Conto de meias noites

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Estão matando as coisas boas e coletivas. A palavra final da frase é que constitui o verdadeiro desafio a nossa frente, ou seja, manter o coletivo. Quando eu afirmo que mataram o futebol, é porque, de fato, mataram o Milan, o Corinthians, o que era grandioso de um campeonato paulista italiano, alemão, da liberdade de se expressar em um estádio, dos estádios, hoje em extinção. Ainda vive o futebol quando chuta a pelota com teu filho, nas peladas com seus amigos não infectados, ainda há musica nos barracões e garagens por ai, certo… Mas não há mais uma grande Copa do Mundo – aliás, nos mundiais de futebol recentes é que se vê mais claramente a falência do jogo – e não há mais um grande Woodstock, com lama e sem celulares, com comunhão, com entrega. Falo destas grandes coisas, que eram grandes porque se compartilhava em grande número, em total número, como é o amor dentro de cada humano vivo aqui, independente de onde vive, neste globinho, que é bem “inho” se tomar o universo como referência, mas se tornava “ão” em cada comunhão de amor, música, futebol, qualquer coisa verdadeiramente natural que brota, de fato. O controle estancou a sangria  coletiva da massa apaixonada pela emoção de viver. Não há mais espaço para se sangrar em nome do coletivo, tudo hoje parece controlado pelo McDonalds, Nike, banco Itaú e este mundinho patético do homem-mercadoria, sempre assegurado pelas bombas de seus porcos exércitos.

Quanto mais controle, mais opressão, mais se deve recorrer à fantasia – não a toa vivemos a era dos vampiros, bruxas, a mística atingindo seu ápice, no choque dos opostos, cada vez mais cotidiano, violento. Em busca de um pouco de fantasia nesta loucura, fui a uma festa, último sábado. Sei lá há quanto tempo não fazia isso – vocês que leem meus textos já sabem os porquês. Mas sabem, também, que vivendo só de festa se vira babaca, mas só de luta é um caminho direto a perdição do olho do furacão, apenas gritando e chorando. E na festa, pude refrescar meu espírito, me embebedei, voltei pela madrugada da babilônia paulistana cantando um blues pelas ruas, entreguei dez reais, sem pensar, para o primeiro esquecido das ruas que estendera suas mãos, em busca de ajuda.

E logo depois, “coincidentemente”, me encontrei com um amigo no metrô, e este me presenteou uma boa viagem, que valia mais ou menos dez reais. A vida tira e dá, ao mesmo tempo. Mas você tem que se entregar de tudo, de coração, de braços e orelhas para a mágica da química cósmica entrar em sintonia contigo. Refrescada a vida, o demônio foge em desespero, com seu rabo entre suas patas, porque ele é muito orgulhoso e só quer ele mesmo.

É triste. A vida é simples, as coisas complicadas não são naturais, tampouco necessárias. São estas arenas, promoções de celulares, o demônio agindo livremente na preguiça disciplinar de se embebedar para lutar e sangrar na batalha o que mais líquido festivo adiante reparará. Refrescada a memória, também, e aqui se reflete este milagre neste diminuto recado desta semana. Estão matando as coisas boas, enquanto dormimos na vontade de compartilhar. Fiquemos atentos, juntos, pelo amor dessa comunhão. Bom dia.

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