O antimodelo brasileiro

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O novo futebol brasileiro fez uma escolha de modelo para novos estádios. A opção foi por um modelo muito semelhante ao inglês, consagrado a partir dos anos 90, relegando imensa parte dos torcedores para os pubs.

Este modelo tem como principal característica o “100% cadeiras”, ou “all seats”. Você não tem mais a área cimentada para ver de pé, como acontece na Alemanha por exemplo. Você não tem mais alambrado nas arenas, como ainda acontece na mesma Alemanha, no estádio do Bayern inclusive. E você tem uma relação de preços que não dialoga com com a realidade econômica da região, ao contrario dos alemães, que fazem do estádio um retrato social verdadeiro.

Não entrarei em nenhum destes quesitos em especial. Falarei de outro. O Brasil adotou um modelo. Este modelo é baseado no que acontece noutro país. Mas não obedece a regra número 1 deste modelo copiado: a lotação.

O futebol inglês encareceu demais suas cadeiras. É duro ir a um jogo, muito mais comprar um carnê. Mas, ainda assim, está no limite da lotação possível. Ou seja, o preço praticado é caro o suficiente para expulsar muitos fanáticos, mas lá os estádios lotam. Há quem pague e é isso que importa aos dirigentes ignorantes de lá. Os daqui, nem nisso pensam.

E aí, na final da Copa do Brasil, Cruzeiro x Galo jogaram para um Mineirão com clarões. O visitante quase tem de pagar mil, não fosse a justiça a vetar. Como é que isso pode causar algo menos que revolta violenta de todos os setores do futebol? Como podem, ainda, ponderar e apenas criticar o acontecido?

O preço no Old Trafford, do Manchester, é um insulto ao futebol. Mas no dia que ficarem mil cadeiras vazias, o ingresso abaixa. Se adequa. A regra de ouro lá é manter o estádio lotado, ainda que cheio de torcedores bundões, frios ou turistas. Pelo “produto” que dão, tem muita gente que paga bastante e o ingresso hoje está mais para encarecer do que baratear. Só não abrem mão, lá, do estádio lotado.

Aqui a gente faz questão do estádio vazio. Vive com a polícia diminuindo capacidades de estádio e interditando cadeiras, as mesmas cadeiras que simbolizam para alguns a civilidade. A gente joga uma final de campeonato com o estádio cheio de vazios. Um inglês veria isso e entenderia muita coisa sobre a nossa sociedade. Nosso futebol é um aluno que faz uma cópia porca da prova do CDF da cadeira ao lado, mas esquece de botar o nome no cabeçalho.

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