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Mesa Oval #02 Temporada 2016

Virgílio Neto, Victor Ramalho e Leandro Iamin receberam Bernardo Duarte, Diretor de Torneios e CBRu, que falou sobre a temporada de 2016, as atividades das seleções brasileiras e os preparativos para os Jogos Olímpicos!

Tivemos rugby europeu, japonês e sul-americano! Quase Cooper e Sonny Bill Williams no Sevens e gira da seleção feminina na África do Sul.

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Dibradoras #29 Leda Maria

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Quanta história…

 

Leda Maria é uma das pioneiras do futebol feminino brasileiro. Jogou ao lado de craques como Sissi, Katica Cilene e Roseli, atuou, entre outros times,  por Vasco, América e Lusa e é figura central da modalidade dentro e fora de campo, e não só nos campos, dado que Leda também é mulher do futsal.

Pois foi ela que falou com Júlia Vergueiro e Renata Mendonça na edição 29 das Dibradoras. Hoje comentarista na Sportv, ela tem boas histórias pra contar, grandes memórias para compartilhar e um ponto de vista crítico sobre muitas coisas do futebol feminino aqui no Brasil.

Vamos ouvir?

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Xadrez Verbal #33 Guga Chacra

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IRÃ, MACRI E MALVINAS

E hoje temos o retorno de Matias ao comando do programa! Recebemos o convidado especial Guga Chacra para um papo sobre Arábia Saudita, Irã, Líbano e as eleições nos Estados Unidos, com palpites e muitas dicas culturais.

Falamos de Macri e sua relação com as Malvinas (ou Falklands, se preferir pentelhar seu amigo argentino), além de sua presença em Davos. E a política dos EUA com o Irã: levantaram sanções e depois colocaram de novo?

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Travessia #01 São Paulo

Sejam bem-vindos ao Travessia!

Fernando Vives e Caio Quero trarão semanalmente na Central 3 uma lista musical com um tema específico e muita informação e análise. O programa de estreia, às vésperas do aniversário de São Paulo, fala desta cidade gigante, caotica e contraditória.

São paulo é outra coisa
Não é exatamente amor
É identificação absoluta
Sou eu

Este é um trecho de “Persigo São Paulo”, de Itamar Assumpção, uma das dez canções separadas por Vives e Quero para explicar e homenagear São Paulo. Na escalação também tem Geraldo Filme, Paulo Vanzolini na voz de Chico Buarque, Tom Zé – o baiano mais paulistano que existe – e, claro, Adoniram Barbosa.

Também vamos ouvir neste Travessia Eduardo Gudim, Os Mutantes e as vozes novas de Rodrigo Campos e Criolo.

Está tudo aqui, e agora é só desfrutar de uma hora musical e informativa.

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Fuga Para o Sucesso

Por Leandro Paulo

No último final de semana entrou em cartaz nos cinemas brasileiros mais uma fita estrelada por Sylvester Stallone. Depois de anos apanhando através de comentários negativos e premiações bizarras, o ator finalmente recebeu elogios ao ponto de ter sido indicado ao Oscar por sua atuação em Creed (sequência da franquia Rocky). E se a vida imita a arte (e vice-versa) bem que esse ressurgimento poderia servir de reflexão para o futebol brasileiro.

Ao juntar Stallone e futebol brasileiro no mesmo paragráfo, certamente alguém vai lembrar-se do filme Fuga para a Vitória, no qual Sly contracena com Pelé e outros craques estrangeiros, mas gostaria de destacar algo diferente nesse enredo, principalmente na semana passada, na qual o jogador Wendell Lira, um talento quase desacreditado para o “futebol moderno”, recebeu o Prêmio Puskas, concedido pela FIFA, através de uma votação pela internet como o autor do gol mais bonito de 2015.

“Você sabe que tem gente lá, você sabe onde eles estão, os encontre, senão eu encontro você”, com essas palavras John Rambo intimida Marshall Murdock (burocrata da CIA) para organizar o resgate de prisioneiros de guerra no Vietnã. Eram soldados que a sociedade estadunidense já havia esquecido e tão pouco sabia da importância deles para o país.

