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Central 3 na Copa #07 Senegal!

O Central 3 na Copa na noite desta terça-feira falou sobre as vitórias de Japão, Senegal e Rússia, além de um balanço da primeira rodada e as prévias dos jogos de quarta, com Uruguai, Espanha e Portugal em campo. Na bancada: Paulo Junior, Matias Pinto, Bruno Bonsanti e Leandro Stein recebem Luiz Thunderbird – que faz o Thunder Rádio Show na C3 – e Vitor Birner. Vem com a gente!

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It’s Time #79

Mesmo em semana que não tivemos evento da maior organização de MMA, chegamos com um convidado especial! O entrevistado da semana foi Glaico “Nego” França, ex-lutador do UFC e campeão da quarta edição do reality The Ultimate Fighter Brasil.

Falamos com o catarinense sobre todos os momentos da sua carreira, desde o início em Curitibanos, até a análise da sua próxima luta pelo cinturão do Pancrase, que acontece no dia 01 de julho. Conversamos também sobre sua passagem pelo UFC, o título do TUF, as dificuldades com corte de peso e muito mais!

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Judão #123 Escrito nas Estrelas

Caso do acaso, bem marcado em cartas de tarô. Meu amor, esse programa / talk show / podcast / o que você quiser sobre cultura pop e redondezas do JUDAO.com.br de cartas claras sobre a mesa é assim. Signo do destino, que surpresa ele nos preparou! Meu amor, esse episódio do ASTERISCO estava escrito nas estrelas… tava, sim!

Você me deu atenção e tomou conta de mim. Por isso trouxemos a Madame Br000na ao Estúdio Manuel Garrincha da Central 3 pra prosseguir sempre assim. Pois sem você, meu tesão, não sei o que eu vou ser… Agora preste atenção: aperte o play pra ouvir!

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Copa C3 | Dia 5, segunda europeia

por Gabriel Brito

Dia 5 – Segunda europeia

Suécia 1 x 0 Coreia do Sul

Ainda com a ressaca da estreia brasileira, pegamos um começo de semana leve. O despertador toca, cochilamos mais um pouco e novamente vamos à sala imaginando os minutos perdidos. Mas ainda estavam a executar os hinos.

Suécia e Coreia é mais um daqueles jogos que só os irrecuperáveis fazem questão de ver e, como se imaginava, não deixará lembrança alguma pelo que se fez em campo.

Apenas o VAR, de novo, foi capaz de dar emoção a um jogo marcado pelas versões mais simplórias de ambas as escolas. Correria, disciplina e burocracia. Jogo para o olvido.

Sobre isso, me satisfaço com o comentário de Vitor Birner nesta Central3. O recurso tem de ser usado para decidir lances de falta dentro ou fora da área, saída ou não de bola em jogada que termine em gol e, no máximo, impedimento. Ou seja, pode ser benvindo naquilo que não é interpretativo.

Depois de uns doze replays, até achei aceitável a marcação do pênalti. Mas a plastificação do lance capital já é um evidente perigo.

Bélgica 3 x 0 Panamá

Na abertura do grupo G, deu a lógica, pura e simples. O ufanado time belga de fato é bom, não há como brigar com as evidências de tantos jogadores bem sucedidos nos clubes.

Mas a questão é que se trata de um time “fresco”, na acepção pejorativa. Busca demais a perfeição nas jogadas, sempre um toque a mais, um capricho. Por isso um jogo que sempre foi fácil passou o primeiro tempo em branco.

Quando Mertens pegou um rebote e soltou o pé sem pensar demais, abriram-se os caminhos. Depois, foi fácil amassar o envelhecido time panamenho.

Para este, seria melhor ter vindo ao Brasil em 2014, quando a vaga foi perdida de forma inacreditável nos minutos finais de um jogo em casa contra o classificado Estados Unidos. 2018 é um prêmio para uma geração de jogadores discretos, mas com algumas carreiras razoáveis. No entanto, não há força para fazer nada em campo, quem sabe beliscar uma vitória para o almanaque contra a Tunísia e só.

