O programa da semana só podia ter um assunto: a tragédia da mineradora em MG.
O post Central Autônoma 80 – Samarco apareceu primeiro em Central3 Podcasts.
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O programa da semana só podia ter um assunto: a tragédia da mineradora em MG.
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O Futebol Urgente vem embalado pelo pulinho do Galvão, pelos 99% que viraram pôster, pelas crianças americanas proibidas de cabecear, pelo recorde de selfies do Cristiano Ronaldo, pelo Rayo Vallecano com franquia nos Estados Unidos…
Pauta não falta nunca, infelizmente. Em dia de um lúgubre Argentina x Brasil, um pouco de Ézio, Van Halen, Parças do Neymar e outras bizarrices. Iamin, Gabri , Xico e Paulo estiveram na mesa, e Fernando Toro, claro, nosso maestro, deu o tom.
Tá aqui e agora. Ouçam o Toro, garotos!
É dia de eliminatórias para a Copa, e as dez seleções da Conmebol entram em campo duas vezes. O principal jogo reúne argentinos e brasileiros e a equipe da Trivela, escalada com Felipe Lobo, Bruno Bonsanti, Leandro Iamin e o apresentador Paulo Júnior debateu estas e outras pautas.
O novo formato da Série-D, os jogos eliminatórios da Eurocopa, o momento da Alemanha, a decisão com pouco público na Ásia e muito mais você contra clicando abaixo e ouvindo mais este podcast!
Por Marcelo Mendez
Pouco menos de um ano após a seleção brasileira desbravar o Mundo e mandar às favas o “complexo de vira-latas” ao bater a Suécia por 5 a 2 na final do Mundial de 1958 organizado pelos escandinavos, o desafio agora era repetir o bom desempenho nos gramados suecos nas canchas argentinas. Tarefa que a julgar pelos nossos últimos resultados parecia algo fácil, certo?
Errado!!!
Quando falamos do Campeonato Sul-Americano automaticamente retemos a algo totalmente diferente da Copa do Mundo, muito por conta das maravilhosas idiossincrasias desse nosso jeitão Sudaca de ser.
26 de Março de 1959, A Batalha de Ñuñez
Naquele momento a rivalidade entre Brasil e Uruguai era a maior do continente, muito por conta do Maracanazo ainda fresco na memória. A impressão que se tinha era que o Brasil poderia ser pentacampeão mundial que nunca conseguiria vingar-se de 1950. Mas ganhar dos celestes no Sul-Americano já era um começo…
Em relação ao plantel campeão na Suécia houve algumas mudanças; na lateral-esquerda aparecia o voluntarioso Coronel, do Vasco da Gama, enquanto que na ponta-esquerda o jovem Chinesinho, que com apenas 18 já era titular do Palmeiras, ganhava uma oportunidade ao lado de Almir, o Pernambuquinho.
O adversário não era de se desprezar com uma linha dianteira composta por nomes de respeito como Héctor Demarco, Guillermo Escalada, José Sasía e Vladas Douskas que eram protegidos por uma defesa de poucos recursos técnicos, mas na qual sobravam huevos em que destacavam-se pela virilidade Néstor Gonçalves, Walter Davoine e William Martínez, este um dos remanescentes de Maracanazo.
Naquela altura do campeonato, a seleção brasileira havia empatado com os peruanos (2 a 2), e batido chilenos (3 a 0) e bolivianos (4 a 2). Já a Celeste goleara os verdes (7 a 0), tropeçado diante da blanquirroja (5 a 3) e derrotado os guaranís (3 a 1). Ou seja, o Brasil estava 1 ponto a frente do Uruguai na tabela de classificação.
A Catimba
Não cabe a mim explicar o que é a catimba. Todos que vivem o futebol sabem da importância deste recurso da ganhar a mente do adversário através da malandragem. É algo inerente ao jogo. No entanto, quando se aborda o tema por estas bandas, imediatamente caímos no maniqueísmo de bandido x mocinho, no qual o papel do vilão é sempre do outro.
Mas houve um tempo em que nós não éramos tão “vivos” dentro de campo quanto os nossos vizinhos, que sabiam utilizar melhor este recurso. E este jogo em questão é um marco.
O Jogo
Foi um jogaço, amigos!
