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Zé no Rádio #02 Cláudio Arreguy

Na segunda edição do Zé no Rádio, o trio formado por José Trajano, Paulo Junior e Leandro Iamin recebeu o jornalista Cláudio Arreguy. A mesa falou do filme Era um Hotel Cambridge, das efemérides relacionadas a nomes como Barbosa e Tarantino, do futebol mineiro, da seleção brasileira, das manifestações esvaziadas de domingo e muito mais: futebol, música e política toda segunda-feira, ao vivo, às 20h30, no Zé no Rádio!

Ouça, baixe, compartilhe… e até semana que vem!

 

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Botão #102 Máquina Tricolor do Flu

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Máquina!

O Fluminense montou, em 1975, um timaço. O presidente Francisco Horta trouxe Rivellino, depois Caju, Didi como técnico, e o time, embora não tenha conseguido um campeonato brasileiro, foi bicampeão carioca e deu, mais que taças, sonho e fantasia ao torcedor do Tricolor.

Na história contada por Paulo Júnior e Leandro Iamin neste podcast, tem o Bayern de Munique, bicampeão europeu, chegando ao Rio de Janeiro, o Troca-Troca promovido por Horta que virou até música hilária de Jorge Ben, gol de título aos 14 do segundo tempo da prorrogação, a invasão corinthiana em uma trama única no futebol brasileiro, a volta de Carlos Alberto Torres ao Flu e como zagueiro… Este Fluminense é uma sucessão de boas histórias, e algumas delas estão clicando abaixo.

Foi o maior Fluminense, e também o mais improvável, que já existiu.

 

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O Revoltado Fantasma

Por Leandro Iamin

Parte de minha família mora em um  bairro pouco movimentado de São José dos Campos, interior de São Paulo. Quase nunca tem carro no caminho que faço andando da hora que desço do ônibus até tocar a campainha. São algumas faixas de pedestres e pelo menos um semáforo no caminho. Não é necessário dizer que atravesso o dito cujo sem olhar a sua cor. É evidente que posso cruzar a rua sem causar risco a ninguém, são onze da noite de uma sexta-feira, em poucos minutos um carro também passará e cruzará o sinal vermelho, é só um bairro pequeno numa cidade do interior, o último atropelamento em uma daquelas ruas deve ter acontecido muitos anos atrás.

Pois bem. Compreender que toda norma obedece contextos é diferente de acreditar que existe lei “que pega” e lei que “não pega”. Já parou para pensar em qual é a diferença, afinal, entre algo “proibido” e algo “terminantemente proibido”, ou “expressamente proibido”? Ora, proibido é proibido, mas existem coisas mais proibidas que outras? Sim, existem. Se cai a bola da criança no gramado do condomínio, não importa mais a placa “proibido pisar na grama”. Porque esse tipo de coisa, para desespero dos legalistas preguiçosos de pequenas causas, vem junto de interpretação, contexto. Por mais que doa, para viver é preciso, constantemente, pensar.

Daí que quando – e não vou entrar nesse mérito – uma federação assina que clássicos não terão torcida visitante, esta mesma federação precisa readequar as coisas ao seu redor. Não chego a dizer o que um velhinho dizia, que quando uma merda é feita, dez merdas são necessárias para consertá-la, mas é claro que tirar a torcida visitante de um clássico, esvaziando assim o significado do jogo, demanda outra leitura, de outro ângulo, de quem media o, vá lá, espetáculo. O efetivo policial, por exemplo, tem outro planejamento, certamente bem mais simples, do jeito que eles gostam, tendo que trabalhar o mínimo possível. E o árbitro?

O árbitro não recebeu a informação que era óbvia, e não está convidado a pensar por si. O árbitro é um pedaço do costume atrasado de enxergar regras sem enxergar pessoas, aquela coisa do cumpra-se e pronto, se colocarem no Morumbi uma placa “proibido pisar na grama” ele expulsa os 22 jogadores, e se um jogador marca um gol e comemora provocando uma torcida que não está lá, ele pune como se estivéssemos tratando de um estádio meio-a-meio.