Blas Perez e Tejada são os dois principais exemplos de atacantes que em seu momento foram bons, mas chegaram tarde demais a uma Copa.

Quanto ao selecionado europeu, terá de mostrar que não é “pecho frio”. Não há porque atirar confetes depois da grotesca derrota para o País de Gales, de virada, na Euro-2016. Ademais, seu estilo blasé também se fez presente na derrota para a Argentina nas quartas de final do Mineirão, quando parecia completamente satisfeita em ter ficado entre os 8 melhores após quatro vitórias e perder de um honroso placar para o time de Messi e sua camisa.

Vamos ver do que são feitos.

Fora de campo

Como bem alertou nosso amigo Fagner Torres, certa emissora que de vez em quando escolhe alvos internacionais para fazer críticas a violações de direitos humanos deve desejar aquele antigo pedaço da Colômbia fora da Copa o quanto antes.

Pois como somos um país ainda infantil, há quem acredite que burguesias e seus representantes midiáticos – ou seja, vertentes da burguesia – combatem a corrupção, como se dela não fossem os mais históricos e óbvios beneficiários. Combatem a “concorrência”, isso sim.

Assim, é óbvio que não veremos nada a respeito dos famosos Panama Papers, expostos pela investigação sobre a empresa Mossack e Fonseca, intermediadora de vultosas transferências de renda para contas off-shore em mais esse pobre entreposto colonial da América Latina.

O fato de bilhões de reais serem evadidos do Brasil parece não ter nada a ver com crise econômica, desemprego ou desigualdades intoleráveis, segundo nossos defensores da boa moral política e pública. E tampouco na Argentina, onde o outrora aclamado Macri também foi revelado com um dos “investidores” desse escândalo de saques tipicamente neocoloniais de nosso “capitalismo de faroeste”, como definiu o insuspeito Demetrio Magnoli por esses dias, ao atacar o programa econômico de Jair Bolsonaro (liberal, claro) em debates no jornal O Globo.

Tanto lá como cá, temos uma pura e simples justiça classista e seletiva. O resto é papo pra manifestoche (o vocábulo do ano) aplaudir.

Inglaterra 2 x 1 Tunísia

Com mil fantasmas sobre a cabeça, a Inglaterra fez boa estreia em Copas. Os primeiros minutos foram de enquadro total, 1-0 merecido e vinha mais.

No entanto, a distração de Walker, flagrada por Wilmar Roldán, trouxe de volta velhas assombrações. Pênalti que se fosse dado pelo VAR também me deixaria puto, diga-se.

Dito isso, interessante ver os ingleses com um novo desenho, a buscar uma nova ideia de jogo, parecida com a que Antonio Conte aplicou no Chelsea da temporada retrasada. Linha de 5 atrás que pode virar 3-4-3 se for o sistema for bem executado.

Pode não dar nada, mas finalmente saiu-se do fetiche da linha de quatro e estilo velha escola de se jogar, cujos fracassos se acumularam a tal ponto que até perdemos um pouco do encanto em ver o English Team em campo.

Mas a Tunísia e sua retranca fizeram jogo duro, souberam resistir. O mérito inglês foi não se abalar como se viu em outras partidas decisivas e martelar até o fim. Se não vai por bem, vai na força. E Harry Kane descolou o justíssimo gol da vitória. Se Sterling, Dele Ali e Rushford decolarem pode dar um caldo bom.

Triunfo importante para um time bastante renovado e de pouca rodagem em grandes torneis de seleção. A autoestima inglesa precisava de um empurrãozinho.

Do lado norte-africano, mais um time sem uma gota de talento. Imagina na Copa de 48 seleções…

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NBA das Mina #09 GSW e o romance com a NBA Finals

Acabou a temporada 2017-18 da NBA e que temporada, viu?!

No EP #09 nós precisávamos falar sobre o grande campeão GSW e aproveitando a deixa do dia dos namorados na última semana, trouxemos para vocês a evolução desse romance entre a franquia de Oakland e a NBA Finals.

