Liga dos (Mesmos) Campeões

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Nesta semana, deparamos com as semifinais do campeonato mais badalado do mundo. Não precisa nem dizer o nome, porque o leitor já deve estar com aquele tema ressoando nos ouvidos.

É, de fato, o torneio que reúne a maior quantidade de bons jogadores, treinadores e, portanto, conjuntos que podem receber a alcunha de “timaços”, ao menos dentro dos parâmetros atuais.

Porém, em meio a uma cobertura cada dia maior, e acrítica, da imprensa brasileira, alguém precisa fazer o serviço da corneta.

Indo ao ponto, é possível, sim, questionar a Liga dos Campeões, em especial seus últimos anos. A começar pela razoável descaracterização do nome, que, pela avidez em criar uma competição sem igual no mundo e se globalizar ao máximo, passou a receber até terceiros e quartos colocados dos países mais ricos.

Porém, tal fartura é concentradíssima e, por consequência, vai tornando a brincadeira um tanto entediante.

Vejamos, pois, as últimas cinco semifinais, desde a temporada 2010-2011:

2010-11: Schalke 04 x Manchester United / Real Madrid x Barcelona
2011-12: Bayern x Real Madrid / Chelsea x Barcelona
2012-13: Bayern x Barcelona / Borussia x Real Madrid
2013-14: Atlético Madrid x Chelsea/ Real Madrid x Bayern
2014-15: Juventus x Real Madrid / Barcelona x Bayern

Como se vê, algumas figurinhas são mais do que carimbadas. E se recuarmos outros 5 anos, veremos praticamente a mesma coisa, com os mesmos nomes frequentando semifinais e finais.

Em particular, desanimei consideravelmente após as duas últimas decisões. Vi sacramentado o poder do dinheiro como definidor de vencedores e vencidos. Tivessem Borussia e Atlético de Madrid levantado essas taças, teríamos uma situação muito mais saudável do ponto de vista esportivo, ainda que o bafafá com suas voltas olímpicas fosse 10 vezes menor.

Porém, infelizmente, o tal melhor campeonato do mundo virou um clubinho acessível a meia dúzia de superpoderosos. Só entra quem achar um dono de poço de petróleo pra chamar de seu, como mostram os emergentes e artificiais PSG e Manchester City.

Times de camisa que se destacam, como Liverpool e Borussia recentemente, mas por contingências da vida não possuem uma inserção tão portentosa no mercado, não seguram boas equipes por mais de 1 ou 2 anos. Ou seja, aquela história de que na Europa o jogador fica no mesmo clube já era.

Dessa forma, temos o que os dados mostram: um campeonato de 32 clubes, com fase prévia, mata-mata e tudo mais, em que é fácil acertar 75% dos times que chegarão às quartas e semifinais. Se quiserem, podemos adiantar os de 2015/16, sem medo de errar.

Isso pra não falar das distorções. Da noite para o dia, os citados PSG e Man City ficam maiores que Liverpool, Borussia, Manchester United, Internazionale, Juventus. Estes, por sua vez, se apresentam como zebras diante de certos elencos, quando sempre foram leões.

E pra dar aquela polemizada final, deem uma olhada no mata-mata da Libertadores, os confrontos, chaveamento, camisas e torcidas que veremos pulsar ao vivo e a cores a partir desta mesma semana.

Pois é isso: enquanto a Europa permite no máximo um intruso por ano em sua badalada festa da bola, nós, sudacas, temos uma enorme e incontrolável eliminatória, com direito a Boca x River, clássicos brasileiros, choques entre grandes camisas, apenas nas oitavas de final.

Se não temos rios (enturvados) de dinheiro, ainda podemos contar com algumas das prerrogativas básicas do esporte e, principalmente, do futebol: o equilíbrio e a imprevisibilidade.

Muito melhor de ver e sentir, simplesmente.

PS: Boa sorte, Juve.
Twitter: @gabrimafaldino

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