Edição dourada do nosso podcast, com a presença de uma das melhores jogadoras de vôlei que o Brasil já teve: Hélia Souza, a Fofão!
Foram 30 anos nas quadras, 5 Olimpíadas consecutivas, uma medalha de ouro nos Jogos de 2008 e diversas conquistas. Contamos com a participação do jornalista Rodrigo Cardoso e da psicóloga do esporte Katia Rubio – que estão escrevendo a biografia de Fofão, além de produzir um documentário sobre ela – para nos aprofundar na carreira da atleta mais vitoriosa do vôlei brasileiro.
Fofão nos revela como José Roberto Guimarães ajudou na troca de posição, de atacante para levantadora, e como o treinador foi exigente para que ela se tornasse a melhor, antes de esperar sete anos na reserva de Fernanda Venturini para que então finalmente pudesse assumir a titularidade.
“O bom é que quando eu assumi, eu estava preparada. Estava pronta para aquilo”, disse. Tão pronta que, daí em diante, não saiu mais da seleção e ganhou títulos até dizer chega!
Ouve aí, porque está imperdível – e a Fofão merece esses minutinhos da sua atenção
O tempo compositor de destinos, tambor de todos os ritmos. Que a Natureza espera, do agosto azedo antes que o janeiro doce manga venha a ser também. O tempo que nos lembra que o corpo e a mente são diferentes e o passado é uma roupa velha que já não serve mais.
O tempo é o tema desta semana do Travessia. E aqui trazemos:
– Gilberto Gil e a sapiência da espera da Natureza.
– Milton Nascimento e a travessia do relacionamento que não existe mais.
– Nelson Cavaquinho e o fim dos tempos.
– Belchior e a dificuldade de entender que envelhecemos – no corpo e nas ideias.
– Almir Sater e a sabedoria do tempo acumulado na vida.
– Los Hermanos e o vento mensageiro das mudanças da vida.
– Lenine e a sufocante temporalidade da vida urbana.
– Nana Caymmi responde ao tempo, parceiro da vida, na letra de Aldir Blanc.
– Caetano Veloso e sua oração para entrar em acordo com o tempo, este senhor tão bonito.
– E Toquinho e sua canção que fez muita criança entender que tudo passa e a vida um dia descolorirá.
Zé Teodoro (Zé, te adoro), comandante da nau tricolor, quando esta navegava pelos turbulentos mares da Série D, repetia um mantra de quatro palavras a cada vitória do time: “não ganhamos nada ainda”. Naquela época discordava do treinador e me permitia sonhar em sair daquele purgatório que já durava mais do que qualquer pecador merecesse.
Hoje acordei com essa frase do Zé ecoando em meus ouvidos. Está difícil conter a empolgação. Até esperava um Santa Cruz competitivo no seu retorno à primeira divisão do Campeonato Brasileiro, tendo em conta que vencemos o Campeonato Pernambuco em cima e dentro da casa do maior rival e conquistamos a taça da Copa do Nordeste. Tudo isso no espaço de uma semana.
Cada amigo que me encontrava dizia que estava feliz com a volta do Santinha à elite do futebol nacional e que, de alguma forma, se juntaria a mim e torceria pela cobra coral. Pois bem, se passam três rodadas e o meu time é líder da competição, com direito a duas goleadas e o artilheiro e melhor jogador do torneio até o momento. Some isso tudo a dezesseis jogos de invencibilidade no ano.
Junto à boa fase surgem as malditas comparações. Por que um time considerado pequeno resolveu ser campeão do Campeonato Inglês justamente nesse ano? Justamente no ano da redenção tricolor? Talvez seja para que a estupidez do imediatismo grite a plenos pulmões: “É o Leicester do Nordeste”. Calma, por favor, calma.
Tal qual Jorge Ben na música É Proibido Pisar Na Grama, eu também quero “ver mais vitórias do meu time e se for possível vê-lo campeão”, mas seria pedir de mais de um elenco que, sim, é bastante limitado. Louvemos Grafite, que hoje é um atacante completo tendo um fôlego de menino e a malandragem e experiência que as rodagens pelo mundo do futebol o deram; e Milton Mendes, que coloca na prática as teorias, até então distantes do Arruda, do futebol de intensidade.
