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Xadrez Verbal #56 Golpe na Turquia

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ATENTADOS NA ALEMANHA, CONVENÇÃO REPUBLICANA

Edição longa, com muita atenção para o golpe na Turquia. Foi golpe? De quem? Por qual motivo? Quem ganhou? Vamos explicar alguns conceitos e alguns elementos importantes para tentarmos entender tudo que se passou na última semana em um dos países de localização mais estratégica no mundo. O que podemos concluir, hoje, é: o maior vencedor foi o presidente Recep Erdogan, conhecido como Erdogollum.

Nosso convidado Alexander Stahlhoefer mandou um drops diretamente da Alemanha, contando um pouco da repercussão e do clima por lá após o atentado em um trem, realizado por um homem com uma faca e um machado. Passamos também pela convenção republicana nos EUA, em que Donald Trump aceitou a candidatura pelo partido ao cargo de presidente.

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Teoria Geral do Esquecimento

*por Victor Faria

Eusébio morreu durante o sono. Nas últimas semanas comia pouco, o pouco apetite explicava o fato de ter vivido os primeiros anos. Experiências em laboratórios demonstram que a expectativa de vida de ratinhos sujeitos a uma baixa dieta de calorias aumenta consideravelmente.

Pela manhã, ao acordar, ele já estava descansando.

Sua mulher sentou-se no colchão, em frente à janela aberta. Abraçou os joelhos magros. Ergueu os olhos para o céu, onde, pouco a pouco, se iam desenhando percalços de nuvens encarnadas. Galinhas cacarejavam no telhado. Um choro de criança subia do andar inferior. Flora sentiu o peito esvaziar-se.

Alguma coisa escapava de dentro dela e deslizava depois pelo cimento frio. Perdera o único ser no mundo que a amava, o único que ela amava, e não tinha lágrimas para o chorar.

Ergueu-se e esmurrou uma das paredes, ainda limpas, no quarto de visitas.

Eusébio morreu durante a noite. Tudo agora é tão inútil. O olhar dele acarinhava, explicava, sustinha.
Subiu vagarosamente ao terraço. O dia expandia-se num bocejo morno. Talvez fosse domingo. Parecia ser domingo. As ruas estavam quase desertas. Viu passar um grupo de mulheres vestidas de preto, carpideiras a antecipar a dor nacional. Uma delas, ao avistá-la, ergueu a mão numa condolência prática e infeliz.

Flora recuou.

Podia saltar, pensou. Avançaria. Subiria ao parapeito, tudo tão simples.

As mulheres, lá em baixo, vê-la iam um instante, sombra levíssima, a adejar e a cair. Recuou, acuada pelo azul, pela imensidão, pela certeza de que continuaria a viver, mesmo sem nada que desse sentido à vida.
A morte gira ao redor, mostra os dentes, rosna. Vem e se estabelece. Esquece daqueles que acompanham, mas não partem. A noite. Outra vez é noite. Tem-se contado mais noites do que dias. A noite se desdobra em duas. Chove, tudo transborda. De noite, é como se a escuridão cantasse diretamente pra ela. A noite subindo e ondulando, devorando as horas, os prédios. Pensa, outra vez, naquele menino a quem devotou com amor. Passeava por Lisboa. Os que nele demoram o olhar nunca mais se esquecem. A impressão era que acabara de sair de uma tela de Modigliani.

***

Parece mais fácil ter fé em Deus, não obstante ser algo para além de nossa limitada compreensão, do que na arrogância da humanidade. Durante anos, afirmou-se crente por preguiça. Seria difícil explicar aos seus sua descrença. Tampouco acreditava nos homens, mas isso as pessoas aceitam com facilidade. Compreendi ao longo dos últimos anos que, para acreditar em Deus, é forçoso acreditar na humanidade. Não existe Deus sem humanidade.

Continua a não acreditar, nem em Deus, nem nos homens. Desde que Eusébio morreu que cultua seu espírito. Conversa com ele. Julga que a escuta. Acredita nisso por puro esforço de imaginação, muito menos da inteligência, mas por empenho do que dizem ser desrazão.

Conversa consigo mesma. Como, aliás, os santos, aqueles que se vangloriavam de conversar com Deus. Nisso, soa menos arrogante. Conserva consigo a alma doce de seu companheiro. Em todo caso, são conversas que a fazem bem.