Pois foi isso que aconteceu: um jogador foi punido por provocar uma torcida proibida de estar no estádio. A determinação, que nasceu como reação à uma suposição de que a escalada da violência passava pelo exemplo negativo dos atletas, tem como raciocínio central evitar que um grande número de pessoas se revolte e atire coisas no campo, invada o gramado ou promova algum quebra-quebra. Um raciocínio que perde todo o sentido em jogo de torcida única. Pois regras conversam com regras, uma inviabiliza ou ridiculariza a outra, a criação de uma afeta a existência da outra, mas talvez isso seja difícil demais para federações e árbitros entenderem.

No fim das contas, é isso: o torcedor está proibido de ir ao estádio, mas é tão respeitado pelas autoridades que não pode ser provocado. Nem à distância!

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Erros e acertos das mudanças da Copa do Nordeste

Clubes e federações chegam a acordo para ajustes no maior torneio regional do país. Avaliamos o que melhora e o que piora com as novas regras.

*Por Irlan Simões

Sob o argumento de aumentar o recuperar o nível técnico da competição, e consequentemente a atratividade do torcedor, a Liga do Nordeste se reuniu com CBF e federações para promover algumas alterações nos critérios de CLASSIFICAÇÃO do torneio.

Faço a caixa alta porque o formato de disputa (grupos de 4 clubes, quartas, semis e final) ainda não tem qualquer indício de mudança, em que pese a importância que esse assunto merece ter.

As novas propostas para a Copa do Nordeste receberam muitas críticas desde que as informações começaram a circular, ainda no início do ano. Em 2016 eram muitos os indícios de que alguma coisa seria mexida, e agora, após a reunião do dia 24 de março, foi consumada a reforma da Lampions para 2018 e 2019.

Formato até aqui e seus problemas

Quando retornou em 2013 a Copa do Nordeste estabeleceu que os participantes seriam todos selecionados através dos campeonatos estaduais. Foi a forma encontrada para conquistar o interesse das federações dos sete estados participantes (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

As federações também foram agraciadas com o repasse de 5% dos recursos arrecadados, pela Liga do Nordeste (associação dos clubes) em cotas televisivas e eventuais patrocinadores. Esse valor vai aumentar para 10% do total com a mudança que ocorre em 2015.

Os participantes da nova Copa do Nordestes seriam, portanto, os campeões e vice-campeões estaduais do ano anterior à disputa, totalizando 14 clubes. Os 15º e 16º clubes seriam os terceiros colocados de Bahia e Pernambuco, favorecidos por sua posição no ranking de federação da CBF.

Na terceira edição da “nova era” do Nordestão os clubes dos estados do Maranhão e Piauí foram finalmente inseridos no torneio, corrigindo uma exclusão histórica. A exclusão se justificava porque esses estados historicamente se localizaram na “região Norte” da geopolítica da CBF.

Com a entrada dos campeões e vices dos estaduais maranhense e piauiense, a competição passou a ter 20 clubes, divididos em 5 grupos. Esse novo formato exigiu uma mudança no processo de classificação para as quartas de final: passavam os cinco campeões de grupos e os três melhores segundos colocados. Esse formato manteve um problema e criou outro.

Primeiro não alterou a questão da disputa simultânea do estadual e da Copa do Nordeste. Esse problema acarretou na desclassificação prematura de grandes clubes locais, por disputarem fases decisivas dos dois torneios ao mesmo tempo, deixando-os de fora da Lampions dos anos seguintes, como aconteceu com Santa Cruz, Vitória e Ceará. Por outro lado, fez com que os grupos dos torneios ficassem mais desequilibrados, “espalhando” as grandes rivalidades interestaduais. Uma vez que se criou um novo grupo, os desequilíbrios também aumentaram.