Por mais que o coração de três cores tente não deixar, mantenho o discurso do dia que soube que o Santa Cruz jogaria a primeira divisão em 2016. Se o time chegar na 16ª colocação abram os portões da sede do clube e liberem o tradicional banho de piscina pra massa coral. Tudo que eu mais quero no momento é que o Santinha chegue logo aos 48 pontos. Depois disso poderei falar qualquer coisa que não seja permanecer na Série A.
Enquanto revejo os gols de Grafite pela nonagésima vez, Zé Teodoro não para de entoar seu mantra no meu ouvido.
O CINEfoot chegou à sétima edição enquanto grande reunião brasileira da cinematografia relacionada ao futebol premiando uma estreia, o documentário Barba, Cabelo e Bigode, que já tratamos nesta matéria realizada nos últimos meses de produção e finalização. Se o filme do diretor Lucio Branco levou o troféu de melhor longa, o italiano Dois Pés Esquerdos, de Isabella Salvetti, foi considerado o melhor curta de acordo com as notas do público.
Na conversa citada acima, Lucio destacou a este repórter a metáfora da ilha. Se Paquetá é o cenário principal do filme, de certa forma os três retratados – Afonsinho, Nei Conceição e Paulo Cezar Caju – são três ilhas num ambiente de obscuridade em que conviveram naquele período do futebol, um momento de repressão e que acabou por deixá-los isolados.
E se nossa constante fala é por tratar o futebol como objeto relevante dos estudos, das artes e das representações, sabendo da dificuldade que é tocar e distribuir um documentário com personagens futebolistas, o CINEfoot é também uma ilha neste contexto do cinema nacional, resistindo e propagando produções independentes, de todo o país, diante de uma temática muitas vezes renegada ou tratada como menor.
Aqui, a mensagem de Lucio Branco após a estreia e o prêmio:
Parceiros da Central 3, este breve recado é, antes de tudo, para agradecer a adesão desde o primeiro minuto de vocês a Barba, Cabelo & Bigode, filme que aborda a trajetória e o pensamento vivo e atuante de três ícones da resistência no futebol brasileiro: Afonsinho, Paulo Caju e Nei Conceição.
Na sessão do último sábado no festival CINEfoot, pudemos contar com a presença dos três protagonistas/narradores do filme para carimbar ainda mais a nossa empreitada. A atmosfera não poderia ser melhor na sala de cinema. Total respeito do público pela trinca de craques conscientes e pelo nosso esforço em captá-los na tela grande. Fomos eleitos, enfim, o melhor filme na mostra competitiva desta 7ª edição do CINEfoot, e isso muito nos honra porque é o público quem decide.
Que se registre aqui a presença das valorosas e aguerridas agremiações Autônomos FC e Rosanegra Ação Direta e Futebol que abrilhantam o final das duas horas e quatro minutos de metragem do filme.
Muito antes de Vingadores, X-Men, Batman & Superman e toda esta galera dominar os cinemas, o Brasil tinha um QUARTETO de heróis que era responsável pelos maiores blockbusters dos cinemas brasileiros. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias faziam um humor popular, anárquico, sem freios, que tinha coragem de pegar clássicos da literatura universal e transformar em comédias que falavam com a família inteira.
Nesta edição do nosso talk show anteriormente conhecido como PODCAST, recebemos Rafael Spaca, que escreveu um livro que documenta as mais de quatro décadas de atuação dos Trapalhões nas telonas: “O Cinema dos Trapalhões – Por Quem Fez e Por Quem Viu”.