Para o torcedor que chegou agora e quer entender como esse supertime chamado Warriors foi formado e para onde vão, o podcast é esse: história, finais, evolução, tropeços e claro as expectativas para a próxima temporada, vocês escutam tudinho aqui!

O convidado da vez foi o Daniel Pandeló, que além de maridão de uma de nossas integrantes, a Nathalia, também faz parte do podcast “Tenho Mais Discos Que Amigos”, mas não se iludam: o Dan e a Nath gostam tanto de basquete quanto de música!

Para fechar, temos o nosso game “24 segundos” em ritmo de Copa! Aproveitem!

Nesta edição

Ana Caroline Carmo – @carolinescarmo

Nathalia Pandeló – @nathaliapandelo
Sabrina Araújo – @sabsdenada

Convidado:

Daniel Pandeló – @pandelocorrea

Para dúvidas, sugestões, críticas ou elogios (que amamos), vocês nos encontram também em nossas redes sociais ou pelo nbadasmina@gmail.com.

Twitter: @podnbadasmina
Instagram: @nbadasminapod
Blog: nbadasmina.wordpress.com

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Central 3 na Copa #06 Três vitórias europeias

A segunda-feira da Copa reservou aos europeus três vitórias. Ok, eram os favoritos, não foi surpresa alguma, mas venceram. Por isso, o time do Central 3 na Copa, escalado com Iamin, Matias, Bruno Bonsanti, José Trajano e o inglês Joshua Law debateram os triunfos de Inglaterra, Bélgica e Suécia.

Deu tempo também de falar sobre a seleção brasileira, a torcida brasileira na Rússia, as decepções da Copa, as maiores surpresas até aqui, além do papo de sempre com o ouvinte ao vivo do podcast da Copa. Tá no ar!

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Central 3 na Copa #06 Três vitórias européias

A segunda-feira da Copa reservou aos europeus três vitórias. Ok, eram os favoritos, não foi surpresa alguma, mas venceram. Por isso, o time do Central 3 na Copa, escalado com Iamin, Matias, Bruno Bonsanti, José Trajano e o inglês Joshua Law debateram os triunfos de Inglaterra, Bélgica e Suécia.

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Copa C3 | A memória que nos contam

Era o Campeonato Brasileiro de 1998, jogavam Portuguesa e Palmeiras no Canindé e a torcida da casa cantava a plenos pulmões o “não é mole, não! Junior Baiano afundou a seleção!”. Ele acabou marcando o gol da vitória visitante e foi para cima do setor rival, em tom de desabafo. Seria campeão da Libertadores do ano seguinte, marcando gols importantíssimos.

Quatro Copas depois, o caso Fred. O ótimo centroavante fez um Mundial ruim e, diante de um time mal armado, virou o cone do fracasso brasileiro, escancarado no 7-1 do Mineirão. Voltou a atuar pelo Fluminense, passou toda uma Série A sendo hostilizado aos quatro cantos do país e terminou… artilheiro do campeonato. Foram 16 gols em 23 jogos depois da Copa.

As narrativas vão sendo construídas a cada domingo sem vitória, e nem precisamos chegar em Barbosa, o maior peso nas costas da história, o exemplo máximo. Faz parte do jogo. Heróis, vilões, alvos mais fáceis, estrelas bajuladas, traumas, manchetes de jornal. Sobra para alguém, e carrega-se para sempre.

Torcer é da rotina, se frustrar com o resultado adverso idem, mas é preciso um pouco de responsabilidade para se contar a história. É na segunda-feira de manhã, e hoje em dia ainda mais rápido, já no anoitecer de domingo, que forjamos essa memória a cada quatro anos.

A narração oficial e única Galvão-Arnaldo bateu seus 50 pontos de audiência para Brasil x Suíça no domingo. Em 2014, com jogo na quinta-feira, a transmissão global ficou na casa dos 37 pontos, e em 2010 eram uns 45 – ambos os Mundiais tinham também transmissão da Band (números do levantamento de Maurício Stycer). Interessante observar qual história acaba sendo a mais difundida pela voz do plim-plim.