No 1º Tempo, podemos dizer que os orientales desfilaram com o seu candombe no meio da roda de samba, tomando conta da partida e abrindo o marcador com Escalada. Acusando o golpe, o Brasil partiu para o ataque. E após uma dividida entre Almir e o goleiro Leiva, os comandados de Feola partiram por mais…
O Cacete
Craque de bola, esperto, valente, Almir nunca levou desaforo para casa, seja em campo ou na zona, tanto é que sua vida foi abreviada ao se envolver em uma briga no bar Rio Jerez, em Copacabana, no ano de 1973. Sendo assim, por que raios ele haveria de se mixar para um uruguaio defendendo a seleção brasileira na Argentina?
Em uma bola esticada por Formiga, o camisa 1 adversário se adiantou na jogada, mas mesmo assim Almir não evitou o choque. Leiva estende a mão para Pernambuquinho, que antes mesmo de aceitar ou recusar a gentileza observa a aproximação de Davoine e Martínez. Está armada a confusão!
“Foi uma dívida e o goleiro deixou a sola, levei a pior até aí tudo bem, faz parte do jogo. Acontece que quando eu estava no chão, dois zagueiros uruguaios chegaram me xingando de tudo que é palavrão, de macaco, de tudo. Não tenho sangue de barata e na hora já levantei indo para cima” conta Almir em seu livro Eu e o Futebol.
Nesse momento, Pelé chega na treta e tenta pegar Davoine, mas não consegue sendo empurrado pelos uruguaios. Eis que chega a linha de frente brasileira. Orlando Peçanha varre geral, distribuindo socos por todos os lados. Didi adapta sua mais famosa jogada criando a “Voadora Seca”. Sasía também demonstrou a mesma habilidade com os pés, agora com as mãos. Jogadores, comissão técnica e cartolas, todo mundo sai na mão no Monumental de Ñuñez.
O sururu durou cerca de vinte minutos, sendo contido pela polícia, que conseguiu dar prosseguimento ao cotejo. Nos vestiários os corações estavam pulsando forte e a seleção brasileira deveria virar o jogo na bola, pois na porrada a vitória foi apertada.
Tim, Tim, Tim mais um gol de Valentim
“Paulo Valentim foi o cara mais macho com quem já joguei”
Certa vez, no começo dos anos 2000, encontrei seu Chico Formiga na Vila Belmiro, situação da qual eu recordo a frase citada sobre o centroavante que foi o protagonista naquela noite em Buenos Aires.
Paulinho foi um grande!
Na final do Carioca de 1957, jogando pelo Botafogo meteu 5 gols na goleada por 6 a 2 diante do Fluminense. Assim como o pivô da briga contra os uruguaios, Paulo Valentim também se revezava entre as tardes de futebol pela vida noturna.
Foi em uma dessas voltas pela boêmia em que ele conheceu a recifense Hilda Maia, eternizada como Hilda Furacão pelo escritor Roberto Drummond. A moça era uma das mais cobiças no meretrício de Belo Horizonte, quando conheceu o então camisa 9 do Atlético Mineiro, que acabou pedindo a sua mão em casamento. Na cerimônia, em determinado momento o padre faltou com respeito à noiva e Paulo quis partir a cara do religioso, sendo contido pelo padrinho João Saldanha.
Voltemos ao Monumental de Ñuñez. Com a desvantagem no placar, Feola decide arriscar dando lugar à Valentim no lugar do já citado Formiga. Valente como poucos, Paulinho ganhou todas as bolas da zaga uruguaia, na base da trombada, e fez três gols cada um a sua maneira: de rebote, de cabeça e de fora da área, virando o jogo para 3 a 1.
Esta apresentação de gala foi o suficiente para despertar o interesse do poderoso Boca Juniors, que contratou Paulo Valentim na temporada seguinte. Vestindo a camisa azul y oro por 5 anos, Paulinho se tornou bicampeão argentino e também o maior artilheiro da história do Superclásico, com 10 gols em 7 partidas, confirmando a aposta da diretoria xeneize após a sua apresentação de gala na casa do arquirrival.
O Brasil acabou não conquistando o Sul-Americano, ao empatar em 1 a 1 com os anfitriões, na última rodada, que, por sua vez, sagraram-se campeões.
O Folha Seca #88 voltou a conversar com o jornalista Leo Gerchmann, do gaúcho Zero Hora, que acaba de lançar o livro Somos Azuis, Pretos e Brancos; a obra, que começou a ser escrita ainda antes do ‘caso Aranha’, busca na história razões para mostrar que o Grêmio não é um clube historicamente racista.
O programa também falou se Sávio, Cristiano Ronaldo, Juventus, Jogos Indígenas e Secos e Molhados, além de trazer o trailer do documentário sobre Ivair, ex-craque da Portuguesa, que você assiste aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ULO7WMCef3M
A fronteira do programa de hoje é visível, mas houve um período em que ela não existiu. Vamos falar de um conflito pouco conhecido chamado Guerra do Futebol, que ocorreu na América Central em julho de 1969, entre El Salvador e Honduras – enquanto o resto do Mundo só tinha olhos para o lançamento da Apollo 11.