O critério de classificação pelo estadual acarretava, quase sempre, na ausência de um clube de qualidade, que estava disputando Série A, B ou C. Isso ocorre porque estados como Paraíba e Alagoas (não favorecidos com três vagas) possuem mais do que dois times tradicionais e de boa torcida.

Guarde essa informação: esse problema poderia ser solucionado pela criação de uma segunda divisão do torneio regional. Lá para frente veremos a importância disso novamente.

Mudanças para 2018 e 2019

De forma sintética, as mudanças que foram aprovadas para as duas próximas temporadas são referentes ao critério de classificação. Em suma, é como se ainda classificássemos 20 clubes, mas apenas 12 deles teriam vagas diretas na parte regular do torneio. 8 seriam classificados para aquela que já podemos chamar de “pré-Nordestão” ou “pré-Lampions”.

Há diferença profunda entre o que acontecerá em 2018 e 2019. Então temos que explicar separadamente.

Em 2018 os 12 classificados automaticamente serão:
– Todos os 9 campeões estaduais
– Vice-campeões de Bahia, Pernambuco e Ceará (agraciados pelo ranking)
Esses 12 clubes se juntarão aos 4 vencedores do pré-Nordestão:
– Vice-campeões dos outros 6 estados (SE, AL, PB, RN, CE, MA, PI)
– Terceiros colocados de Bahia e Pernambuco.

Os confrontos desse pré-Nordestão deverão se dar, provavelmente, por sorteio.

Já em 2019 os 12 classificados automaticamente serão:
– Todos os 9 campeões estaduais
– Melhores ranqueados de Bahia, Pernambuco e Ceará.

Esses 12 clubes se juntarão aos 4 vencedores do pré-Nordestão:
– Melhores ranqueados dos outros 6 estados (SE, AL, PB, RN, CE, MA, PI)
– Segundo melhor ranqueado de Bahia e Pernambuco.
Como se pode notar, a diferença de 2018 para 2019 é que, salvo os campeões estaduais, prevalecerá o ranqueamento dos clubes para as 7 vagas que não serão dos campeões, incluindo aí a totalidade dos competidores do pré-Nordestão.

Vale lembrar se trata do Ranking Nacional de Clubes (RNC) da CBF, que pontua principalmente pelo desempenho em competições nacionais. Aqui reside boa parte dos problemas que cercam o futuro da Copa do Nordeste. Façamos então esse balanço, para evitar críticas exageradas e descoladas da realidade.

Balanço dos Erros e Acertos

Apontarei os pontos positivos e os negativos, justificando as suas validades ou equívocos.

Acerto 1: Redução para 16 clubes. Essa medida dá espaço para uma futura mudança de formato na competição, uma vez que preveria um número mais adequado de datas diante da realidade do futebol brasileiro. Além disso, retoma a competitividade do torneio: de 2015 para cá não faltaram “sacos de pancada”.

Erro 1: Manutenção do sistema de grupos. Como não houve comentário de nenhuma autoridade sobre a mudança do formato do torneio, podemos considerar que ele se manterá, o que seria uma oportunidade perdida. A melhor época da Copa do Nordeste foi nos anos de 2001 e 2002, quando os 16 clubes se enfrentavam em jogos de idas e os quatro melhores iam às semifinais.

Acerto 2: Pré-Nordestão. Considerando a participação do Uniclinic em 2017, que se juntou a vários outros exemplos de “saco de pancada” em torneios anteriores, o pré-Nordestão faria um filtro maior dos postulantes à taça. Muitos clubes conquistavam a classificação, embolsavam os 600 mil das cotas televisivas (valor alto para clubes de menor porte) e notavelmente não investiam em elencos competitivos.

Erro 2: Não criação de uma Serie B. Acompanhando o erro anterior, quando em 2002 se instauraria o sistema de rebaixamento do último colocado (não aplicada pela extinção do torneio provocada pela CBF). Seria a solução mais prática para o problema que está se instaurando com a aplicação do “ranqueamento”.