Zuber, atacante da Suíça, disputa espaço na área com Miranda, zagueiro do Brasil, e toca para o gol. Lance de intensidade, de interpretação entre o apoio natural do europeu sobre o brasileiro ou empurrão num movimento irregular para se posicionar após a cobrança de bola parada. A regra como ela sempre foi: difícil e sutil sob os olhares de um mediador.

Galvão Bueno falou em desmoralização do VAR – que foi utilizado sem necessidade de parar o jogo, como a Fifa contou hoje, na chamada consulta silenciosa, quando a partida segue porque não se constatou falta clara. Depois, berrou que está falando há meses que o árbitro de vídeo “é um blefe”. Seu colega Arnaldo Cezar Coelho, árbitro de final de Copa, disse que o “Brasil está sem força na Fifa”, insinuando, veja só, que no fim das contas o que pesa numa arbitragem é o jogo político das camisas envolvidas.

Somada a isso a exaltação pelas dez faltas sofridas pelo camisa 10 canarinho, o craque-amigo que procurou boa parte delas, e a narrativa está pronta: não quiseram usar o árbitro de vídeo num lance que prejudicou o Brasil e Neymar foi caçado. Em algum momento vai sobrar um “precisamos falar também que o Brasil não foi bem no segundo tempo”, mas depois das vírgulas a sentença já estará dada.

O Brasil teve momentos bons, momentos ruins, e empatou contra um adversário que é a síntese da dificuldade desse Mundial: muita disciplina na estratégia definida, muita imposição física, muito conhecimento sobre o adversário e um jogo mental rígido, sem distrações nem medo de camisa ou cara feia. Brasil, Alemanha e Argentina terminaram o jogo rondando a área e dando com a cara na porta, e isso me parece o grande assunto da Copa até aqui.

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Copa C3 | Dia 4, os juros impagáveis

Por Gabriel Brito

Dia 4 – Os juros impagáveis

Sérvia 1-0 Costa Rica

Primeiro domingo da Copa, dia da estreia brasileira, coisa que em outros tempos despertava uma ansiedade desprovida de cinismo.

Começo leve de jornada, com um Costa Rica x Sérvia que cumpriu o modesto prognóstico.

O time centro-americano apostou na pura e simples repetição de 2014. Além de base e protagonistas iguais, manteve o linhão de cinco jogadores atrás que, se surpreendeu naquela Copa, deve mostrar-se obsoleto na Rússia.

Melhor, a Sérvia sempre esteve no comando das ações e mereceu a vitória. A bela cobrança de falta de Kolarov emoldurou uma partida na qual a melhor equipe só não estufou as redes também com a bola rolando porque debaixo dos paus os costa-riquenhos dispõem de seu atual melhor jogador.

Bryan Ruiz está veterano demais para fazer grande diferença e Campbell não é tão brilhante quanto chegou a dar impressão por aqui. Muito necessário ao Brasil amassar sem delongas o adversário da madrugada de sexta.

Os sérvios têm o típico time europeu com jogadores experientes nas melhores ligas e bem treinados, o que atualmente significa muito para o aculturado futebol brasileiro.

Alemanha 0-1 México – ganhando como nunca

Ao meio dia, o grande jogo do dia santo. Alemães e astecas jogaram como se deve, sem medo do amanhã.

Senhora de si, a campeã do mundo em nada respeitou a sub-sede da Copa de 2026 e partiu pra resolver desde o início. Espertos, os mexicanos voaram no contra-ataque e deitaram nas costas de Kimmich, por onde criaram diversas chances de gol e resolveram o jogo, no golaço de Lozano.

Fácil criticar o bom lateral direito por ter se atirado tanto à frente, mas considero admirável que ele e seu time tenham atuado dispostos a destruir o rival desde cedo e sufocar na ofensividade.

Do lado oposto, um time que sempre parece confortável na condição de franco atirador. O México, faz tempo, parece bom demais para se eternizar como coadjuvante, mas insuficiente para se bancar entre os maiorais. De todo modo, fez um jogaço.

Juan Carlos Osorio armou muito bem seu time, mas fez de tudo nas substituições para reeditar o ditado que de tão famoso nem precisa ser citado aqui.

