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Xadrez Verbal #95 Obamacare

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EMMANUEL MACRON É O NOVO PRESIDENTE DA FRANÇA, DIRETOR DO FBI É DEMITIDO POR DONALD TRUMP

Você está demitido! Comentamos a demissão do diretor do FBI pela Casa Branca, as diferentes versões e repercussões da surpresa. Será que tem a ver com os russos, sempre eles? Ainda sobre o país, Gustavo Rebello, diretamente da Flórida, comenta sobre o Obamacare, seu fim e as possíveis consequências.

Passamos pela França, com a vitória de Macron, as perspectivas para as eleições legislativas e a ideia de Le Pen para uma mudança profunda no Front National. De lá, falamos da Europa, incluindo um tema de máxima segurança mundial.

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Dibradoras #78 Natação

Nadando de braçada!

Recebemos no estúdio a ex-nadadora Flávia Delaroli, que atualmente é comentarista dos canais ESPN e apresentadora do programa Olhar ESPNW.

A ex-atleta falou sobre os resultados da natação no Maria Lenk e destacou a ótima performance de Joanna Maranhão na competição. “Depois da prisão dos cinco caras da CBDA, a Joanna estava leve na piscina, bateu recordes e era nítido que tirou um peso das costas”, afirmou Flavia.

A própria Joanna comentou conosco sobre seu ótimo desempenho e ressaltou que a luta para melhorar a gestão da Confederação é feita dia após dia. “Plantamos uma sementinha e percebemos que é possível enfrentar esses pessoas que comandam a CBDA de maneira horrorosa há anos”.

Flavia citou também sobre a união dos atletas em torno da causa, lutando contra a atual gestão da CBDA, as próximas eleições na Confederação e citou passagens de sua carreira na natação. Ela nos mostrou ao vivo um presente motivacional que ganhou das companheiras da modalidade enquanto disputava a final olímpica dos 50m em Atenas (2004): um baita lençol – que funcionou como um cartaz – onde as amigas escreveram “GO FLAVIA” para apoiá-la durante a prova!

Tá imperdível!

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Travessia #65 Clementina de Jesus

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Clementina!

Ela cantava desde sempre, mas foi revelada ao mundo tardiamente. Uma vez revelada já aos 62 anos, Clementina de Jesus da Silva marcou uma conexão singular da música brasileira com seus antepassados negros.

O Travessia de hoje recebe os jornalistas Felipe Castro e Janaína Marquezini, dois dos quatro autores da biografia “Quelé: A Voz da Cor”, de Clementina sobre Jesus.

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Som das Torcidas #106 João Castelo-Branco

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England!

Inglaterra em pauta! Leandro Iamin e Paulo Junior bateram um papo com João Castelo-Branco,  jornalista dos canais ESPN cujas vídeo-reportagens sempre colocam a arquibancada como protagonista da narrativa – o que é motivo mais que suficiente para ele estar aqui conosco!

João falou com a gente sobre todas as questões mais importantes do cenário inglês do estilo de vida dos torcedores. Preços,  friezas, pubs, hooligans, criatividade, Copa do Mundo, Manchester: coube tudo no papo que você acessa clicando abaixo!

 

 

 

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Trivela #127 É o Brasileirão!

Foram quatro meses de estaduais, salpicados com doses de Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana. Agora, finalmente chegou a hora. A temporada no Brasil finalmente começa de verdade com a bola rolando no Campeonato Brasileiro. Por isso, a equipe da Trivela debate as consequências dos (longos) estaduais e como os times chegam para o Brasileirão.

Paulo Junior, Leandro Iamin, Felipe Lobo e Bruno Bonsanti ainda receberam a companhia de Mauricio Targino, do Baião de 2, podcast especialista em futebol nordestino.

Além disso a equipe ainda fala sobre Champions League. Juventus e Real Madrid garantiram seus lugares na final da competição e irão decidir quem leva a famosa orelhuda para casa no dia 3 de junho.

 

Vem com a gente!