***

Naquela manhã Flora estava muita agitada. Talvez fosse reflexo da euforia dos mortais. Dos que gastam sonhos em glórias alheias. Que são o todo e o nada. E por isso gritavam.

Horas mais tarde, através da janela da sala, pode ver um homem correndo. Um tipo alto, magérrimo, incrivelmente ágil. Três combatentes perseguiam-no a curta distância. Populares nas esquinas, o coro em sinfonia disparada. Em escassos segundos havia uma multidão em seu encalço. Reparou quando, preparando o chute, o horizonte expandiu-se diante do homem diante das possibilidades. Pode perceber a bola rolando em guiada condição, esquivando-se dos inimigos e morrendo no fundo da rede. A turma alvoroçada ia alcançá-lo, estava à distância de um braço, quando o homem retomou a fuga. Nessa altura já um segundo grupo se formava, metros adiante. O homem conseguiu acertar a bola por uma ruela estreita.

Talvez, se tivesse visto a partir do alto não faria. Mas está feito. O feito.

Os populares o alcançaram. Saltaram sobre seu corpo magro. Ajudaram o homem a erguer-se, mantendo-o em pé. Outros homens gritavam ordens, procurando serenar os ânimos. Por fim, lá conseguiram fazer recuar a multidão.

Há muito não tem o hábito com o mundo lá fora. Há semanas que nem rádio escuta. Mal consegue saber o que se passa.

Já era alta noite quando Flora acordou com tiros. Através da mesma janela da sala, viu o homem magérrimo a correr. Escutou gritos vindo do apartamento ao lado. Homens discutindo e se embebedando.

Depois, silêncio. Não conseguia dormir. Às quatro da manhã subiu ao terraço. A noite, como um poço, engolia estrelas.

Então viu passar uma carrinha de caixa aberta trazendo cadáveres que foram alcançados.

***

Na parede da sala de visitas estava pendurada uma aquarela representando toda a equipe encarnada. Flora conhecia o artista, um tipo brincalhão, divertido, velho amigo do marido. Ao princípio odiou o quadro, via nele o resumo de tudo que a horrorizava. Os jogadores perfilados em campo, os semblantes alheios à condição social. Depois, pouco a pouco, ao longo dos compridos meses de solidão e silêncio, começou a ganhar afeto por aquelas figuras impávidas, em redor de uma bola, como se a vida merecesse tanta seriedade.

Queimou as mobílias, milhares de livros, queimou toda forma de memória e constatação. Foi só quando se viu desesperada que retirou a moldura da parede. Ia para arrancar o prego, por questão estética, porque lhe parecia mal o prego ali, sem serventia, quando lhe ocorreu que talvez aquilo, aquele pedaço de metal, segurasse a parede. Talvez sustentasse todo o edifício. Quem sabe, arrancando o prego da parede, ruísse a cidade inteira.

Não o fez.

***

Escreve tateando letras, são suas últimas palavras. Experiência curiosa, pois não pode ler o que escreve.

Não escreve para si.

Os dias deslizam como se fossem líquidos. Escreve para quem já foi. Talvez, num desvão de tempo, seja possível ler as linhas que vão se traçando. Cega, enxerga melhor que antes, que todos. Chora pela infinita estupidez dos homens. Teria sido tão fácil abrires a porta, tão fácil saíres para a rua e abraçares a vida, os seus. Espreita a multidão pela janela, como uma criança que se debruça sobre a cama na expectativa de sonhos.

Sonhos. As pessoas nas ruas. A multidão em festa. A sua gente.

Pensa em Eusébio. Odeia a ideia a princípio, depois começa a apreciar. Lamenta tanto o tanto que ele perdeu.

Mas não é idêntica a infeliz condição da humanidade?

***

E nos sonhos tudo começa.

Eusébio era ainda um menino. Estava sentado numa praia de água branca. Éder, estendido de costas, com a cabeça pousada em seu regaço, olhava o mar. Falavam de passado e futuro. Confundiam recordações.

Riam da estranha condição que os unia, como haviam se conhecido. O riso dos dois sacudia o ar, como um fulgor de aves na manhã dormente. Então, Eusébio ergueu-se:

Nasceu o dia, Éder. Vamos.

E avançaram ambos em direção à luz, rindo e batendo bola, como quem entra num terreno baldio.