A porra é que por lá também parece valer uma noção que tanto nos pauta: quanto mais grife, mais intocável. Assim, Carlos Vela, o melhor em campo, e Lozano, autor do gol memorável, saíram. Chicharito, que tudo fez pra enterrar o ataque tricolor, foi mantido, inclusive quando já não era nem de longe o último homem mais adequado para um time que tocava o terror no contra-ataque.

Quanto à Alemanha, é o “bom time comum” que já era em 2014. Poderia empatar, mas não fez nada realmente brilhante. Foi assim na campanha do tetra, exceto quando os adversários – da estreia e da semifinal – facilitaram demais o serviço. Quem não gostou dessa afirmação que um dia me encontre num boteco pra contra-argumentar.

Brasil 1-1 Suíça – queremos de volta aquilo que já matamos

Depois do indizível, um Brasil refeito, ao menos nas quatro linhas, voltou a jogar numa Copa do Mundo. O desastre do 7 a 1 é simplesmente o maior da história inteira do futebol, por isso chega a ser conveniente ignorá-lo de qualquer análise e projeção. Não faz parte do parâmetro. Não adianta exigirmos reparação, por mais razão que tenhamos.

Dessa forma, e contrariando o otimismo odioso da publicidade que às vésperas da Copa sempre vai às favas com os escrúpulos, não há redenção possível. Até porque estamos diante de uma padronização que na vitória ou na derrota faz o país do jogador de futebol mais parecido que igual aos demais.

Com seu lépido ataque, o Brasil não tardou em (levemente) se sobressair. Coutinho fez um golaço. A partir daí, a doutrina que nos apresentam como incontestável deu as cartas. Posse de bola, cautela, passo atrás para sair no contra-ataque.

A Suíça tem um time decente, que pelo contexto jogava sem peso, é verdade. Inclusive, conseguia aplicar razoavelmente a mesma cartilha de bola no chão. O histórico ferrolho não é a cara de mais esse time temperado pela imigração dos povos fodidos.

Mas entre os gols do jogo houve meia hora na qual o Brasil mais tratou de administrar do que qualquer outra coisa. Saudades de quando ganhar de 1-0 de um time do segundo escalão era visto como resultado modesto, senão decepcionante.

Além do mais, no lance que origina o escanteio do gol de empate a defesa verde-amarela teve duas chances de despachar a bola pra puta que pariu, mas segundo os novos acadêmicos da crônica esportiva estaria configurado o pecado.

Com um cientista no comando, nos orgulhamos de ver um time que segue à risca os conceitos mais bem amparados e estudados do futebol da ocupação de espaços e técnica mecanizada. O problema é que tudo aquilo que brotara da terra no século anterior parece descartável.

E agora nos deparamos com o dilema existencial de ver um jogador suíço se aproveitar da malícia mais primordial do jogo, que por aqui era tratada como patrimônio inigualavelmente brasileiro. A bola era de Alisson, o gol foi legal, sem falta.

Ontem escrevi que na nova regra “o VAR é do ataque”. Mais que isso: o VAR e sua idiotice da objetividade escravizam quem o consulta. A impressão é que o árbitro notou o leve toque de Zuber nas costas de Miranda, mas ao mesmo tempo não o considerou fundamental para o gol. Além do mais, parece ter se dado conta de que se fosse para a consulta de vídeo seria obrigado a anular aquilo que sua sensibilidade tolerou.

Dito isso, foi só quando o empate já ameaçava se cristalizar que o Brasil voltou a sentir necessidade de gol. Foi pra cima, criou chances, parou no bom goleiro Sommer.

Tite foi conservador, como sempre foi, ao trocar os dois volantes por outros similares e dessa forma ficar refém de uma terceira troca que mantinha a disposição geral, já que seria tratado como louco se colocasse um Douglas Costa no lugar de Danilo e se virasse com William na linha de trás.

Mais uma vez, o selecionado canarinho apostou numa base forjada quase um ano antes. Ok, no duro não há muito mais a encontrar. O que podemos discutir é o colonialismo futebolístico, que faz Luan e Artur assistirem tudo pela TV pois decidir Libertadores não é mais o bastante. Dessa forma, um brilhante jogador acha certíssimo sair do campeão brasileiro para o todo poderoso e indiscutível Shakhtar.

