Copa C3 | Dia 6, viva Senegal, pobre Salah

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por Gabriel Brito

Colômbia 1 x 2 Japão – mexendo mal desde Berlim 2006…

Depois de enfrentar maiores turbulências nas Eliminatórias que carimbaram a segunda classificação seguida cafeteira, a estreia mundialista não trouxe os ventos que esperávamos.

Logo de cara, a hecatombe. Davinson Sanchez perdeu para Osaku, no que deve ter sido o primeiro grande lance de imposição física dos nipônicos em Copas do Mundo, foi parado por Ospina, mas no rebote o outro Sanchez, Carlos, não teve o reflexo necessário de deixar a bola estufar a rede e, tomado o gol, buscar em condição de igualdade o jogo que apenas nascia.

Se eu já achava absurda a opção de Yerri Mina no banco, depois dessa não precisa acrescentar nada. Nunca que o ex-zagueiraço do Palmeiras perderia a bola que gerou o caos.

Maldição estrear numa Copa de forma tão condicionada. Mas a Colômbia ainda estava viva. Perdera um volante, mas poderia ter mantido um 4-4-1, com apenas Falcão na frente. No entanto, Jose Pekerman preferiu sacar Cuadrado, uma das fontes de talento e problemas para marcadores opostos, e colocar outro volante.

Falcão fez falta, mas conseguiu cavá-la a seu favor no empate do ótimo meia Quintero, pra reiterar que o fetiche da tecnologia irá apenas atualizar os debates sobre os mesmos erros de sempre.

E quem sai no segundo tempo para a entrada de outro nome de 2014? Quintero. Além de comer um banco que nos parece equivocado, James Rodriguez ainda foi condenado a jogar pelo corredor, por onde tem pouco a contribuir com seu estilo.

Pois se Pekerman é um bom gestor de elencos, treinador e preparador de times e jovens atletas, raramente é feliz na hora de mudar as coisas enquanto a bola rola. Jamais irei perdoar as saídas de Riquelme e Crespo para entradas de Cambiasso e Julio Cruz naquele segundo tempo em que a Argentina fazia 1-0 contra a Alemanha em Berlim. Naquela ocasião, o imberbe Messi foi privado de dar sua contribuição para a última grande seleção albiceleste e viu a eliminação para o apenas razoável time germânico no banco.

Já o Japão, tem aquele que talvez seja seu melhor time de todos. Só não tem tarimba de grandes vitórias. Mas depois do gol de Osako, de cabeça no meio de fortes marcadores, a seleção asiática deixou claro que era dia de inscrever uma nova glória em seu histórico.

Uma resposta à goleada de 2014 e primeira vitória contra um sul-americano em Copa do Mundo. Não é pouco num grupo que promete equilíbrio total.

Senegal 2-1 Polônia – Somos Todos Cissé

Em Moscou, o último e um dos mais significativos jogos da primeira rodada.

Prova cabal de que o racismo estrutural é outra faceta do futebol dominado como nunca pelo capital, o Senegal é a única das 32 seleções treinada por um negro, o ex-volante Aliou Cissé, que esteve na linda campanha que os Leões de Teranga fizeram em 2002.

Não dava pra não torcer, e tivemos de nos esforçar para ignorar o simbolismo de que do outro lado estava um país cuja população é das mais chauvinistas do velho continente, com direito a um representante da famigerada República de Curitiba na zaga. É, nem sempre enxergar o prisma político inerente ao esporte faz bem.

Dito isso, grande partida senegalesa. Jogaram de forma correta e inteligente sem abdicar das qualidades e características do futebol africano. Força, técnica, habilidade e vigor em proporções iguais.

Sadiou Mané, camisa 10 e mais famoso de seus jogadores, fez partida exemplar. Líder técnico de verdade, coisa que o 10 brasileiro ainda não se mostra capaz de ser, como bem alertou o amigo Tiago Zau.

O 4-4-2 de Cissé sabia a hora de recuar e de propor. De resto, a força da dupla de ataque Niang e Diouf é impressionante, mais altos e fortes que a dupla de zaga polonesa.

Já os polacos, mais uma vez tem um time sem graça, que faz o óbvio e deixa Lewandowski ilhado quase o tempo todo. Continua uma seleção legal de ouvir nas histórias do meu pai, e só.

De resto, o desfile da vitória dos senegaleses residentes em São Paulo logo após o término da partida é a minha imagem da Copa até aqui.

Rússia 3 x 1 Egito – Respeita a mãe Rússia

Como disse meu irmão, a humanidade já deveria ter aprendido que não se deve subestimar a Rússia.

Acabou o fantasma da campanha pífia. Claro que o grupo ajuda, mas os russos estão se superando. Já podemos falar de jogadores que renovam a mística dos atletas de carreira discreta, ordinária, que viram bicho grande em Copa do Mundo.

Prático o senhor Stanislav Cherchesov. Se Cheryshev e Dzyuba fizeram três gols na partida de abertura, vão a campo desde o início na segunda rodada. E não decepcionaram.

Se o primeiro tempo foi duro e o Egito ainda deu peleia, no segundo mais um gol contra abriu o jogo. Aliás, a padronização do campo em 105 x 68 metros num futebol de cada vez mais potência física e ocupação de espaços me parece a explicação óbvia para tanta pixotada contra a própria rede.

Depois, ambos os citados voltaram a vestir a capa de herói e mataram a partida.

Lastimável retorno à etapa final do time de Hector Cúper. E pobre Salah, que ao menos arrumou um pênalti para cravar seu nome entre os anotadores do Mundial.

Se alguém editasse todas as suas participações, veríamos que o homem não erra um toque na bola, arredonda todas as jogadas possíveis. O tal Trezeguet ainda fez boa partida, mas o resto dos colegas está distante demais do primeiro grande injustiçado dessa Copa.

O time da casa cresce, ganha moral e nos deixa curiosos sobre o que o mundo verá nas oitavas de final, quando terão de se defrontar com Espanha e Portugal – salvo uma façanha dos parças anti-Ocidente do Irã, o que também seria divertido.

O povo egípcio despede-se rapidamente da ilusão copeira. Quem sabe afogam as mágoas contra o rival saudita e Salah repete Salenko. Quanto a seu grande povo, terá de voltar à vida normal sob uma das maiores ditaduras militares do mundo, contra a qual, infelizmente, os libertários ocidentais têm pouca ou nenhuma objeção.

Vida que segue, que Salah esteja no Catar – ou que esta Copa apocalíptica mude de lugar.

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