No universo do futebol, quantos “soldados” estão marginalizados e excluídos dos gramados por regras e conveniências de quem organiza e negocia esse sistema?

Wendell Lira teve passagens destacadas pelas seleções de base, recebeu até sondagem do Milan, mas por circunstâncias comuns e involuntárias sua carreira declinou. Não tinha mais oportunidades e até dois anos atrás, para sustentar a família, estava trabalhando na lanchonete da família. John Rambo era um excelente soldado, mas não conseguia emprego nem de manobrista. Já Rocky Balboa só sabia lutar e para sustentar a família foi trabalhar em um frigorifico.

A oportunidade oferecida ao jogador pelo Goianésia foi louvável e rara. Vivemos numa doutrina que o jogador só tem oportunidades de negociações mediante critérios etários (é um tal de nove sete, nove oito etc). São jovens que passam a juventude confinada em clubes, com altas quantias financeiras imaginadas pelos empresários, mas quando chegam ao profissionalismo estão “cansados” para o futebol.

Quantos bons atletas acima dos vinte anos que não terão mais oportunidades? Será que somente uma carreira na base é fundamental? Vejam o exemplo do Leandro Damião, passou um bom tempo como amador e chegou tarde ao futebol profissional, arrebentou nos primeiros anos e agora quando se “adaptou” ao profissionalismo não rende o mesmo. As seleções sub 20 e sub 17 conquistam títulos e quando perdem lutam bravamente, algo que não vemos na chegada desses atletas na equipe principal. Os jovens tomam decisões muito cedo, sem preparo psicológico algum (vide o caso de Adriano, o Imperador), acabam perdendo a magia no profissionalismo.

Será que existe algum olheiro ou empresário que tenha um pouco de sensibilidade para avaliar e colocar um talento perdido com vinte cinco anos ou mais no mercado da bola? Talvez seja utopia ou romantismo, talvez esse fã de futebol que escreve essas “loucuras” esteja cansado de ver tantos “perebas” na seleção ou os craques do Brasileirão irem jogar em clubes do segundo escalão da China. No capitalismo o dinheiro nunca dorme… Mas aí já é filme com Michael Douglas e outra possível loucura textual.

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Judão #13 Feira da Fruta

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POOooooOOOoooOOdcast de volta!

“Mas oras, Batman, de onde você tirou este escudo?”. Se o seu cérebro automaticamente completa este diálogo, certeza que você sabe o que é o Batman Feira da Fruta, o clássico episódio redublado da série dos anos 60 do Morcegão.
No primeiro podcast judônico de 2016, Borbs, Renan e Thiago, o Cardim, receberam um convidado muito especial: Antonio Camano, ninguém menos do que o sujeito que, ainda adolescente, fez o Feira da Fruta acontecer, ao lado do amigo Fernando Petinatti. Camano, a voz do Robin, a voz da Clotilde, o cara que gravou um episódio do Batimá da televisão, colocou a voz por cima falando uma monte de merda… e entrou para a história da cultura pop nacional.
Além dos bastidores da gravação de um momento histórico da internet brasileira, ele ainda falou sobre o Batman nos quadrinhos, no cinema… E tudo isso justamente no mês em que o Batman barrigudinho de Adam West completa 50 anos de existência. 😀
E MAIS: desvendamos, afinal, qual o segredo da fórmula do lico de cair pinto!
Aliás… alguém aí sabe dizer que horas são?
LINKS
A história do Batman Feira da Fruta
Os 50 anos DAQUELA série do Batman
Batman Feira da Fruta!
Feira da Fruta em HQ

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Thunder #87 Dú Cardim e André Jung

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Dobradinha

Música tem. Automobilismo tem também. Amizade tem, saudade matada tem também. Risadas, Ira, Titãs, Interlagos, nostalgia, Senna, MTV, tudo isso tem.