Acerto 3: Datas separadas dos estaduais. Não há confirmação, mas considerando as queixas de Evandro Carvalho, presidente da federação pernambucana, acompanhado de posições tímidas de alguns outros dirigentes, a Copa do Nordeste deve deixar de ser disputada em paralelo aos estaduais, concentrando importância e foco das equipes em

Erro 3: Ranqueamento. Não há razão para criar “cadeira cativa” para os grandes da região. No modelo previsto para 2019 a vaga de Vitória e Bahia, Sport, Santa e Náutico e do Ceará estariam praticamente garantidas independente das circunstâncias. Isso causaria um efeito colateral monstruoso em outros estados, principalmente aqueles que possuem mais de dois clubes tradicionais. (Obs: o Náutico ainda poderia ficar fora caso o campeão estadual não fosse um dos grandes).

Acerto 4: Futura mudança?. É uma aposta que faço. O sistema do ranqueamento pode significar a formatação de uma mudança futura, que talvez esteja sendo encaminhada. Não faria tanto sentido manter quase metade das vagas compostas por ranqueamento sem aplicar de forma definitiva um sistema de rebaixamento e promoção. Talvez estejamos vendo um processo polêmico de desgarramento dos estaduais, que não seria necessário em edições futuras, o que é um acerto.

Erro 4: Ranqueamento 2. Com o benefício de 3 vagas para Bahia e Pernambuco e a obrigatoriedade da disputa do pré-Nordestão para seis estados; o Ceará ficou numa situação delicada: o campeão e o melhor ranqueado vão diretamente para as fases decisivas, isso o insere na distorção que pode ocorrer em outros estados, a ver.

Erro 5: Ranqueamento 3. Em Alagoas, caso o tradicional e popular CSA seja vice-campeão estadual, perderá a vaga para o ASA ou o CRB inevitavelmente, mesmo que esses sejam rebaixados. Na Paraíba mesmo ocorrerá ao Campinense. Em Sergipe o mesmo acontecerá com o C. S. Sergipe. O RNC da CBF não acompanha a conjuntura local, e tende a expulsar alguns clubes muito tradicionais que tiveram más fases nos anos recentes. No caso do Ceará, caso o Fortaleza perdesse o título para o Uniclinic, perderia a vaga para o rival Ceará, que ficou em quinto.

Desacordos

Logo após a circulação das informações sobre as mudanças aprovadas pela CBF junto às federações e aos clubes, uma posição conjunta de FPF, Náutico, Santa Cruz e Sport trouxe preocupação. Os clubes alegam que o regulamento só poderia ter sido alterado por unanimidade.

A postura de intransigência ligou o sinal amarelo na Liga do Nordeste. A ausência dos pernambucanos obviamente inviabilizaria economicamente a competição. Recife tem a maior e mais populosa região metropolitana da região, o que causaria a fuga de patrocinadores e a quebra de uma série de contratos. Por isso tendem a usar do poder de barganha para conquistar maior espaço.

É certo que os três clubes de massa do estado estão entre as grandes forças região ao lado de Vitória, Bahia e Ceará; mas a insatisfação parte principalmente de uma demanda que beira à mesquinhez: a garantia de três vagas diretas na fase principal da competição.

Isso se dá porque os pernambucanos acreditam estar perdendo direitos diante da entrada automática dos campeões de Piauí e Maranhão. As três vagas automáticas de 2013 até 2017, seriam trocadas por duas vaga automáticas e mais uma do pré-Nordestão.

Como política é um exercício de demonstração de poder, é meio compreensível a postura dos pernambucanos. Mas, convenhamos: o terceiro pernambucano teria tamanho receio de não passar contra vice-campeão de qualquer outro estado nordestino?

Mais uma vez, a Copa do Nordeste se vê em uma encruzilhada de egos, vaidades e mesquinharias. O torneio com imenso potencial para se tornar a terceira principal competição do futebol brasileiro, vai deixando de se fortalecer por conta dos próprios erros.