Não nos enganemos: a Seleção tem jeito, mas continua tudo errado, qualquer seja o desfecho da aventura.

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Central 3 na Copa #05 Tropeços Gigantes

O Central 3 na Copa da noite deste domingo, 17 de junho, repercutiu muito o empate do Brasil por 1-1 diante da Suíça, a vitória do México sobre a Alemanha e também o resultado da Sérvia, que bateu a Costa Rica. Tem também comentários sobre os jogos desta segunda, claro. Com Paulo Junior, Leandro Iamin, Felipe Lobo, Bruno Bonsanti e o convidado Vitor Birner.

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Alemanha na Copa #02 México 1-0

Jogou a Alemanha? Tem comentário do Gerd Wenzel! O segundo podcast Alemanha na Copa detalha o que rolou na derrota da atual campeã do mundo para o México. Vem com a gente!

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Copa C3 | Dia 3, o sábado dos viciados

Dia 3 – O Sábado dos Viciados

por Gabriel Brito

França 2 x 1 Austrália

Acordei de um sonho ruim: tinha cochilado demais, quando abria os olhos já eram 25 ou 30 do primeiro tempo de França e Austrália e eu ainda precisava esquentar água no micro-ondas antes de trocar a fralda da Ana Cecília. Desperto e vejo que Aninha apenas dormia no meu colo. Despacho-a de volta pra sua cama e me movo rapidamente para a sala munido de um cobertor. São 6:55, ufa.

Vamos ao dia mais cheio da Copa. Dez minutos de jogo: “vixi, pintou o campeão”. A França e seus negros maravilhosos pareciam esmagar os australianos. Mas foi só um sopro. Num 4-3-3 com jogadores de atrair a atenção de qualquer um, o timaço que desenhamos na mente ainda não existe em campo.

Pode ser juventude e falta de rodagem em grandes jogos. E ser protagonista de Copa do Mundo não é fácil. Mas pode ser que ainda faltem bons ajustes. Os três atacantes parecem distantes dos três meio-campistas, sempre muito espetados e à espera de uma enfiada de bola. Terão de girar mais pelo campo, a fim de permitir movimentações como na tabela que permitiu ao elegante Pogba chegar na frente da área e ser abençoado pelo destino no gol que os britânicos do hemisfério sul já não mereciam sofrer.

Inteligentes e bem treinados, os australianos povoavam o meio campo e, em superioridade numérica, conseguiam evitar que os avantes fossem bem munidos. Quando seguravam um pródigo 0-0, foram castigados pela nova máxima do futebol: se antes era “prensada é da defesa”, agora “o VAR é do ataque”.

Pois parece que as consultas ao vídeo sempre verão o toque, o esbarrão, o deslocamento, a “imprudência” que o olho nu tolera. Não foi pênalti em Griezmann, que não alcançaria a bola após o desarme no limite de Risdon. Mas no vídeo tudo é muito chocante, como alguns tentam alertar, em vão.

Umtiti teve uma privação de sentidos que fez justiça. Quando os australianos estavam confortáveis, veio a tabela que terminou no insólito gol meio contra meio de Pogba. Deschamps tentara mudar o jogo ao trocar dois atacantes por outros dois. Dembelé decepcionou e Giroud com sua experiência é opção. Mas vale a pena manter a aposta neste time de garotos esfuziantes.

Argentina 1-1 Islândia – que me parió!

Na estreia da vice-campeã, o temor por uma seleção sem cara, pra não dizer alma, se fez valer. Jorge Sampaoli escalou seu 12º time na mesma quantidade de apresentações de seu curto trabalho.

O ousado 2-3-3-2, da escola bielsista que levou o futebol chileno ao rol dos grandes e só não foi à Rússia justamente porque o profe abortou o trabalho em meio às Eliminatórias, deu lugar a mais um pragmático 4-2-3-1.