Falamos sobre a ciumeira e a tal da briga entre eles (afinal, rolou mesmo ou não?), sobre o papel de Renato Aragão nas produções, sobre música, sobre copos da Pepsi (há!), sobre erudito x popular, sobre a crítica, sobre bilheteria. E chegamos até mesmo a discutir aquela questão que todo mundo adora soltar nos dias de hoje: “neste mundinho do politicamente correto, não existiria espaço para os Trapalhões”. Hummmmmm. Será…? 😉
Para celebrar o centenário da declaração de independência das Províncias Unidas do Rio da Prata, em 1916, a Argentina sediou o 1º Campeonato Sul-Americano de Futebol, conquistado pela seleção uruguaia. De lá pra cá, foram realizadas mais 43 edições do torneio continental mais longevo do planeta Bola, das quais a Copa América foi disputada em 37 ocasiões.
Oferecemos um panorama de dois séculos de América livre do jugo colonial, com diversos conflitos armados, que redefiniram as fronteiras do continente, como a Guerra do Paraguai (1864-70), a Guerra do Pacífico (1879-83), a Guerra do Chaco (1932-35) etc.
Por outro lado, destacamos as diversas iniciativas de fortalecimento da região através da diplomacia, como a formação da Comunidade Andina (1969) e do MERCOSUL (1991), que foram as bases para a Unasul (2008).
Paulo Calçade é sujeito concentrado, de ideias ordenadas e conceitos organizados. Um estudioso do mundo da bola. Maurício Stycer é, em suas leves palavras, um telespectador profissional, um tipo de olhar crítico e parâmetros sérios, capaz de ver e antever o que acontece no objeto de sua atenção.
Ambos visitaram Luiz Thunderbird nesta fria semana em São Paulo, e levaram os marshmallows para aquecer o estômago na fogueira montada dentro do estúdio da C3. Na pauta, junto de Leandro Iamin, Thunder provocou a dupla, foi da TV para o campo de futebol, passando pela rádio, pelo Netflix, pela gestão do esporte, pelo culto à personalidade e as falhas na estrutura da gestão de conhecimento no Brasil esportivo e midiático.
Papo bom, heim? Calçade de um lado, Stycer do outro, e, entre eles, muitos assuntos batutas e risadas compartilhadas.
Acreditem, a arbitragem está ajudando os times nordestinos contra equipes do sul/sudeste. O fato é tão raro que mereceu ser debatido por André Baiano, Gil Luiz Mendes, Maurício Targino e Raul Cavalcanti.
Também checamos a possível volta do Náutico para os Aflitos, a provocação dos torcedores do Campinense para o Treze e a chances dos clubes da região na Série C.
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Reta Final
A reta final dos campeonatos estaduais e torneios internacionais foi o principal assunto da edição desta semana. Virgílio Neto e Victor Ramalho analisaram também a situação da Seleção Brasileira de Sevens em sua última etapa do circuito mundial e a divulgação dos calendários dos principais torneios do Brasil, o Super Sevens (Feminino) e o Super 8 (Masculino).
A conquista da terceira divisão chilena não garantiu o acesso à segundona ao Deportes Valdivia, de cidade homônima, a 853 km ao sul de Santiago. A bizarra saga em que o futebol é coadjuvante evidencia a crise moral no futebol chileno. El Torreón, como é alcunhado o time sulista, logrou o primeiro título da sua história no dia das mães, oito de maio. A celebração, no entanto, durou pouco: em um mês o clube deve pagar “taxa de inscrição” milionária se quiser subir de divisão: 1.200.000.000 pesos chilenos, equivalente a pouco mais de R$ 6 milhões.
O futebol decidido em campo pela última vez
Não fazia sol. Não era corriqueira a penetração de luzes densas em tão austral, úmido e chuvoso rincão do planeta. Se o clima podia afetar o humor, os sorrisos coloriam as nuvens cinzas. Era oito de maio de 2016, dia das mães em todo o mundo, inclusive na longínqua Valdivia, cidade a 853 km ao sul de Santiago do Chile. “O sanduíche aqui é mais gostoso do quê lá dentro”, dizia um homem dentro de uma Kombi transformada em lanchonete, por volta das onze e pouco da manhã.