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Cine #54 Um Casamento

O Central Cine Brasil #54 recebeu a diretora Mônica Simões, que está lançando Um Casamento, filme que visita o casamento da mãe da realizadora, Maria Moniz, através de imagens de arquivo e das conversas com a protagonista. O filme estreia semana que vem, dia 18 de maio, e tem uma exibição especial nesta sexta-feira, dia 12 de maio, aqui em São Paulo, pelo projeto Sexta Mais Que Básica, no Espaço Itau Augusta.

O programa, com Lucas Borges, Paulo Junior, Bruno Graziano e Murilo Costa, também lembrou Nelson Xavier, morto nesta semana, e debateu a saída de filmes do CinePE. Vem com a gente!

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Botão #108 Eliminatórias da Copa 94

As eliminatórias da Copa do Mundo de 1994 foi inesquecível em terras sul-americanas.

A Bolívia foi uma sensação. A Colômbia não ficou atrás. Brasil e Argentina tiveram de perdoar e apelar para ídolos afastados, casos de Romário e Maradona, enquanto Uruguai e Paraguai ficaram muito perto das vagas. Tudo isso após o Chile ser excluído da competição graças a Rojas e Rosemary, a Fogueteira.

Tem o 5×0 de Nuñez, o 6×0 no Arruda, a primeira derrota brasileira em eliminatórias, uma repescagem sofrida lá na Austrália e outros embates que merecem nota – tudo salpicado por comoções nacionais, ruas fechadas, aeroportos tomados e muita febre mundialista.

Com Paulo Júnior e Leandro Iamin, aqui está o podcast!

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Este é o verdadeiro Capitão América

*Por Renan Martins Frade

“Joe Simon e Jack Kirby devem estar se revirando no túmulo”. Tenho certeza que muita gente pensou e/ou leu isso durante os últimos dias. O motivo? A Marvel Comics revelou em Secret Empire #0 que Steve Rogers, o Capitão América, SEMPRE foi um agente da HYDRA infiltrado. Essa é a real história do personagem, e não que ele defendeu os Aliados e combateu os nazistas. Aquela história de Cubo Cósmico e mudança da realidade, contada desde o ano passado em Captain America: Steve Rogers #1, não era bem assim. Na verdade, apenas está claro agora aquilo que realmente aconteceu.

A atual fase do Bandeiroso, escrita por Nick Spencer, acontece por causa da Kobik, a versão humana (AND criança) do Cubo Cósmico. Manipulada pelo Caveira Vermelha, ela fez de Steve um agente da HYDRA – reescrevendo a história do personagem dentro do Universo Marvel. O Super Soldado, nessa realidade reescrita, teve a vida manipulada pela organização secreta desde a infância, se infiltrando aos Aliados e se transformando no Capitão América apenas para ajudar os integrantes da HYDRA.

Só que Secret Empire #0 abre com uma “verdade”: descobrimos que, em 1945, eram os Nazistas e a HYDRA que estavam pra vencer a Segunda Guerra Mundial. Os Aliados, então, usam o Cubo Cósmico em uma desesperada cartada final, alterando a realidade – e colocando os EUA, Reino Unido, França, União Soviética e os outros países que os apoiaram como os vitoriosos. Mais do que isso: eles “deturpam” o posicionamento de Steve Rogers, colocando-o como realmente um soldado dos EUA no conflito, sem ser um agente infiltrado.

A HYDRA percebeu que isso estava para acontecer e agiram para proteger as verdadeiras memórias de Rogers. Pelo plano dos vilões, eventualmente o Cubo Cósmico se tornaria consciente e, ao invés de alterar a realidade mais uma vez, ela finalmente revelaria a verdade: o Capitão América era um traidor.

É esse o começo que tem chocado muitos leitores. Mas isso acontece, na realidade, em apenas cinco páginas. A história, depois, continua.