Você vai entender o motivo da guerra ter esse nome – também conhecida como Guerra das 100 Horas – e o contexto que fez eclodir o conflito. Falamos das duas seleções nacionais, seus feitos históricos e principais jogadores, inclusive, é claro, a vitória hondurenha sobre o Brasil em 2001, na Copa América. No mais, lembramos o processo político na região que, no século XIX, era um só país e, recentemente, retomou sua integração regional, tema que encerra mais um episódio desta série.
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Por Victor Faria
Por simples acaso, dois quase desconhecidos encontraram-se despencando juntos no alto do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, no bairro do Morumbi.
– Oi – disse o primeiro, no alvoroçado início da queda. – Eu me chamo Doriva. E você?
– Alexandre – gritou o segundo, perfurando furiosamente o espaço.
E só para matar o tempo do mergulho, começaram a conversar.
– O que você faz aqui? – perguntou Alexandre.
– Estão me chutando – respondeu Doriva. – E você?
– Que coincidência! Eu também. Tenho a impressão de ser dessa vez definitivo, porque é uma segunda tentativa. Há tempos que vinham tentando. Mas tem sempre um amigo, um desconhecido e até um conselheiro que impede. Você afinal está de saída por quê?
– Por amor próprio – respondeu Doriva, sentindo o vento frio no rosto. – Eu, que amava tanto o jogo, o clube, fui trocado por um homem já acostumado ao time, à instituição. Infelizmente tenho só estes corriqueiros trinta dias…
– E não lhe parece insensato por em xeque sua carreira por algo tão efêmero como o amor próprio? – ponderou Alexandre, sentindo a zoada que o acompanhava até sua saída.
– Justamente. Trata-se de uma vingança da insensatez contra a lógica – gritou Doriva num tom quase triunfante. – Em geral é o mundo do futebol que destrói o amor próprio. Desta vez, decidi que o amor acertaria contas com o futebol!
– Poxa! – exclamou Alexandre – Você fez do amor próprio uma panaceia!
– Antes fosse – replicou Doriva, com um suspiro. – Duvidosa como é, a convicção desse amor me provocou dores horríveis. Nunca se sabe o que chamamos convicção é desamparo, solidão doentia ou desejo incontrolável de dominação. O que na verdade me seduz é que a convicção destrói certezas com a mesma incomparável transparência com o que o caos significante enfrenta a insignificância da ordem. Não, o amor próprio não é a solução para profissão. Mas é culminância. Cair por conta dele me trouxe paz.
– Ante o vertiginoso discurso, ambos tentaram sorrir contra a gravidade.
– E você, como se sente? – perguntou Doriva a Alexandre.
– Oh, agora me sinto plenamente satisfeito.
– Então almejava uma demissão?
– Bom – respondeu Alexandre – me assustou descobrir um fiasco primordial: que a administração tem razões que a própria razão desconhece. Daí, preferi mergulhar de vez no mistério. Da administração conheço demasiado horrores. Mas que mistério é esse em torno da administração de um clube é tão importante a ponto de merecer sua vida?
– Mas de saída você não desvendará o mistério! – protestou Doriva.
– Por isso mesmo. O fundamental no mistério é aguçar contradições, e não desvendar. Sair, por exemplo, é bom na medida em que me torna parte do enigma e, de certo modo, o agudiza. Tem a ver com fé, que gera energias para a vida. Ou para a história, quem sabe…
– Taí um negócio que perdi: a fé. Os presidentes para mim… – e Doriva engasgou.
– Ora – revidou Alexandre vivamente. – A fé nada tem a ver com os presidentes, cujo cargo se reduziu a uma pobre estrela anã de energias tão concentradas que já nem sai do lugar. Eles desistiram de entender os homens, e viraram de maneira igual indagadores. A única fé possível é mergulhar neste abismo do mistério total.
– Mas para isso é preciso ao menos saber onde está o mistério – insistiu Doriva com os cabelos drapejando ao vento.
– Ué, o mistério está em mim, por exemplo, os motivos de minha saída coincidem com os argumentos de minha volta. Mas há mistério também em você: sua demissão por sua convicção é o mais impossível ato de fé. Graças a ela, você participa do mistério. Porque se apaixonou pela beira do abismo.