A taça que pode não valer o acesso [foto: Carlos Parra/ANFP]A vida no pequeno município de 150 mil habitantes é pacata, mas as poucas notícias bombásticas costumam ganhar repercussão internacional. Epicentro de terremoto de 9,6 na escala Richter, o maior registrado na história, em 1960, Valdivia foi exibida no Discovery Channel no ano passado porque uma moderna ponte, orçada em US$ 15.800.000, não pôde ser concluída ao ser constatado erro de cálculo dos engenheiros. Mas aquele domingo, dia 8 de maio, poderia colocar Valdivia em evidência por um bom motivo. “Vamos Torreón concha de su madre”, ecoava intraduzível impropério um senhor gordo com espesso bigode e trajado de vermelho, a única cor que se via nos arredores do estádio Parque Municipal.
O Deportes Valdivia, time da cidade, entraria em campo em alguns minutos. Todos os três mil lugares disponíveis estavam lotados, pois os ingressos haviam sido vendidos uma semana antes. O pontapé inicial seria às 12h, e o empate já seria o suficiente para garantir o troféu da Segunda División da temporada 2015/2016, que poderia ser seu único título em três décadas de história. A única vaga de acesso à Primera B era justamente a do campeão. O sonho mobilizou até os que não haviam ido a uma partida sequer na temporada ou os que não conheciam a história do clube, que chegou a estar na primeira divisão até 1989, para depois passar mais de 10 anos inativo até ser ressuscitado.
Kilian Delgado, camisa 10 do time anfitrião, ajeitava os meiões. Cinegrafistas do canal de esportes CDF ajustavam o foco. Entusiastas que não acharam ingressos apertavam os olhos diante da televisão. Fãs sacudiam as bandeiras nas arquibancadas. Muito longe do palco do jogo, o valdiviano Jorge Andres Godoy Solis se acomodava em sua poltrona, com uma mão no controle remoto e outra na cerveja, de preferência da cervejaria Kunstmann, símbolo da cidade apelidada de La Perla del Sur. Para recordar gole por gole que Santiago não era tão longe assim.
Apita o árbitro, começa o jogo. Mesmo com a saída de bola, algumas dezenas de torcedores ainda continuavam do lado de fora, contagiados pela atmosfera de festa, e não pensavam em voltar para casa. A televisão não poderia transmitir mais que imagens. Lanchonetes itinerantes seguiam com a venda de sanduíches e bandeiras. “Acho que faltando uns 10 minutos para o fim do jogo os policiais vão liberar a entrada”, disse um esperançoso espectador entre uma mordida e outra no seu completo italiano, o hot dog chileno, que além de pão e salsicha, leva abacate, tomate cortado em cubos e maionese.
O clube local só necessitava de um empate contra o verde e amarelo La Pintana para sagrar-se campeão da terceirona do Chile, insolitamente alcunhada de Segunda División, já que a segundona se chama Primera B e a elite do futebol campeão da América, Primera A. Antes fossem os nomes dos campeonatos as únicas peculiaridades da terra de Elías Figueroa, Ivan Zamorano e Alexis Sánchez. Antes fosse.
Festa?
O repórter [à esq.] conversa com Kilian [cinza] e Fabian [vermelho] [foto: Central 3]“Para mim existe um grupo pequeno de torcedores fiéis. Há muitos simpatizantes, mas o futebol está em um momento de reencantar, para que assim as pessoas passem a ser torcedoras”. As palavras do camisa 10 Kilian Delgado eram sinceras. Valdivia novamente era notícia em todo o país na semana que sucedeu a final, não só nos programas de esportes. Nascido na cidade e desde 2009 no clube, no entanto, o meia de 26 anos não vivia uma rotina de herói.
A alegria pelo triunfo de 5 a 1 sobre o La Pintana dias antes não estava refletida em sua expressão facial. Seus olhos estavam em uma pelada que acontecia no gramado sintético do Felix Gallardo, estádio em que o Torreón jogou até janeiro, quando houve a transferência de mando de campo para o gramado natural do Parque Municipal, poucos quilômetros dali. “Não pudemos celebrar tanto. Nem tivemos tempo”, comentou o meia, que estava na arquibancada ao lado de seu companheiro de time, Fabian Gómez, camisa 17.