Em tempos de instabilidade política no futebol nacional, a unidade dos clube em torno da Liga do Nordeste seria uma imensa arma para a diminuição das desigualdades econômicas que prejudicam os grandes clubes e as grandes torcidas da região.

Perdemos todos os amantes do futebol nordestino e da Lampions League.

 

*Irlan Simões é jornalista, mestre em Comunicação (UERJ) e pesquisador do futebol. Participa do programa Baião de Dois.

 

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Conexão Sudaca #122 Derrota Celeste

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Perdió Uruguay, ganó Brasil!

Como cantava El Cuarteto de Nos – que lançaram o single Gaucho Power no mês passado – “el fútbol da revancha”, algo que os hinchas uruguayos aguardam desde 2001, quando La Celeste ganhou pela última vez do Brasil com o gol solitário do Pelusa Magallanes. Para tratar deste e outras temas do fulbo, convidamos o jornalista Gustavo Martín, do suplemento esportivo Referí

Também recebemos a visita do ouvinte João Pedro Simões, direto do Rio de Janeiro, e comentamos o restante da 13ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. No cardápio musical, ouvimos o registro EN VIVO da banda uruguaia Trotsky Vengarán e nos despedimos de Sebastian el Monstruo Cordobes.

 

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Xadrez Verbal #88 Carne Fraca

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ATENTADO DE LONDRES E OS MUÇULMANOS BRITÂNICOS, GIRO PELA VIZINHANÇA

Prepare o seu rodízio de churrasco apenas com carnes importadas, receba autoridades estrangeiras e tire fotos horríveis! Quem nunca teve um fim de semana desses? Nós e o economista Daniel Sousa trazemos tudo que você precisa saber sobre os impactos internacionais da Operação Carne Fraca; o tamanho que o Brasil ocupa nesse mercado, a quantia de dinheiro que esse comércio envolve e as possíveis represálias internacionais. Ainda sobre nossa política externa, falamos da ligação entre Temer e Trump e da abstenção brasileira em relação ao Irã.

Passamos pela nossa vizinhança, especialmente os hermanos argentinos, com dois assuntos importantes. Primeiro, o apoio popular aos professores em greve; segundo, a confirmação de que Cristina Kirchner será julgada. Também fomos até o Reino Unido, onde mais um atentado terrorista levantou o debate sobre as comunidades islâmicas dentro da Europa.

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Dibradoras #72 Rugby do amor

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Rugby do amor

Recebemos em nosso estúdio Isadora Cerullo, a Izzy, jogadora da seleção brasileira de rugby e sua noiva, Marjorie Enya. As duas protagonizaram um dos momentos mais marcantes da Rio-2016: um pedido de casamento gay dentro dos Jogos Olímpicos!
Falamos sobre o início da carreira de Izzy, que estudava para ser médica, mas aos 19 anos experimentou o rugby e nunca mais largou. “Eu já nasci dibradora! Meu pai colocou uma bola de futebol no meu pé e eu joguei o esporte a minha vida toda, mas na faculdade eu conheci o rugby e me empolguei”, afirmou a convidada que nasceu em Nova Jersey, nos EUA, mas é filha de pais brasileiros.
A atleta – formada em Biologia e em Direitos Humanos – contou toda sua saga de mudança para o Brasil, os testes na CBRU para se tornar uma atleta profissional, a persistência para se tornar titular da equipe e sobre a experiência de jogar em uma Olimpíada.
Antes de falamos sobre o pedido de casamento, Marjorie nos contou como foi o início do relacionamento com a jogadora. Ela trabalhava como gerente da seleção brasileira de rugby e não era a favor da vinda de Izzy para a seleção brasileira. “Quase sabotei a vinda da Isadora pro Brasil porque eu era contra a ideia de trazer gringos para jogar na seleção. Achava mais justo dar chance para quem estivesse aqui, praticando a modalidade no país”. Mas o destino traiçoeiro tratou de agir e elas se apaixonaram.
O pedido de casamento foi muito apoiado pelos amigos, voluntários, Confederação e ganhou destaque mundial. Marjorie frisou a importância da representatividade que o ato carrega para que muitas outras pessoas possam encarar o amor entre pessoas do mesmo sexo como algo normal.
Destacamos também os jogos da Champions League Feminina e o amistoso da seleção feminina contra a Bolívia marcado para abril.

