Fronteiras Invisíveis do Futebol

Fronteiras Invisíveis do Futebol #77 Padânia

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Voltamos ao Velho Mundo para falar de uma região que não é um país! Você já ouviu falar na Padânia? Uma criação separatista do vale do rio Pó que ganhou força no início dos anos 1990, com o então novo partido da política italiana, a Lega Nord. Isso, o mesmo partido que hoje é uma das forças dominantes da política italiana. Então, para entender esse momento atual, vamos ver as raízes históricas dessa diferença regional e como a bandeira da Lega Nord mudou com o tempo.

Vamos passar pelos itálicos, celtas gauleses, romanos, os lombardos, os francos, os germânicos, os franceses, os espanhóis, basicamente todos povos que já dominaram o norte da atual Itália, e o legado cultural deixado por cada um, além, claro, do Renascimento.

Entenda também, como a industrialização italiana criou distorções internas ao recém formado país, com um norte industrial e um sul rural, e o impacto dessa diferença na política da bota. Claro, tudo isso temperado pelo calcio e alguns campeonatos de futebol para povos que não possuem Estado!

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12 comentários em “Fronteiras Invisíveis do Futebol #77 Padânia”

  • Ótimo programa.

    E sobre os banqueiros serem os “lombardos”, acho que vem daí a palavra russa “lombard” (ломбард) que significa “casa de penhor”. Perguntei para os russos que conheço (meus alunos) e nenhum deeks sabia de onde vinha essa palavra.

    Uma cez amis cumprimento vocês Matias e Filipe pelo esforço, sempre fica muito bom os FIdF.

    Um salve desde Tomsk, na Sibéria, onde dou aula de português.

  • Mateus Morais disse:

    Excelente episódio, mais uma vez! Uma ligação recente da Lega Nord com o futebol vem através do jovem jogador da Juventus, Moise Kean. Promessa do futebol e xodó da torcida bianconera, ele foi alvo de racismo pela torcida do Cagliari, respondendo com um gol e uma encarada, o que o Bonucci até transformou em problema depoia. Pois bem, o pai dele foi falar de política, disse que era leghista, defendeu o Salvini de casos em que ele defendia o racismo como “brincadeira”, falou que vai concorrer nas próximas eleições, além de ser contra imigração, dizendo que os africanos deveriam trabalhar nas casas deles. A contradição é que ele mesmo é um imigrante marfinense no país. Sobre o caso do filho, ele disse que torce pelo Kean e que ele tem sangue negro, mas tem sangue branco nele também – em alusão por ser torcedor da Juventus. O Moise Kean só respondeu falando que nem tem contato com o pai e que foi criado só pela mãe mesmo. Um abraço pra toda torcida bianconera no Brasil.

    PS: o time de futebol americano do Palmeiras é Locomotives (em inglês mesmo), e o América Locomotiva tem esse nome pois veio da parceria do Minas Locomotiva, um time tradicional de MG e que leva o nome em homenagem às locomotivas que são símbolo do estado, com o América Futebol Clube. Já o time de hóquei do América tem como mascote o coelho mesmo.

  • Denny Starnes disse:

    Sempre que se fala de separatismo europeu eu com minha cabeça de brasilieiro me pergunto: como cabe esse tanto de país em um lugar tão pequeno?

  • Sylvia Tamie disse:

    Muito interessante a história do Barbarossa, de quem eu só conhecia a lenda que quando morei na Alemanha, mas não a história da construção do mito. Na época, eu visitei o monumento do Kyffhäuser, perto de Leipzig (ou Lípsia em português), no nordeste da Alemanha. Lá eles contam que no dia em que os pássaros deixarem de sobrevoar o monumento, o Barbarossa voltará, um discurso bem tipicamente romântico.

  • Roger Henrique disse:

    E aí galera, uma correção rápida aqui: Mussolini era torcedor da Lazio, por isso a equipe não foi extinta ou integrada à Roma, o líder facista não entendia muito de futebol, mas torcia para a equipe e adorava opinar, tanto que alguns torcedores extremistas lamentavelmente se orgulham disso, não atoa a torcida é bastante associada ao facismo.

  • Olá, meus caros!

    Aproveitando que este foi um programa dedicado a um territorio italiano, gostaria de saber a opinião dos dois se hoje, ha no país um revisionismo histórico “pró Mussolini”, por parte da população.

    Coincidentemente nesta semana (25/4) houve um caso envolvendo torcedores fascistas da Lazio, que homenagearam o antigo ditador com cânticos, gestos e um bandeirão, na emblemática Piazzale Loreto, a praça de Milão em que o cadáver de Mussolini foi pendurado.

    Sobre a seleção austríaca, ela de fato participou da Copa de 1990 (na Itália). Era do grupo da dona da casa, ao lado da Tchecoslováquia e dos EUA. Ficou em terceiro lugar e acabou não se classificando para as oitavas. O curioso no terceiro jogo (onde eu lembro até hoje – tinha 8 anos) foi na ultima partida da fase de grupos, vitoria dos austriacos por 2 a 1 contra os EUA. No final do jogo os atletas dos “States” deram uma volta olimpica no estádio Comunale (Florença) com um bandeirão, agradecendo os torcedores e convidando os donos da casa a estarem com eles na Copa de 94 – que foi sediada nos Estados Unidos. Os Estados Unidos não participavam de um mundial desde 1950 (ocorrido aqui no Brasil).

  • Kayo Douglas disse:

    Comecei a ouvir há 2 meses e finalmente ouvi todos. E agora? O que vou ouvir no trem enquanto o próximo não sai?

    A questão dos descendentes de italianos é interessante. Eu tenho tanto italianos quanto africanos na árvore genealógica e a herança da colonização brasileira me tirou o acesso justamente à história do lado africano.

  • Dener Gomes disse:

    Filipe e Matias… Acho que vocês mataram uma dúvida de anos da minha geração na família. Meu bisavô por parte de pai era austríaco de nome Pedro Brosco e sempre fiquei pensando o porque desse nome. Ao ouvir esse episódio, me caiu a ficha que meu familiar pode ter vindo exatamente dessa intersecção de países e eu ter uma origem mais perto da Itália. Claro que preciso pesquisar isso (e devo fazer pela pura curiosidade), mas acredito que o programa possa ter dado a pista para a explicação dessa estranheza de nomes (e até algumas características físicas dos meus familiares).

  • Fabio Nagliati disse:

    Senhores, muito obrigado pelo programa, como muitos, sou descendente de Italianos e dessa região de Veneto(Rovigo). Não fazia idéia q essa região era tão controversa, rica e interessante. Parabéns ao tema escolhido e felicito a forma como foi explicado pelo Filipi. Parabéns Grande abraço.

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