Os Protagonistas do Clásico Rosarino

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Por Felipe El Biglia de la Gente Dominguez

Forte como o fluxo do rio Paraná nasce a rivalidade mais esquizofrênica do futebol argentino. Rosario se transforma num manicômio coletivo. Apenas um mestre do relato como Roberto El Negro Fontanarossa poderia sintetizar a ansiedade, a loucura e todos os sentimentos no dia em que um jogo de futebol divide Rosario entre canallas leprosos. No conto “La Observacion de Los Pajaros”, Fontanarossa apresenta de forma autobiográfica a paranoia de um torcedor do Rosario Central. Sem conseguir ir ao estádio, o fanático passa os 90 minutos andando pela cidade, se esquivando dos fatos ocorridos no Coloso del Parque.

São 164 jogos entre Rosario Central e Newell’s Old Boys, com ligeira vantagem canalla: São 49 triunfos do CARC, 73 empates e 42 vitórias do CANOB. Desde o retorno à primeira divisão o Central se impôs em todos os confrontos. Algo inédito quando se está em jogo muito mais que 3 pontos, somando todo o disparate de um folclore que converte o clássico rosarino em um dos mais violentos da Argentina.

Neste domingo Eduardo Chacho Coudet e Lucas Bernardi viveram o duelo pela primeira vez como treinadores. Dois símbolos, dois ídolos da última década. Coudet assumiu no começo do atual Torneo, conseguindo, a priori, recuperar a imagem de um time perdido do seu antigo técnico Miguel Angel Russo no primeiro semestre. Mais do que isso, a demonstração que o DNA canalla seguia intacto: Huevo, Huevo, huevo sempre foi o paladar da metade auriazul de Rosario. Coudet sabe como poucos. A goleada por 4 a 0 no Apertura de 1997 está marcada na alma, nas bandeiras e em outros cantos dos Guerreros. O dia em que o Newell’s abandonou, após 4 expulsões e a “lesão” de Herrera que impossibilitou o seguimento do baile canalla com atuação decisiva de Coudet, autor de um dos gols.

Os leprosos contestam a veracidade do verdadeiro abandono, já que Clausura de 1996 venciam o clássico no Gigante de Arroyito por 2 a 0, quando tinham um pênalti a favor e dois jogadores a mais. A hinchada do Central, impotente e furiosa, decidiu terminar o jogo da pior maneira.

Bernardi não teve tempo para desfrutar a recente aposentadoria como jogador, sendo convidado para dirigir seus antigos companheiros – Diego Mateo, Hernán Bernardello, Ignacio Scocco, Leandro Coty Fernández, Marco Cáceres, Maxi Rodríguez e Milton Casco – nessa reconstrução repleta de jovens promessas da inesgotável cantera rojinegra. Após vencer o Racing e empatar com o Tigre, Bernardi encarava o grande rival em seu terceiro jogo como treinador. Desde a saída de Gerardo Tata Martino, o Newell’s não encontra um caminho. Alfredo Berti e Gustavo Raggio, dois ícones dos anos 90 daquele timaço montado por Marcelo Bielsa, tampouco conseguiram colocar o então campeão argentino nos trilhos. Américo Tolo Gallego, veterano, formado no clube e campeão como técnico, esbarrou na contradição repentina ao trair a identidade de jogo leprosa, que sempre se valeu da possessão de bola e protagonismo. Eis que, na última quinta feira, a torcida do Newell’s protagonizou o tradicional Banderazo. Uma tradição que marca a simbiose com os jogadores no último treino antes dos confrontos contra o Rosario Central.

O jogo não foi como os leprosos esperavam. O Central com Damián Musto e Nery Domínguez, sua dupla de volantes, rompendo tudo no meio campo, deixaram os canallas amos e senhores do confronto, cortando o curto circuito de Bernardello, Mateo e Denis Rodríguez – garoto surgindo nas inferiores, sobrinho de Maxi. Nacho Scocco apareceu apenas em faltas perigosas no primeiro tempo. Pouco, bem pouco. O Central esperava, marcava forte e contava com as melhores ocasiões, sempre com o tridente ofensivo formado por Chelito Delgado, Franco Cervi e Marco Rubén. O gol aos 22 do segundo tempo só poderia ser anotado pelo artilheiro do campeonato. No final, quase Maxi Rodriguez empata com um chute de 40 metros, que pegou no poste após o erro de reposição do arqueiro Mauricio Caranta. Não teve jeito, pela quarta vez consecutiva, o Rosario Central voltava a vencer seu rival de sempre. Um costume delicioso desde o retorno à primeira divisão. Agora, o Rosario Central é o quarto colocado com 35 unidades, 5 a menos que o líder Boca, ao passo que o Newell’s, segue na décima segunda posição com 27 pontos.

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