Doriva olhou com os olhos estatelados, ao compreender. E Alexandre, que já faiscava na semirrealidade da vertigem, gritou com todas as forças:
– Há sobretudo este mistério maior de estarmos, na mesma hora e local, suscitando ao mesmo gesto absurdo e despencando para a mesma certeza, por puro acaso. Além de cúmplices, a intensidade deste mergulho nos tornou visionários. Você não vê diante de si o desconhecido? É que já estamos perfurando a treva.
E como tudo de fato reluzia, Doriva também ergueu a voz:
– Sim, sim. É espantoso o brilho do absurdo.
Foi quando os dois corpos se estatelaram na Avenida Giovanni Gronchi.
Muita música boa no Thunder Rádio Show da semana!
Nosso pássaro recebeu Maurício Pereira e Daniel Szafran nos estúdios da Central 3. O papo começou lá em 1985 com a banda Mulheres Negras e veio até os trabalhos de hoje, abordando temas críticos do cenário musical, empresarial, pop e cultural da arte no Brasil.
Você clica abaixo para fazer o download e ouvir música ao vivo e boas histórias, com apresentação, claro, de Luiz Thunderbird, com Leandro Iamin a tiracolo.
Parece coisa de filme de terror gringo… E é. Mas é também a trama de Condado Macabro, o primeiro slasher movie nacional. Ou, pelo menos, é parte das muitas referências que a história entrega com bom humor e um tempero de elementos brasileiros como, ora vejam, uma trilha à base do mais fino brega de nomes como Reginald Rossi.
Borbs, Thiago Cardim e Bruno Ondei bateram um papo com os diretores do filme, Marcos DeBrito e André de Campos Mello, sobre as dificuldades de se produzir, financiar e distribuir um filme de terror por aqui. Sobre como eles fizeram esta parada dos próprios bolsos. Sobre o Rob Zombie e sobre referências. Sobre o Jason e o Crystal Lake. Sobre comédias românticas, olha só.
E, claro, sobre palhaços, que dão um medo miserável, né?
Condado Macabro estreia 12 de Novembro no Rio de Janeiro, Aracaju, Sobral, Salvador e Londrina – e dia 19 em São Paulo.
Por DeOliveira Junior
Pontualmente no horário marcado, lá estava ele, em frente ao portão do estúdio, portando uma bolsa em que transportava algum objeto pessoal, de traje modesto, sem nenhuma logo esportiva, assessor, segurança ou nada do tipo. Assim, encontramos aquele que anda a vagar pela cidade como mais um despercebido qualquer, que passa pelas ruas sem alvoroço, com sua costumeira cordialidade e simpatia em uma singela saudação. Mas essa não era mais uma entrevista qualquer, esse senhor modesto já esteve na cancha pisoteando o gramado ao lado de lendas da saudosa era romântica do Futebol, imagine você estar disputando uma partida contra Garrincha, Jairzinho, Pelé etc. Estar dentro da mesma demarcação de campo que esses caras carregando consigo a responsabilidade do seu time, e sendo um agente ativo dos acontecimentos e não apenas um mero espectador, por si só, já o tornaria digno de um grande feito pelo resto da sua vida.
Nascido em Rivera, cidade uruguaia separada apenas por uma linha imaginária do Rio Grande do Sul, Danilo Menezes trouxe de berço a simplicidade e simpatia do seu pago. Quando guri sonhava em um dia conhecer a tão falada Montevideo, capital do país, mal sabia ele que o destino o premiaria com uma cascata de eventos que se sucederiam de forma tão espontânea que fariam o menino humilde e desdenhado desfilar em templos lendários e ao lado de figuras lendárias do futebol.
Danilo parecia assim, um viajante ao seu tempo. Um agente ativo de tudo que acontecia, mas que não conseguia assimilar a importância de tudo que alcançara e que só conseguia sentir gratidão por tudo que estava acontecendo. A primeira ligação com a bola ocorreu no Oriental Atlético Club, localizado em frente ao Estadio Atílio Paiva de Olivera. O treinador do Decano precisava de um alguém para “quebrar um galho” em um jogo-treino, e Danilo que vivia de prontidão acompanhando os treinamentos, apenas por admiração e curiosidade, se candidatou. O que não se esperava era que daquele dia em diante despontaria um dos melhores jogadores de Rivera, cidade que viu nascer Hugo de León, Pablo Bengoechea e mais recentemente Rodrigo Mora. Mesmo assim, a mãe de Danilo não cedeu a insistência do menino em querer ser jogador daquele momento em diante, jogadores não gozavam dos prestígios de hoje em dia, nem de longe, quiçá pudesse ter o dinheiro e fama de hoje. Porém, um fator foi determinante nessa questão, o treinador era então o patrão da sua mãe e ameaçou dispensar os serviços da mesma caso não liberasse o pibe para jogar, simples assim.
