Tatuagens de Vitória

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Por Flaco Amarelo

Visíveis ou não, as pessoas atravessam suas vidas com marcas. No coração e na pele, são estas marcas que nos fazem ter forças para continuar ou sabedoria para desistir. E não é fácil passar por uma vida tendo nessas marcas uma característica fundamental: a vitória.

Os últimos tempos foram absolutamente bondosos com os torcedores xeneizes. Desde o final da década de 1990 o clube se coroou como rei absoluto da América – e do Mundo – onde vencer parecia algo tão corriqueiro como abrir os olhos ou caminhar. Pode soar como arrogância, mas a glória havia se tornado algo quase banal, mesmo sendo sempre saboreada como um delicioso asado ou um choripán servidos próximo da Bombonera.

Quando lá da ponta se olha para baixo e enxerga seu rival prostrado sob a lama da vergonha, você para de olhar para dentro de si, como se a derrota do eterno inimigo fosse mais importante de que os triunfos que ainda podem ser alcançados. E todo o pueblo bostero sentiu isso quando viu o River na B. Mas o futebol é um esporte lindo porque sempre te dá a oportunidade da revanche. E eles tiveram a deles. Nos eliminaram na Copa Sul-Americana e gargalharam da nossa cara quando o Panadero Napolitano nos envergonhou frente ao continente, nos deixando totalmente de mãos atadas. Sentimos a ardência forte da pimenta em nossos próprios olhos. E justamente na tão desejada Copa Libertadores. Essa que é quase conhecida como “nossa”.

Mais uma vez fomos obrigados a vê-los festejando. O que não passaram eles vivendo a mesma coisa e sentindo isso por tantos anos? Nunca desejarei saber. Mas de fato, algo mudou quando olhamos para dentro do peito encarnado e vimos que precisávamos ser nós mesmos para romper com essa tristeza e recuperar essas marcas vitoriosas que tanto nos faz reconhecidos.

Bastou Tévez desembarcar no aeroporto de Ezeiza que a história começou a ser corrigida, entrando pela estrada na qual nunca deveria ter saído. Sem atalhos, com o Apache, a mística parecia ter sido recuperada. O futebol jogado foi sempre alvo de críticas. O técnico Vasco Arruabarrena, também. A sensação ainda era de que algo não se encaixava. Que faltava a frutilla del postre, para que pudéssemos tocar o céu outra vez.

Este parecia ser o pior ano do Boca em muito tempo. E tinha tudo para ser! Ver o rival vencer e ajoelhar-se diante disso sem forças para marcar em si, algo que refletisse o que sempre fomos. Como disse o sábio e imortal Eduardo Galeano: “ao fim e ao cabo, somo o que fazemos para mudar o que somos”. Carlitos correu por nós e nos trouxe a mudança necessária. Na temporada que estava marcado para ser triste, vencemos o Campeonato Argentino e a Copa Argentina. Vencemos aqueles que nos venceram duas vezes. E veja que não estou contando o histórico 5 a 0 feito no Torneo de Verano.

Pouco importa se eles irão ao Japão defrontar o Barcelona (?). Após um ano inteiro de agonias e lutas, eles continuarão tendo uma terrível mancha que ninguém irá apagar. E nós, bem…

…nós temos apenas tatuagens de vitória.

 

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