Voltamos ao presente, após os acontecimentos de Civil War II. Steve Rogers é o Diretor da SHIELD e, então, três grandes ataques acontecem. O primeiro é de uma tropa Chitauri, que está prestes a invadir a Terra e o campo de força que protege o planeta, instaurado pela Capitã Marvel e Maria Hill há pouco tempo, é destruído por um ataque suicida da HYDRA. Assim, Carol Danvers vai com os heróis mais poderosos da Terra ao espaço, para defender a nossa bolinha azul, enquanto Tony Stark (sim, ele tá vivo) e Riri Williams tentam religar o tal escudo.

A outra treta é em Nova York. Um grupo de vilões que estava preso em Pleasent Hill, uma prisão criada pela Maria Hill há algum tempo, começa a atacar a cidade. Dessa forma, basicamente todos os outros heróis que não estão no espaço vão pra lá defender a cidade. E aí, no meio do caos, o Nitro (sim, aquele da primeira Guerra Civil) causa uma enorme explosão bem em Midtown.

A terceira é em Sokovia. A HYDRA tomou o controle do país, tendo acesso a sete bombas nucleares da época da Guerra Fria, agora apontadas para alvos na Europa e prontas para serem lançadas caso os outros países não aceitem o novo regime. Para isso, a SHIELD então envia parte de suas tropas.

Um caos generalizado. É então que o Secretário de Defesa dos EUA liga para o Capitão Rogers. Com o presidente levado a um lugar seguro, seguindo a lei recentemente aprovada, o Diretor da SHIELD passa a ser o comandante direto do Exército e de todos os órgãos e agências federais. Steve Rogers é, agora, líder do poder executivo e das forças armadas.

Era tudo o que o Capitão América queria.

É então que, milagrosamente, o escudo que protege a Terra é religado. Riri e Tony percebem que o problema nunca foi de hardware, como achavam, mas de software – e que quem religou tudo mantém o controle. Assim, não só os Chitauri estão do lado de fora do planeta, mas TAMBÉM os heróis que estavam defendendo a Terra.

Enquanto isso, a HYDRA ataca da SHIELD. Os agentes sofrem lavagem cerebral, enquanto Steve Rogers revela que ele é o líder da revolução. Já em Nova York, o vilão Blecaute manipula a dimensão negra e joga Manhattan lá. Os heróis ficam isolados.

Homem de Ferro e a Ironheart percebem toda a treta que está rolando. FOI GOLPE e, agora, eles convocam todos os heróis que sobraram pra ir até Washington impedir que a Casa Branca seja tomada pela HYDRA.

É assim que acaba uma das edições 0 mais bombásticas de todas as grandes sagas da Marvel.

Axel Alonso, editor-chefe da Casa das Ideias, já disse antes que os quadrinhos são uma janela para a realidade. Spencer levou isso a um outro grau, transformando Secret Empire em uma GRANDE alegoria não só do mundo de hoje, mas do papel dos Estados Unidos no mundo.

Vamos pensar um pouco. Steve Rogers sempre representou aquele lado idealizado da América, da luta pela liberdade. Nas mãos de alguns roteiristas, ele foi coxinha. Nas mãos de outros, lutou contra o próprio governo. Mas, ainda assim, sempre existiu um QUÊ de romantismo em relação ao personagem, da luta dele pela liberdade.

Mas o mundo real, o nosso aqui, passou longe disso. Nenhum outro país invadiu ou se envolveu na política de outros como os Estados Unidos e a União Soviética/Rússia. De 1945 até hoje foram diversos os conflitos com um dedo (ou as duas mãos) dos EUA, como a Guerra da Coreia, a Crise do Líbano, a Guerra Civil na República Dominicana, a Guerra do Vietnam, a Guerra do Golfo, a Guerra do Kosovo, a Guerra do Afeganistão, a Guerra do Iraque e até uma nova Guerra do Afeganistão. Isso sem falar os envolvimentos não-oficiais, como no do Golpe de 1964 aqui no Brasil. Tudo para defender os próprios interesses comerciais e militares.

A liberdade, quase sempre, foi uma desculpa.

Taí um comportamento que, vamos combinar, parece mais com o da HYDRA do que com o da SHIELD dos quadrinhos – por mais que essa segunda organização também não seja nenhuma santa.