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Travessia #58: Bichos

Animal!

Gato, cachorro, pato, elefante, cavalo-marinho e muitos pássaros. Tem pra todos os gostos.

Falar de um animal pode ser uma crítica social, um sintoma de saudade ou simplesmente uma homenagem a um bicho mesmo.

É sobre o mundo animal o Travessia dessa semana.

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Breve história do futebol uruguaio

*por Paulo Junior

Walter Ferreira não se conforma.

É início da prorrogação entre União Soviética e Uruguai, começo de tarde no Estádio Azteca, quartas-de-final da Copa do Mundo de 70, e o ponta-esquerdo celeste Julio Morales é substituído nos primeiros minutos da prorrogação. Em seu primeiro jogo no torneio, suporta o tempo regulamentar, mas dá lugar a Alberto Gómez, ¿Gómez?, ¿por qué?

Walter Ferreira sabe.

É uma mesa de jovens fisioterapeutas, uns estudantes, outros já dando seus primeiros passos dentro do futebol, apaixonados pela vocação e pelo jogo, o mate à cerveja, mas Walter bebe água, muita. Aquela partida já começou estranha, ninguém nos entende. Durante o hino uruguaio, o time da URSS se desalinhou da cerimônia do encontro, foi aquecer para o meio do campo, se espalhou como se espalham os jogadores aos finais dos hinos nacionais, mas não. É o hino do Uruguai, mi amigo, ainda não acabou, como não sabem? Ninguém se importa com a gente. Não bastasse Paris, Amsterdã, Rio de Janeiro? Rio de Janeiro. Walter adoraria estar no Maracanã, mas no chute de Gigghia seus pais ainda estavam a decidir sobre o filho. Nasceu no ano seguinte, com pouco talento para chutar bolas. Pouco importava agora, afinal.

Faz frio e ele sabe. Morales claramente não se recuperou da cirurgia no joelho. O Morales, do seu Nacional, 11 às costas, saiu, e Walter se sufoca com impressão de que só ele está percebendo. O joelho de Morales. Não está legal, não vai dar desse jeito. Soca a mesa em silêncio, não é possível. A mais importante semana desde julho de 50 e não se deram conta que Morales precisa de um tratamento intensivo, fora do normal, de madrugadas dedicadas ao joelho, como se nada mais importasse, absolutamente nada pudesse ser maior que a força na perna da esperança uruguaia rumo ao tri. O que nos resta? Sai Dagoberto Fontes, entra Victor Espárrago. Ah, Nacional, vamo, Victor.

Walter perde um pouco a atenção ao jogo. O joelho de Morales. Treze minutos de prorrogação e vamos de Espárrago e Gómez, mas ¿Gómez? Saca uma caneta do bolso da camisa e abre o guardanapo branco. Rabisca uma circunferência e sai puxando as linhas daquilo que lembra desde as primeiras aulas, sua maior paixão: ligamento cruzado anterior, côndilo lateral do fêmur, tendão do poplíteo, ligamento colateral fibular, menisco lateral. Suspira com um ataque soviético mas não tira a tinta do papel, contorna todo o joelho improvisado, alcança o ligamento cruzado posterior lá do outro lado, é fim do primeiro tempo, queria estar na Cidade do México.