No TRS da semana, Thunderbird recebeu André Jung e Dú Cardim. Leandro Iamin estava na resenha também, e a conversa, que você ouve na íntegra clicando abaixo, rendeu bastante e para vários gostos. Confere aí!

 

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Uma vida a 105m por 68m

A dupla Richard Giulianotti e Roland Robertson, entre outros textos, ensaios e pensatas, lançou em 2009 o livro Globalization and Football, cujo título autoexplicativo revela uma reflexão sobre como o jogo possibilita pensar a relação entre toda a influência de uma estética política e economicamente dominante – no caso do futebol, a Champions League e o padrão Fifa, por exemplo – e as particularidades de cada realidade. A coisa da dualidade entre global e local, universal e particular.

O texto faz pensar que, ainda que exista uma comunidade internacional do futebol impondo padrões como o conceito de fair play, as reações são diferentes em cada cultura, cada rotina: a arbitragem é diferente na Inglaterra (mais contato) e no Brasil (menos tolerância em entradas consideradas leves na Europa); ingleses são intolerantes com atletas que simulam faltas, por exemplo; ou mesmo a religiosidade, no Brasil marcada pelos Atletas de Cristo que se articulam nas concentrações e comemoram os gols apontando ao céu, varia e interfere na relação dos jogadores com o jogo.

Ou seja, resumo da história na visão dos autores: ainda que o futebol, como elemento popular na era da globalização e difundido em todo o planeta, seja também um bom exemplo de objeto de pasteurização, as reações e formas com que o esporte é jogado em cada lugar garante a heterogeneidade da prática. Aqui e aqui dá para ler mais sobre.

Muito dessas realidades locais, acredito, se dá pela atmosfera das partidas. Que todos os chutadores de bola desse país piram no Messi, no Cristiano Ronaldo e no Neymar já é fato; que todos os técnicos brasileiros enchem a boca para falar do Guardiola, ponto dado (e vá se atrever a dizer que não gosta do estilo de jogo do espanhol); e que todos meninos de cada rincão de Brasil querem jogar no Barcelona ou Real Madrid, sabemos há tempos. Agora, ainda que o Campeonato Brasileiro já esteja bastante infectado pelas arenas assépticas, ainda há Brasis a serem notados aqui e ali. Cada vez mais raros, mais controlados, menos livres, menos populares. Como no gol de Wendell Lira, que rodou o mundo, brasileiríssimo: abandonado, solto, criativo, desempregado, feliz, num estádio vazio e antigo.

Ali, as perspectivas, sonhos e referências podem estar no Camp Nou, no Santiago Bernabéu. Mas ali é o Serra Dourada, registrado e cravado na pedra da história.

O Serra Dourada era quem melhor passava a impressão desse país gigantesco, cheio de suas caras regionais e particularidades. Era. Ao menos em uma de suas marcas, as dimensões do campo de jogo, no que sempre se notabilizou por ser das maiores do país, terá agora de se adaptar, para a temporada 2016, à padronização da CBF de acordo com a medida usada em Copas do Mundo.

Vale lembrar que a regra do futebol permite gramados em medidas que variam de um mínimo, 90m por 45m, a um máximo, 120m por 90m. Em jogos internacionais, o corte é menor, de 100m por 64m até 110m por 75m. Para Copas do Mundo, e por consequência em todos os novos estádios dos grandes times do planeta, estipulou-se o meio-termo: 105m por 68m.

Imagem divulgada pelo Sport com a nova marcação
Imagem divulgada pelo Sport com a nova marcação da Ilha do Retiro

Até o Brasileiro de 2014, Ilha do Retiro, São Januário e Serra Dourada eram os três maiores gramados do país, com 110m por 75m. O campo do Sport já passou pela adaptação neste começo de ano; o do Vasco, que chegou a diminuir por ser sede oficial de treinamento da Copa, cresceu por determinação de Eurico Miranda (que achava que o campo pequeno prejudicou o time na Série B contra equipes retrancadas), mas já voltou ao tamanho Fifa; o estádio público de Goiânia deve passar pelo mesmo em breve.