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Travessia #27 Literatura & Poesia

Tudo prosa, todo verso

Versos, estrofes, estribilhos, sonetos, trovas… quanta vida a palavra ganha quando cantada? A música, a literatura e a poesia são grandes amigas. E é sobre essa amizade o tema do Travessia desta edição: os poemas musicados e os livros discutidos em grandes obras da música brasileira.

Neste programa:

– Caetano Veloso e o amor táctil pelos livros, como os fumantes e seus cigarros;

– Secos & Molhados no tom perfeito para o poema de Vinícius de Moraes;

– Renato Teixeira e Rolando Boldrin interpretam João Cabral de Melo Neto musicado por um jovem Chico Buarque, que ainda não sabia se seria músico ou arquiteto.

– O pessoal do Ceará: Belchior entre Dante Alighieri e Olavo Bilac; Fagner fase cult dignificando Cecília Meirelles.

– A magistral homenagem de Paulo César Pinheiro a seu ídolo Guimarães Rosa e que a Ditadura não gostou, na voz de Clara Nunes.

– Péricles Cavalcanti e sua grande afinidade entre músicos e poetas concretistas;

– José Miguel Wisnik na bem sucedida versão de Gregório de Mattos na voz de Mônica Salmaso.

– Pato Fu e uma sensível homenagem a Clarice Lispector.

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Judão na Comic-Con 2016: Dia #02

O maior evento de cultura pop do universo continua em San Diego e, pra começar o segundo dia de cobertura da Comic-Con, Borbs, Vivian Breda, Thiago Cardim, Henrique Landim e Renan Martins Frade comentam, analisam e PROFETIZAM baseado no que se viu e ouviu nos paineis de Luke Cage, com as principais novidades das séries Marvel / Netflix, tipo Punho de Ferro, Defensores e Justiceiro; Snowden, filme de Oliver Stone, com as liberdades individuais no centro das atenções; e Trolls, filme fofinho que, de repente, se torna divertidíssimo e importante… Porque, sabe como é: representatividade IMPORTA.

E cultura pop também é isso. 😉

Aperte o play e ouça e, neste sábado, acompanhe AO VIVO o nosso resumão diário, a partir de 12h00, aqui na Central3! E não deixe de seguir o @JUDAOcombr no twitter, instagram e Snapchat para acompanhar tudo direto de San Diego, em tempo real. \o/

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Dibradoras #46 Caroline Kumahara

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~Dibras no ar!

“Bolinha vai pra lá, bolinha vai pra cá…. têêênis de meeeesa!”

Neste podcast, Maiara Beckrich, Renata Mendonça e Roberta Nina receberam Caroline Kumahara, a melhor mesa-tenista brasileira da atualidade.

Carol nos contou como migrou do futsal para o tênis de mesa, ainda criança e nos falou um pouco sobre sua rotina de treinos, seleção brasileira, expectativas para os Jogos do Rio e cobertura da mídia em torno das atletas mulheres. “A gente treina tanto para aparecer com resultados e aí vem a mídia e mostra só o que os homens querem ver. A imprensa só se importa com o que é importante para o público masculino, toda nossa luta não conta”. Caroline também nos falou sobre sua orientação sexual e como faz para ~dibrar o preconceito que existe em torno da causa LGBT.

Destacamos também o último amistoso da seleção feminina de futebol antes dos Jogos Olímpicos, contra a Austrália, sobre a exposição “Futebol nas Olimpíadas” no Museu do Futebol e sobre a passagem da tocha olímpica por São Paulo.

Pode apertar o play!

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Judão na Comic-Con 2016: Dia #01

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 Comic Con!

Começou a San Diego Comic-Con 2016, o maior evento de cultura pop do universo! Com equipes em São Paulo e na Califórnia, o JUDÃO discute e analisa o que já foi e o que ainda será visto.

Nesse primeiro programa, só pra aquecer, Borbs, Vivian Breda, Thiago Cardim, Henrique Landim e Renan Martins Frade falam sobre Esquadrão Suicida, Mulher-Maravilha e The Walking Dead, já se preparando para Luke Cage e as novas séries da parceria Marvel / Netflix. 🙂

Aperte o play e ouça e, nessa sexta, acompanhe AO VIVO o nosso resumão diário, a partir de 12h00, aqui na Central3! E não deixe de seguir o @JUDAOcombr no twitter, instagram e snapchat para acompanhar tudo direto de San Diego, em tempo real. \o/

@borbs

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Mesa Oval #26 Flávio Santos

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De Dubai!