Após o apito final e as comemorações no domingo, dia 8, um novo campeonato começou. Campeonato este que colocaria a cidade de Valdivia novamente nos noticiários. Novamente por temas não tão agradáveis. Kilian Delgado, Fabian Gómez e demais jogadores passaram a ser espectadores. O desfecho do acesso do Deportes Valdivia saía das quatro linhas para adentrar em mesas e cadeiras cercadas de paredes de concreto, ocupadas por homens de terno e gravata com a agenda menos disponível que a dos principais protagonistas do esporte.
Futebol-arte da negociação
“Você será comunicado com a Associação Nacional de Futebol Profissional. Espera na linha, você será atendido por uma de nossas operadoras. Obrigado”. A mensagem acolhedora com o hino da Fifa de música de fundo pode ser ouvida por qualquer residente no Chile interessado em fazer contato com a entidade que regula as três primeiras divisões do futebol nacional. As chamadas são transferidas para o bonito edifício da ANFP, na região metropolitana de Santiago. Desde julho do ano passado, a ostentação de uma faixa de campeão da Copa América na fachada contrastava com o clássico marrom tijolo preponderante.
O sucesso da seleção dentro de campo, os gols de Alexis Sánchez e as roubadas de bola de Aránguiz coexistiam com denúncias de corrupção que envolviam o presidente da ANFP, Sergio Jadue, que renunciou ao cargo em novembro do ano passado. “O futebol chileno passa por um mal momento. As pessoas à frente do futebol estão enchendo os bolsos de dinheiro. A Copa América abafou isso”, contextualizou Fabian em uma resenha longe dos assépticos corredores onde são tomadas as decisões mais importantes do futebol chileno, sem perder de vista a troca de passes no gramado sintético de Felix Gallardo.
O elenco do Deportes Valdivia, campeão da terceira divisão chilena [foto: Carlos Parra/ANFP]O estádio simples, com boa parte da estrutura de madeira, foi um dos lugares onde Fabian e Kilian deram seus primeiros passos no futebol. “A ANFP se foca nos três grandes [Colo Colo, Universidad de Chile e Universidad Católica] e nos eventos massivos [o Chile sediou o mundial feminino Sub-20 da Fifa em 2008, a Copa América de 2015 e o mundial sub-17 da Fifa também no ano passado]. Esse sucesso não se reflete no futebol local”, opina Kilian em um momento em que seus olhos já não fixavam a movimentação no campo.
O Deportes Valdivia precisará desembolsar, até o dia 9 de junho, uma quantia no valor de 1.200.000.000 pesos chilenos, equivalente a R$ 6.147.600,00. Isso se não quiser disputar novamente a Segunda División, depois de tanto sacrifício para lograr o acesso. Metade do valor seria repassado à equipe que na mesma temporada fez o caminho inverso, ou seja, descendeu da Primera B à Segunda División. A utilização da outra metade, porém, não está explícita em nenhuma nota oficial da entidade. Tampouco representantes se mostram disponíveis a explicar por telefone ou e-mail. Os custos de passagens e hospedagens durante os torneios são de incumbência dos clubes. A troca de passes seguia em Felix Gallardo. A resenha também.
Contas na mesa
Segundo o presidente do Deportes Valdivia, José Gandarillas, o orçamento mensal do clube é de 20 milhões de pesos chilenos, equivalente a R$ 102 mil, que são arrecadados principalmente com patrocinadores e bilheteria, com ingressos que custam 4 mil pesos chilenos – R$ 20,50. Na maioria dos 32 jogos da temporada, entre agosto e maio, o público não passava de 600 espectadores. Segundo o prefeito, Omar Sabat Guzmán, 30 milhões de pesos chilenos da prefeitura são entregues ao clube por ano (R$ 153 mil). Além do salário dos jogadores e comissão técnica, Gandarillas alega que os custos mensais vão de viagens, todas de ônibus, que chegam a 3 milhões de pesos chilenos (R$ 15 mil), a aluguel do estádio que pertence à prefeitura, por 500 mil pesos (R$ 2,5 mil). Apesar da decisão inicial de cobrar pela taxa de inscrição, a ANFP aceitou o pedido de reunião com dirigentes em uma quarta-feira, dia 11 de maio. “Confio na atual administração da ANFP”, eram as palavras do mandatário do Torreón durante todo o período de negociação, apesar de alegar que não teria como pagar a taxa a não ser endividando o clube. “O diretório da ANFP tem vontade de resolver, mas é uma decisão da maioria dos clubes chilenos. Não houve mudanças”. As regras podem ser mudadas com 4/5 dos votos, sem necessidade de negociação.