O Serra Dourada completou 40 anos em março de 2015. Projeto do premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha, chegou a ter dimensões ainda maiores, de 118m por 80m. Provavelmente com esse tamanho recebeu a polêmica atuação de José Roberto Wright na classificação do Flamengo sobre o Atlético-MG, em jornada que o time de Belo Horizonte teve cinco jogadores expulsos e viu a partida terminar, por essa razão, com apenas 35 minutos de bola rolando. Foi também o gramado em que Maradona arrancou em quatro jogos da Copa América. E tantos outros duelos históricos, na memória do fã de futebol local.

Padronizar o tamanho do gramado para um Campeonato Brasileiro é uma afronta a um esporte que sempre se notabilizou por ser democrático e por permitir exatamente essa troca de impressões e percepções regionais. E não nos deixemos cair na armadilha de comparar essa determinação, autoritária e submissa a esse padrão da estética europeia, com a altura da rede do vôlei ou a distância da cesta de três pontos no basquete. O tamanho do campo – repito, o tamanho do campo, não o tamanho do gol ou o recuo da marca do pênalti – sempre variou. Com Friedenreich, Pelé ou Wendell Lira. Agora não mais. Mais um ponto para os idiotas da objetividade, Nelson.

Como já não tenho nenhuma expectativa sobre qualquer resistência de identidade ou afetividade em relação ao futebol – depois que uma canetada derrubou o Maracanã na calada da noite, alguém se importa com quem curtia o tamanho do gramado de um estádio em Goiás? -, já me surpreende que o próximo campeonato ainda permita estádios que não são arenas. Mas eles vão conseguindo. Reformar e construir estádios dá dinheiro. E não haveria organização tamanha para lançar algo como fez a Premier League 20 e poucos anos atrás. Mas eles vão conseguindo, aos poucos, deixar tudo perfeitamente reto, simétrico, em justa imagem e semelhança do que assistem na TV. E, pelo jeito, vão chegar lá.

O global nos engole. Padrão, padrão, padrão. E o próximo voleio do Wendell Lira, seja em Goiânia ou Tóquio, será num 105m por 68m, para ser nas mesmas condições do voleio do atacante do Sevilla em Barcelona ou do Olaria no Maracanã. Aliás, como a Fifa ainda não determinou isso: o prêmio de gol mais bonito só vale para estádios 105m por 68m. Bingo!

E pensar que o Zé Sérgio correria, feliz da vida, por uns trocentos quilômetros antes de rolar a bola para o Zico na histórica jogada no bom e velho Serra Dourada. Zico, Sócrates, Cerezo, Zé Sérgio, Zico (a partir de 1:09:50):

https://www.youtube.com/watch?v=Ocy5SzDabbY

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Baião de Dois #01 Zé do Carmo e amistosos

Amistosos, polêmicas e Zé do Carmo

Tem podcast novo e nordestino na Central 3!

Os jogos oficias ainda não começaram, mas o começo de temporada está movimentado no Nordeste. Amistosos que valem taça e os critérios na escolha dos adversários está dando o que falar, antes mesmo da bola entrar em campo e foram debatidos por Gil Luiz Mendes e Danilo Souza.

Por telefone, Zé do Carmo, ídolo da torcida do Santa Cruz, relembra histórias da época que era volante que colocava medo nos atacantes das outras equipes. E ainda a história do Esporte Clube Bahia e a predileção da seleção brasileira em jogar na região.

Escute em streaming ou faça o download do podcast e confira como foi a estreia do programa Baião de Dois

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Mesa Oval #01 Mar del Plata e Viña

Kick-Off!!!

Começa o Mesa Oval, seu podcast de rugby na Central 3!

Na primeira Mesa Oval, Virgílio Neto, Victor Ramalho e Leandro Iamin falam sobre os torneios de Mar del Plata e Viña del Mar, onde os Tupis fizeram bonito com históricas vitórias sobre Uruguai, EUA, África do Sul, um vice-campeonato e classificação para o tradicional sevens de Hong Kong.