No nosso mundinho, tudo sempre aconteceu com um verniz de defesa da liberdade. O americanos e o resto do mundo (ao menos de forma geral) sempre procuraram acreditar nisso. Quando Barack Obama foi eleito, há pouco mais de oito anos, alguns imaginaram que as ações do então presidente poderiam ser positivas para o fim desse ciclo vicioso de guerras – tanto é que deram a ele o Prêmio Nobel da Paz.

A eleição de Donald Trump, no ano passado, foi para o lado oposto. E é aí que a metáfora de Nick Spencer se encaixa. Aproveitando ganchos de que a HYDRA estava infiltrada em várias instituições do Universo Marvel, deixado pelo Rick Remender, ele construiu uma história na qual nos foi revelada a verdadeira face do Capitão América, da mesma forma que as urnas mostraram a verdadeira face da América. Sempre foi alguém preparado para brigar com todo mundo, para erguer muros, apontar dedos e coisas assim.

Todo o resto, que todo mundo leu ou viu, era manipulação da realidade. Simples assim.

“A ideia de que ‘o mundo é um lugar ruim, por isso histórias precisam ser um escapismo’ continua um argumento irresponsável e covarde”, disse Spencer, via twitter, após ser atacado por fãs revoltados pela revelação de Secret Empire #0. “Histórias existem para iluminar o mundo à nossa volta, para nos desafiar, para nos testar. Elas estão aí para nos ajudar a enfrentar nossos medos, e não para fugir deles”.

Spencer também citou outro quadrinista famoso pelas fortes palavras: Alan Moore. “’Se a audiência soubesse o que quer, ela não seria a audiência’. Estas continuam fortes palavras, pelas quais qualquer roteirista deveria viver ou morrer”, disse Spencer.

O principal argumento contra o que está em Secret Empire #0 é que a história mudaria tudo o que foi contado com o Capitão América desde 1940. Por mais que retcons sejam comuns nos gibis, nunca alguém na Marvel tinha ido tão longe ao aliar um dos principais heróis da editora aos seus maiores inimigos. No entanto, é bom lembrar que Secret Empire ainda não acabou – pode ser que o prólogo dessa edição 0 seja apresentado apenas como uma SALVAGUARDA da Kobik, uma manipulação da realidade para contradizer quem descubra o que ela fez. Ou esqueçam tudo isso daqui um ano, como fizeram com, sei lá, o KID TONY STARK (sim, já teve isso).

E, mesmo que seja revelado que tudo isso é o cânone a partir de agora, é bom lembrar que ninguém fez uma lavagem cerebral nos leitores. Tudo que eles leram, todo o prazer que tiveram com o personagem, continua sendo a verdade. Aquilo era a realidade do Universo Marvel e para eles naquele momento. É isso que importa. Ninguém mexeu no que Joe Simon, Jack Kirby, Stan Lee e tantos outros contaram nas últimas décadas. Ninguém rasgou páginas ou queimou revistas em praça pública.

A HYDRA continua sendo nazista.

Confesso que eu já fui esse cara, o do “não, tão acabando com o meu personagem”. Mas, amigo, isso pouco importa. O que é realmente importante é ler uma história empolgante, ser surpreendido, perceber numa página de papel cheia de cores e palavras que tem algo que faz refletir sobre o mundo como um todo. Isso é do caralho. O resto é consequência. O papel, afinal, aceita tudo. O mundo, infelizmente, não.

Neste momento, tem um filho da puta poderoso no cargo mais importante do mundo. Nos gibis. No mundo real. A diferença é que um deles sabe exatamente o que está fazendo.

“Uma última coisa: a coisa mais desrespeitável que eu poderia fazer com os criadores do personagem que eu escrevo seria não contar a melhor história que eu posso fazer”, fechou Spencer. “A segunda coisa mais desrespeitável que eu poderia fazer, se vocês estão imaginando o que é, é fingir que eu falo por aqueles que não estão mais entre nós [Simon e Kirby]”.

 

*Renan Martins Frade é colaborador do Judão, podcast de cultura pop da Central3.