Nenhum trato foi feito com a ANFP. A norma foi criada em novembro de 2011 e passou a ser aplicada em 2013. Até o momento dois clubes pagaram a taxa, mas em condições diferentes. O Ibéria, campeão da terceirona em 2013/2014, pagou o mesmo valor que é demandado ao Deportes Valdivia, mas em um período de dois anos. Já o vencedor da edição de 2014/2015, o Puerto Montt, pôde pagar metade do valor demandado ao Ibéria e Valdivia. Segundo o vice-presidente puertomontino, Julio Aguilas, o clube fez um “acordo geral histórico”. Embora o enfoque não tenha sido dado durante a final contra o La Pintana, hipotetizou-se o preço do acesso. “Pensávamos que poderíamos negociar as condições como fizeram Ibéria e Puerto Montt”, conta Gandarillas.
Kilian e Fabian não sabem que campeonato vão jogar no próximo ano. Protesto de torcedores na principal praça da cidade, vaquinha para angariar recursos, venda antecipada de jogos da próxima temporada para aumentar caixa do clube e até interferência do Ministério da Justiça no caso foram algumas das ações tomadas às pressas, já que o prazo para o pagamento acaba no próximo dia 9 de junho. “É complicado porque eles são ‘os cabeças’ do problema. Os dirigentes [do Valdivia] tentam dar um bom fim à história, mas acho que arrecadar dinheiro para pagar a taxa é fazer um favor a eles [ANFP], porque eles vão continuar cobrando outra vez, nas próximas temporadas de outros clubes”, opina Fabian.
O drible
Junho se aproxima. Como de costume, sem sol, sem céu azul e sem bandeiras vermelhas. Tanto a Primera B como a Segunda División começam no segundo semestre, depois da Copa América Centenário. Com passagens pelo Temuco e Deportes Puerto Montt, Kilian se sente identificado com sua cidade de nascimento e não pensa em mudar. “Gosto de representar as cores daqui”.
Os gols já não podem levar o Deportes Valdivia à Primera B. Canetas estão a postos de papéis que não poderiam ser driblados nem por Garrincha. Armando Nogueira diria que o espaço de um pequeno guardanapo para o Mané seria um enorme latifúndio. As páginas de atas de reuniões da ANFP, no entanto, parecem “indribláveis”. O futebol, esse mesmo jogado em Felix Gallardo e no Parque Municipal, se perdeu em meio a folhas de papel.
Era preciso uma introdução ao Prato Feito, quase uma entradinha para degustar o que vem por aí nesta primeira temporada do podcast que estreia na Central3.
E no episódio #1 Conrado Giulietti (@conka) fala um pouco da sua trajetória e o amor pelo rádio, colocando no ar os amigos que lhe acompanharam na carreira e que ele admira. Em comum: todos compartilham do mesmo carinho por este veículo que precisou se reinventar à época do surgimento da televisão e que atualmente passa pelo mesmo processo com o mundo digital.
Os ingredientes deste prato feito têm Alex Frutuoso (CBN Santos), Eduardo Affonso (ESPN), Leo Gomide (Rádio Inconfidência-MG), Rodrigo Oliveira (Rádio Gaúcha), Mayra Siqueira (Globo/CBN), Odinei Ribeiro (Sportv), Everaldo Marques e Paulo Soares (ESPN).
No final do episódio Everaldo Marques, um dos narradores de maiores ascensões dos últimos anos, faz uma confissão inédita e emotiva sobre sua relação com o rádio e atual trajetória profissional. Tudo devidamente temperado com a playlist do chef, que você pode ouvir inteira clicando aqui.
Vale a pena ouvir.
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