Ninguém merece uma prorrogação de um jogo em junho, ao norte, começando ao meio-dia. Walter ama Cubilla, mas tem dúvidas se ele vai dar conta de mais quinze minutos. Só nos resta Luis, alguém concorda. E faltando três minutos para o sofrimento virar disputa por pênaltis, é ele, Cubilla, quem causa um grande prejuízo ao pequeno refeitório estudantil da Universidade de Montevidéu – copos, cadeiras, pratos de sobremesa. Sim, o gol é de Cubilla, ainda que as fichas técnicas não apontem para o seu nome. Num lance que parecia controlado pela defesa europeia, El Negro se enfia no meio das pernas do zagueiro Valentin Afonin para trazer para o campo uma bola que tinha como destino certo o passar do tempo na linha de fundo. Em Moscou, é unanimidade: a pelota saiu. E o resto é história. Cubilla se multiplica e contorna o beque para cruzar na cabeça de Espárrago, presenteado por levar a celeste às semifinais. Gol do Nacional, gol do Uruguai. Adiós, socialistas.

De domingo a quarta, Walter só pensa no maldito joelho de Morales. Bendito, melhor dizendo. Queria vender tudo e subir ao México, precisava ajudar, mas tudo o quê? Não foi a aula na manhã seguinte. Estudava o time do Brasil, cruzava os dados, analisava os pesos e medidas, previa os encontros, de Gérson e Maneiro, de Castillo e Clodoaldo. Sabia que os brasileiros eram melhores, mas sabia sobretudo que o joelho de Morales teria pela frente o capitão Carlos Alberto. Uma máquina na posição, 26 anos a serem completados dali uns dias, vigor físico impressionante. E, de fato, não deu. Cubillas ainda abriu o placar e o Uruguai se classificava à final da Copa do Mundo por quase meia-hora. Mas Tostão achou Clodoaldo, e depois vieram os gols de Jairzinho e Rivelino. Sobre Pelé, Walter tinha certeza que lembrariam da dança diante de Mazurkiewicz, quase nada da cotovelada em Fontes. Walter sabia muito sobre tudo aquilo: era um jogo sujo também, de cotovelos e mordidas. De dores nos joelhos, de dores na alma. De amor e sofrimento, de delícia e solidão. De escolhas. Para quem veio da terra de Obdulio e Galeano, não era tão difícil saber que o futebol valia mais que a vida. Do México, em 1970, teve a certeza de que iria também dedicar a sua própria.

*Walter Ferreira se tornou fisioterapeuta da seleção uruguaia em 1980. Em 2014, interrompeu um tratamento de câncer para vir à Copa do Mundo. Conseguiu recuperar Luis Suárez, principal jogador uruguaio e ausente na estreia, para depois de um problema no joelho marcar os dois gols da vitória sobre a Inglaterra em Itaquera, São Paulo. Walter Ferreira morreu em 2016, aos 65 anos.

*Paulo Junior é jornalista, cineasta, escritor e o responsável por alguns podcasts da casa.

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Trivela #120 Goleada do Brasil

O podcast Trivela, agora todas as quintas-feiras, aconteceu nesta noite depois do jogo entre Uruguai e Brasil no Centenário. Paulo Junior, Leandro Iamin, Bruno Bonsanti e Felipe Lobo falaram da ótima sequência do time de Tite e das grande vitória por 4 a 1 na casa do visitante. Vem com a gente!

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Cine #47 Tiradentes Pt. 2

O Central Cine Brasil nesta semana vive uma programação especial: dois programas entrevistando diretores em cartaz na programação paulistana da Mostra de Cinema de Tiradentes, que começa nesta quinta-feira, 23 de março.

Nesta segunda parte, Paulo Junior conversou com Thiago B. Mendonça, vencedor de Tiradentes-2016 com ‘Jovens Infelizes ou Um Homem Que Grita Não É Um Urso Que Dança’ e agora em cartaz com o longa infantil ‘Um Filme de Cinema’. Na sequência, o estúdio recebeu Bruno Mello Castanho e Adriana Barbosa, diretores do curta ‘Ferroada’, também em cartaz na mostra.

Para acessar a primeira parte do podcast, que falou com os diretores de ‘Entre os Homens de Bem’ e ‘Intimidade Pública’, clique aqui.

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