 

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Vaidapé na Rua #02 Previdência

O segundo #VaidapéNaRua na Central3, tocado pela galera da Vaidapé, trouxe mais uma vez um formato mais tradicional do rádio, sempre com a bancada cheia para debates, colunas e opinião. Desta vez, a bancada formada por Ale Marin, Pae Vito e Thiago Xei recebeu o convidado Pedro Borges, do coletivo Alma Preta. Com o gancho da reforma da previdência, o programa falou sobre diversas facetas da reforma, a mídia, o governo e a oposição.

O Vaidapé na Rua vai ao ar às quartas, às 18h, ao vivo (no site da Central 3 e no nosso Facebook). Claro, na sequência o papo fica disponível em podcast (logo todos os feeds estarão disponíveis).

Ouça, baixe, compartilhe e acompanhe mais um programa da casa!

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Fronteiras Invisíveis do Futebol #34 Minas Gerais

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LIBERTAS QUÆ SERA TAMEN!

Do fóssil humano mais antigo das Américas ao nascimento do Rei do Futebol, Minas Gerais sempre foi palco de grandes acontecimentos, entre eles a Guerra dos Emboabas e a Inconfidência Mineira (ou seria Conjuração?), movimento que foi ressignificado após a Proclamação da República, assim como a figura do seu mártir: Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Durante a República Velha foi fundada Belo Horizonte, a nova capital mineira e berço do futebol no Estado. Este período também é conhecido como “Café Com Leite” no qual mineiros e paulistas se revezavam no Palácio do Catete até a Revolução de 1930.

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Chechênia não tão distante

*Por Miguel Rios

Pessoas são mortas e torturadas na Chechênia. Há campos de concentração para acumulá-las e submetê-las a tais crimes. Não são assassinadas por conspirarem contra o governo, nem por tramarem um genocídio da população, ou cometerem agressões a indivíduos. Mas por serem homossexuais. O erro imperdoável é esse. A sentença se dá por isso. A legalização das truculências é por essa condição. O Estado aprova e executa, a sociedade chechena aplaude, o mundo silencia.

Os EUA, que se indignam com outras atrocidades e se autoelegeram a polícia internacional, está imóvel. Seus aliados, que apoiam e justificam qualquer ataque a países do Oriente Médio colocando na conta do terrorismo, se calam. Sobra para poucas ONGs denunciarem e pedirem providências. A imprensa pouco comenta, pouco investiga, menos ainda se interessa. Não se aprova. Mas reagir não se reage.

Não é definitivo, mas é tendência. Quando uma minoria oprimida sofre uma grande agressão, a deslegitimação da violência vem a reboque. O governo checheno avisa que não existem “pessoas desse tipo no país”, que se houvesse “a família daria fim a elas”. Tem quem defenda que são humanos e, portanto, não é necessário frisar a sexualidade, nítida tentativa de apagamento do real motivo e de reconhecimento de que uma violência específica existe. As hegemonias sociais é que despertam emoção. Massacres na Europa que matam vários europeus têm centenas de holofotes em cima. Massacres na África que matam milhares de africanos sem cessar, uma matéria aqui e ali para constar.

Pior ainda é o silêncio. Algum bom samaritano, homem de bem, cristão praticante, generoso e solidário, se perguntou por qual motivo Donald Trump não envia suas tropas para láç Algum bom samaritano, homem de bem, cristão praticante, generoso e solidário, quer que os EUA invadam a Chechênia para salvar os torturados assim como quis para salvar os sírios após o ataque com gás sarín? Algum bom samaritano, homem de bem, cristão praticante, generoso e solidário, se importa com LGBTs? Se sim, onde está esse homem que não forma um grupo, que não tenta montar uma rede, se aliar a quem se indigna como ele e fazer uma corrente maior e maior?

Tem bom samaritano, homem de bem, cristão praticante, generoso e solidário, orgulhoso de si, daqueles que se pronunciam diante de temas assim, torce para que mate todos mesmo. Talvez não assuma publicamente, mas torce. No mínimo, não liga. Acredita tratar-se de limpeza. Trata-se de não pessoas. Gente que não faz falta. Gente que incomoda, que é melhor sem para a Terra atender aos desígnios divinos.