Direto de Dubai! O Mesa Oval #26 recebeu nesta Flávio Santos, ex treinador da seleção feminina, ex jogador do Brasil e educador nos Emirados Árabes Unidos, uma verdadeira lenda do rugby.

Tivemos também a presença ilustre de Daniel Venturole, estreando no programa ao vivo. Falamos de história, seleções brasileiras, Jogos Olímpcos e muito mais!

Além, é claro, do Momento Legal de Luís Mourão e uma entrevista especial com o sul-africano Chester Williams, campeão do mundo em 1995, que esteve no Brasil.

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Fronteiras Invisíveis do Futebol #17 Islândia

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Íslands þúsund ár!

Atendendo a pedidos, fomos até à Islândia! Depois de uma campanha surpreendente da seleção islandesa na Euro 2016, em que ficou em oitavo na classificação geral, após eliminar a Inglaterra e levando cerca de 10% (sim, você leu direito) de sua população aos jogos, o mundo inteiro se comoveu com o futebol da ilha. Que não é só futebol!

Você vai conhecer um pouco mais da recente História do recente país; dois recentes juntos ficou estranho? Você vai entender. A presença nórdica, os colonos vikings, a cristianização do país, a União de Kalmar, que unificou todos os países nórdicos. Com as guerras mundiais, chega a autonomia e a independência, em forma de república, separada da Dinamarca.

Aí falamos da Guerra Fria, sua importância estratégica e as guerras do bacalhau com o Reino Unido. O intercâmbio entre pescadores britânicos e islandeses explica justamente a presença do esporte bretão na ilha, que tem seu campeonato desde 1912! Os principais campeões e jogadores e o histórico do futebol islandês estão aqui, claro. Fechamos o programa com o referendo da crise de 2008, além de muitos erros de pronúncia de nomes impossíveis. Ouve aí o seu podcastsson!

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Judão #38 Putaquepariu!

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PQP
Completando DEZESSEIS anos de vida e passando pela segunda maior mudança da história, o JUDÃO volta aos primórdios da Internet, antes até da chamada bolha, pra visitar não só as origens do site como a de outros tantos que fizeram ainda fazem sucesso na internet Brasileira.
Acredite… Tudo começou na Putaquepariu. Ponto com.
O nosso Thiago Cardim volta aos tempos em que era El Cid e Carlinho e Carmem Cristina e, ao lado de Paulo Martini, o eterno Fanboy, contam para o Borbs a história de um dos melhores conteúdos já produzidos na internet Brasileira, da ideia inicial ao fim melancólico causado por aquilo que chamam por aí de “vida”. 🙂
LINKS
Já viu o novo JUDÃO?
Putaquepariu.com no Wayback Machine

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Thunder #110 Sarah Oliveira

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Música ao vivo, papo do bom!

 

Sarah, Sarinha, Saríssima… Sarah! Sarah Oliveira, ela mesma, foi a responsável por trazer os marshmallows para a fogueira semanal de Luiz Thunderbird. Amigos de longa data, de MTV e de tantos outros cantinhos do mundo e do afeto, Sarah falou de balé, do começo radialístico, de Ana Maria Braga sem papagaio, vitrola e sons preferidos…

O passeio é pela carreira e pela vida, pelos gostos e amizades desta figurinha que ricocheteia pela GNT e está no coração de quem assistiu o auge da MTV. Com Leandro Iamin e Xico Malta completando a escalação, tudo que ela falou você confere aqui e agora.

 

 

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Baião de Dois #25 Paraíba, sim senhor!

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NEGO!

Gil Luiz Mendes e Maurício Targino receberam neste programa o editor de esportes da TV Correio, de João Pessoa, Wanhilton Pessoa para falar da atual fase do futebol paraibano. O Campinense torce para o Santa Cruz se classificar na Copa do Brasil para poder ganhar a vaga na Sul-Americana, podendo ser o primeiro representante da Paraíba em uma competição internacional. Outro time do Estado que está bem na atualidade é o Botafogo-PB, que está no G4 da Série C e com grandes chances de passar para oitavas na Copa do Brasil.

Também comentamos sobre a troca de volantes entre Bahia e Sport, o mata-mata da Série D e um balanço geral dos times nordestinos na A, B e C.

 

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