Temos também a tabela da Americas Rugby Championship, torneios internacionais, convocações de Inglaterra, Escócia e França para o 6 Nações e muito mais!”

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Um mês ou um latifúndio

A minha primeira segunda-feira do ano, passadas as férias da virada, terminou ouvindo, diante dos olhos que já se fechavam involuntariamente, depoimentos do documentário Rubem Braga: Olho As Nuvens Vagabundas, filme que coloca pessoas próximas do escritor morto em 1990 para falar da vida pessoal e também dos textos do cronista. A certa altura, uma voz feminina diz, não vou recordar exatamente em quais palavras, que Braga era ótimo em conversar com o leitor e falar sobre a falta de assunto que, diz a mulher, é um ótimo assunto por sinal.

Lembrei de outro filme, Tarja Branca, esse tratando da infância e do brincante na formação pessoal das crianças, onde um entrevistado conta que gosta de deixar o filho sem fazer nada. ‘Papai, não tenho nada para fazer!’. Tudo bem, não faz nada, olha para o teto, pensa.

Pouco antes do filme do Rubem Braga, o José Trajano, na ESPN, recorria ao jornalista Gay Talese e seu clássico Frank Sinatra Has A Cold para tratar da pré-temporada do futebol brasileiro. No perfil do cantor norte-americano, o repórter não entrevistou o personagem principal, resfriado, mas escreveu uma das matérias mais conhecidas de toda a história. Em determinado momento do texto, Talese afirma que Sinatra gripado é como um Picasso sem tinta ou uma Ferrari sem gasolina. Para Trajano, esses finais de semana sem bola rolando no Brasil tornam-se o mesmo.

Não é fácil, de fato, escrever ou falar sobre futebol nesse latifúndio descampado chamado janeiro. Pior: até seria. Seria se bastasse recorrer às histórias, aos jogos antigos, às previsões de boteco, às comparações de arquibancada, falar um pouco de besteira, pois. A grande saturação, acredito, vem da doença da objetividade, da análise. Das pranchetas com botões que se movem. Dos escretes ideais que se desfazem com um par de ligações da China. Das escalações com parênteses e prováveis chegadas e saídas que especulam sobre a própria especulação, numa grande zona cinzenta do que realmente interessa, a relação daquilo tudo com o torcedor.

Eu juro que houve um tempo, deve ter uns 15 anos, em que não existia internet no celular, muito menos Twitter ou Facebook. No verão que a gente passava em Itanhaém, eu lia o Lance! de manhã, na ida para praia, e fazia questão de voltar antes do Globo Esporte. No final da tarde, ligava o rádio no Globo Esportivo para esperar o giro dos repórteres e ir anotando a confirmação do zagueiro do Cruzeiro que foi para o Flamengo, riscando o nome dele no vai e vem do jornal e comentando ali com meu pai, tios, amigos.

Assim eram as férias. Logo mais a bola ia rolar, aliás, tinha rolado até ali havia pouco, com as finais de Brasileiro e Mercosul cortando a sala no meio do Natal. Hoje, por diversas razões, acontecem duas coisas que se engolem: primeiro que a bola não para na televisão, é jogo de amigos, amistoso na Flórida, na China, sub-20, sub-17, máster, society – até no dia de folga da Copa do Mundo de 2014 a Sportv transmitiu um amistoso do Cruzeiro nos Estados Unidos (!!); segundo que as pessoas, dada a era da informação em tempo real, compartilham 24h por dia suas impressões sobre esse ou aquele jogador, essa ou aquela decisão, e entram em embates intermináveis – haja fôlego – para defender contratações que nem virão a ser confirmadas.

Um saco, disse o Trajano. Um domingo sem jogo para valer ou estádio para pisar é uma voz de Sinatra resfriado, concordo. Ainda que os jogos e os estádios não tenham sido mais o que poderiam ser. E que a televisão e os comentários de internet insistam em manter o futebol num lugar em que ele não precisaria estar. Está de férias, oras. E no ócio é bom olhar para o teto e pensar um pouco na vida também. Ou mesmo falar sobre a falta de assunto.

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