O homem de bem que se uniu a outros e esmurraram um arquiteto no Paraná, em uma festa, até desfigurá-lo. Ou outros homens de bem que perturbaram, xingaram, bateram e expulsaram do condomínio, no Rio, um casal sexagenário, sem deixá-los retornar com ameaças e apreensão das chaves do apartamento.

Esse bom homem de bem não difere muito do homem de bem checheno. O que concorda com seu governo. Por relatos coletados de integrantes da comunidade LGBT chechena um homem foi torturado por duas semanas. “Então convocaram seus pais e seus irmãos para que viesse visita-lo e disseram: ‘Seu filho é homossexual’. A família então retrucou: ‘É a nossa família, então nós faremos’. A família o levou para a floresta, mataram e enterraram ele lá mesmo, sem sequer lhe dar um funeral.”

Morto com menos respeito que a um animal agonizante. Morto para limpar a honra dos parentes. Não muito diferente do que pensam por aqui pais e mães: “Prefiro ver meu filho enterrado que agarrado com outro homem”, “Viadagem é falta de surra”, “Na minha família não tem essa vergonha”…

O ódio lgbtfóbico é sem fronteiras e se assemelha em demasia. Nem sempre é assassino, mas sempre é um estímulo a quem quer assassinar. Não faltam garantias de respeito e aceitação, mas desde que seja na casa vizinha. Não faltam apoio e jura de amizade, desde que o afeto seja reprimido. Raros casos em que é total, em que se despe de cintos afivelados.

LGBTfobia é opressão estrutural. Como tal, é repassada de geração a geração em uma mecânica complexa. Quase nunca, alguém senta com você quando criança e diz: “Viado é pra matar. Tem que bater até ele morrer”. É pela piada que coloca o gay inferior ao hétero e merecedor de agressão: “Bicha não é violentada. Bicha é realizada”. Pelo riso comum que se vincula à ideia de que associar um hétero a algum comportamento gay é ridicularizá-lo. Pelo bullying na escola que mira, com ferocidade e constância, no menino mais feminino e o usa como referência de desonra. No religioso que crucifica como o pior dos pecados. Todo um arsenal ideológico de mísseis disparados sem cessar a todo instante, de todos os lados.

O bombardeio convence, se internaliza e se solidifica. Desintoxicar-se do caldo de ódio é trabalho pesado, esforço contínuo. Até mesmo LGBTs o carregam. Criados nas mesmas sociedades, não escapam do auto-ódio e dos insultos a seus pares. Primeiro passo para se livrar é reconhecer-se envenenado. Segundo passo é avaliar o tamanho da infecção. Terceiro passo é empatia, que é um sentimento humano e qualquer pessoa pode praticá-la. Daí, ir lutando contra si para manter os vermes no porão onde é o lugar deles, caso não consiga exterminá-los de vez. De pronto, é quase impossível.

Quanto tempo teremos para alcançar? E quem sabe? Nessa geopolítica onde a extrema-direita e sua ordem de exclusão a pessoas que considera impuras e problemáticas só ganha vigor e adesões, talvez muitos séculos mais para recuperar o século 21. Um século onde ainda se defende que a Terra é plana, Adão e Eva deram origem à humanidade, índio e quilombola não merecem nada e que trabalhador rural pode ser pago com casa e comida.

Há possibilidades de que possamos voltar a um tempo em que nem mais a introdução cínica “Não tenho nada contra gays, mas…” seja dita, que se passar por contemporâneo seja desnecessário, que o ódio seja liberado, que caçar e matar sejam práticas aprovadas. Como na Chechênia: “Nós sempre fomos perseguidos. Mas nunca foi assim. Agora eles prendem todo mundo, matam pessoas, fazem o que querem, pois sabem que não serão repreendidos por nada já que a ordem de ‘limpar a nação’ dos gays veio de cima”.

 

*Miguel Rios é jornalista, recifense, militante LGBT e filho de Oxalá.

 

 

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