Nomes

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Saiu a escalação.

Maycon no gol. Ítalo Gabriel na direita e na lateral oposta, Matheus Vítor. A dupla de zaga com Glawber e Ítalo Melo. Ítalo Henrique faz a cabeça de área e o resto do meio campo é composto por Aleffi e Kelvenny. Na frente, Walisson Pequeno, Elias e Adriano Napão.

Com esses briosos jogadores o time sub-20 do meu querido, amado, idolatrado, salve-salve Santa Cruz venceu a semifinal do campeonato pernambucano da categoria por 2 a 1 contra o América da Estrada do Arraial, e está bem perto de conquistar a taça. Na Copa do Nordeste dos quase profissionais a molecada coral também vai de bem a melhor, dando orgulho para desamparada torcida do Santinha.

Mas calma aí e nem se empolgue porque prometi a sqnto nenhum que evitaria falar do esporte bretão aqui nesse espaço. Permaneço, sem penitência nenhuma, com as minhas juras. O assunto da peleja aqui são nomes, batizados e inspirações. Repararam bem na escalação do escrete? Voltemos a ela: três Ítalos (que deve ter sido o nome da moda nos cartórios recifenses no final da década de 1990), Glawber com um W separando as sílabas, Aleffi que não deve ter nenhum parentesco árabe próximo e um garboso Kelvenny, que escrevo sem saber pronunciar seu nome na dúvida da tônica paroxítona ou proparoxítona, mesmo não havendo acentuação indicativa. Vai saber? Em tempo: o ataque é maravilhoso. Pequeno e Naipão. Elias vai ter que jogar muita bola para se destacar no meio de gigantes vulgos.

Nessas linhas não tem nenhuma espécie de zombaria, zoação ou greia em cima dos substantivos próprios alheios. Sou uma grande apreciador de verbetes nominais fora do padrão. Vai de reto Joões, Marias e de um tempo pra cá a tendência dos ricos de colocar o nome dos seus rebentos inspirados na onda retrô. Preguiça das Antônias e Joaquins. Viva o distante primo Wilclef Hugo e sua irmã Wiclênia Karolaine, da querida, saudosa e paraibana cidade de Mulungu!

A amada Fabi Maranhão, minha ex-esposa e eterna melhor amiga, é autora de uma das mais incríveis reportagens sobre o tema na TV brasileira. Ela descobriu na Jaboatão do Guararapes, que abriga o paraíso de Candeias, uma família com nomes próprios que podem ser encontrados facilmente em qualquer gráfica rápida país afora. Resumo do tirinete: Um dia o pai entrou num cartório para batizar o filho recém-nascido. Queria coisa diferente, sair do lugar comum. A resposta que precisava estava numa folha de papel colada na parede. “Xerox e fotocópia autenticada”. Assim batizou o primogênito e as duas herdeiras que viriam a seguir. Para conhecimento: o filho de Xerox se chama Carimbo e Autenticada é jornalista e cantora gospel.

E quem sou eu para analisar o nome alheio? Bem, Gil é uma abreviação. Meu pai, meu irmão e minha irmã* usam o mesmo acrônimo. No tempo em que existiam telefones fixos nas residências, ligavam para minha casa procurando por algum Gil. Era necessário saber a qual de nós era endereçada aquela ligação. Meu pai nunca justificou o nome pelo qual me batizou. Tenho minhas desconfianças sobre a origem da palavra que assino e levo essa teoria como uma verdade absoluta. Vamos ela.

Seu Gilvânio, meu pai, foi um jovem engajado no movimento negro na década de 1970. Samba no pé, Black Power na cabeça e uma grande admiração por figuras como Martinho da Vila, Martin Luther King, e Muhamaad Ali. Este último antes de se converter ao islã atendia pela alcunha de Cassius Marcelus Clay. Ainda não captaram a história? Siga a linha. Gilvânio (meu pai) + Cassius Clay (o boxeador) = Gildcley, esse escriba.

Ter um nome não convencional tem suas vantagens como qualquer email ser seu nome arroba qualquer coisa ou  a facilidade em achar ele em uma grande lista. Desvantagem mesmo só é ter que soletrar ele lentamente a cada vez que fala com a moça do atendimento telefônico.

*Dedico este texto a Gilvania e Gildson, por motivos óbvios.

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