Em sua estreia na Liga de Rivera, Danilo chamou atenção do poderoso Club Nacional de Football. E foi através do Bolso que o menino realizou o sonho de conhecer e morar na capital, daí em diante veio uma sucessão de acontecimentos que mudariam a vida de Danilo para sempre: Foi campeão uruguaio em 1963, disputou a final da Copa dos Campeões da América (nomenclatura da Copa Libertadores até 1964) contra o Indenpendiente e na temporada seguinte desembarcou no Rio de Janeiro, para jogar pelo Vasco da Gama. Vestindo a camisa 10 cruz-maltina, esteve no Maracanã na noite em que Pelé marcou o milésimo gol da sua carreira.
Danilo nos contou que seria titular absoluto da Celeste, pela qual disputou as Eliminatórias do Mundial de 1966, se não tivesse surgido na mesma época um monstro chamado Pedro Rocha. Após sete anos defendendo o Vascão, o Gringo foi parar em Natal para escrever seu nome na história do ABC Futebol Clube e se tornar o último grande maestro do Mais Querido. Mas por pouco essa história não tomou outro rumo, por conta de sua idade (27 anos) teria sido preterido pelo então dirigente alvinegro Severo Câmara, que em um surto de vaidade por pouco não comete uma burrice. Danilo fazia parte de um pacote de 10 jogadores que foram sugeridos ao ABC por Célio de Souza, ex-treinador das categorias de base do CRVG, contratado pelo ABC para realizar a mesma função. Tendo em vista que Alberi, ídolo alvinergro, era 1 ano mais velho que Danilo, ele pediu ao dirigente 10 dias, livre de qualquer contrato ou obrigação do clube, apenas para treinar com o time. Não deu em outra, por pura impulsão da Frasqueira, que lotava a cada treino, foi de prima o encanto e maestria do uruguaio, gracejado pela torcida e requerido no time principal.
Saudosamente celebramos o encontro com esta verdadeira lenda do esporte nacional, de fundamental importância nos grandes feitos e eventos ocorridos na história centenária do ABC, como a grande excursão de 1973, a final do Estadual de 1977, na qual ocorreu uma verdadeira batalha campal entre os jogadores do ABC com o rival encarnado, e tantos louros e títulos celebrados pela massa abcedista. Foi emocionante ouvir daquele que fazia o espetáculo o quão gratificante e próxima era a relação entre jogadores e torcedores, não havia divisa nos treinos e antes de iniciar qualquer preparação, embaixo de uma mangueira no antigo CT alvinegro que ambos se misturavam em um só, resenhavam e proseavam antes de cada treino: “O torcedor cuidava do jogador” nas palavras do Gringo. Não era necessário ser sorteado em uma ação de Marketing para estar perto do seu ídolo, simplesmente ele estava lá, todos os dias. O amor e identidade entre o clube e jogador se iniciava ali.
Danilo foi agraciado por seu tempo, por estar sempre no lugar certo e nas horas exatas, mas não apenas assistindo e sim participando de tudo que acontecia. E hoje com essa mesma maestria e cordialidade que lhe era peculiar ele vive a vagar pela simplicidade, como um personagem qualquer que passa despercebido do nosso dia-a-dia. É uma pena todo acervo daquela época praticamente não existir, suas jogadas estão vivas apenas na memória daqueles que a contemplaram. Mas deixo minha eterna gratidão e admiração ao uruguaio mais potiguar que já existiu pelos anos de serviço prestado ao Decacampeão.
As Dibradoras chegam para falar da Ferroviária, campeã da Libertadores realizada na Colômbia. O clube de Araraquara conseguiu sua primeira taça e agora parte para o Mundial!
A campanha Agora é Que São Elas e o Mapa da Violência contra a mulher no Brasil também foram pautas no podcast que lembrou do Torneio Internacional de Natal e das semifinais do campeonato brasileiro feminino.
Clique abaixo e confira mais um Dibradoras, com Júlia Vergueiro, Renata Mendonça e Nina Cardoso!
Visitamos o Bosque de La Plata para conhecer a morada do Lobo, apelido do Club Gimnasia y Esgrima, uma das equipes mais tradicionais da Argentina.
Os demais apodos, a rivalidade com o Estudiantes, a queima do bandeirão do Verón, os torcedores-símbolo, El Gol del Terremoto e a relação da hinchada com uma das maiores bandas do rock argentino.