais. Com Gerd Wenzel e Paulo Junior.
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Botão #134 Palmeiras da Primeira Academia
O Palmeiras venceu o Santos de Pelé no estadual de 59, em três finais que ficaram pra história como “Supercampeonato”. A partir dali, os anos 60 chegavam para um Palmeiras que montaria a sua chamada “Primeira Academia”.
Distintivo novo, estádio reformado, Ademir da Guia e Dudu chegando, Taça BRasil vencida, vice de Libertadores. Tudo isso fez parte do caminho até a chegada de Filpo Nuñes em 64, o mentor da Primeira Academia, que encantou tanto em 1965 que foi chamada para representar a Seleção Brasileira na inauguração do Morumbi.
São tempos de bi-mundial do Brasil em Copas, Santos de Pelé e muita qualidade nos nossos gramados. Coube a este Palmeiras a honra (e o azar) de ser o maior opositor daquele Santos, a maior manifestação futebolística da história. A história envolve vendas suntuosas de atletas, montagens famintas de equipes com a chegada de craques de todo canto, e este Palmerias tem história para contar, e ser contada.
Com Leandro Iamin e Paulo Júnior, no ar!
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Vaidapé Na Rua #32 Jerusalém
Na quarta, dia 13 de dezembro, o #VaidapéNaRua discutiu a atual situação da cidade de Jerusalém, que recentemente foi centro das atenções em todo o planeta pela decisão do presidente estadunidense Donald Trump de mover a embaixada de seu país em Israel de Tel Aviv para a cidade de Jerusalém.
O time do #VaidapéNaRua marcou presença com Mano Gil, Xei e Pae Vito ao lado do professor Reginaldo Nasser, do curso de Relações Internacionais da PUC-SP.
Também tivemos a Coluna Se Liga Meu do provocativo Cacá Tibérius e o Mano Próximo contando sobre o AI-5, além disso Pae Vito falou um pouco do hip hop palestino.
IESSS!