A albiceleste paga o preço do cambalache de um processo que teve três treinadores e nada aproveitou do trabalho de Sabella – até por ter sido outro remendo, até bem feito, de última hora. Difícil entender aonde se perdeu o encanto do selecionado bicampeão do mundo, que vive entressafra de uma geração que carrega a frustração de muitas finais perdidas para uma nova que ainda não teve tempo.

Dá para questionar as escolhas de todos os setores. Se a zaga não inspira confiança, Mascherano e Biglia formam uma volância cuja contribuição é difícil de enxergar. O gol de empate islandês, após a segunda perda de bola na saída de jogo, seguida de interminável vaivém no miolo, demonstra a ausência de solidez de um time que se não brilhava ao menos tivera o oportunismo de Aguero para abrir o placar no meio do paredão nórdico.

Messi é a referência de tudo, fez o que pode, ainda que sem inspiração, mas jogou demais pelo meio, contra um adversário que parecia uma defesa de handebol. Poderia ter caído pelos lados em alguns momentos. Dybala não poderia ficar fora do time titular. Lautaro Martinez tinha de estar no grupo como opção. Sua ausência equivale à de Neymar em 2010. Lo Celso é outro que poderia figurar em campo num time que irrita pela obviedade.

A falta de presença de espírito de uma seleção tão europeizada quanto a brasileira é assombrosa. Messi recebe, o resto corre, ou nem isso. Os islandeses entenderam a senha e tratavam de fechar caminhos. Mal pegavam na bola, mas isso não lhes fere a autoestima.

O pênalti perdido pelo rosarino marca uma jornada triste para uma escola tão grandiosa que se perdeu nos caminhos do futebol para exportação. Uma queda na primeira fase não soa mais absurda como em outros tempos. Como alertado pelo amigo Tiago Zau, o 10 do time do gelo, Sigurdson, teve excelente atuação, não tão perceptível numa esquadra que em nada prestigia um jogador de técnica e passe. E a garra de um time que sabe do lindo momento que vive terminou com um merecido prêmio.

Mas que tempos esses, em que nenhum analista considera absolutamente bizarro uma seleção deste porte, com o melhor jogador da década no comando, não vencer um time que beira o exotismo, a nata do futebol de um país do tamanho da Barra Funda.

Peru 0-1 Dinamarca

Na outra partida que envolvia um sudaca, a decepção foi igual ou maior. Fantástico o alento da torcida peruana para ver seu time depois de 36 anos de ausências mundialistas.

O Peru fez tudo certo. Time fisicamente impecável, com todo o coração em campo, jogou o que podia de melhor, criou chances, não fez e foi castigado. Cueva, Carrillo, Flores e Farfán são uma boa linha de frente. Diante do contexto, pareceu acertada a opção de Gareca em ter o grande símbolo da equipe no banco. Mas Paolo Guerrero terá de jogar 90 minutos contra o forte time francês.

Claro que a história seria outra se Cueva convertesse o penal que o vídeo presenteou. Aparentemente, os jogadores já subverteram a tecnologia e desenvolvem novos métodos para cavar pênaltis, forjando contatos, literalmente, de cinema. Time correto, a Dinamarca foi superada na maior parte do jogo, mas esteve sempre atenta à oportunidade, como no contra-ataque que terminou no gol da vitória de Yurare Poulsen. Eriksen é um camisa 10 de estirpe e também fez sua parte.

Doeu ver as inúmeras chances criadas pelo time inca pararem no goleiro Schmeichel ou se perdendo por centímetros. Mas diante do desempenho das equipes do grupo não é um disparate pensar numa surpresa ante a França. Que os deuses do futebol recompensem o injusto martírio de Guerrero.

Quanto aos vencedores, mais uma vez vimos o lado feliz das imigrações, que tanto enriquecem o esporte europeu, nas figuras de Yurare e Sisto, pra não falar de Braithwaite e do bom canhoto Delaney, também cidadão estadunidense.

Croácia 2-0 Nigéria

No fecho do nosso expediente, o complemento do grupo D. Após o inesperado empate argentino, o confronto já se tornara uma final. Vencer seria um enorme passo para as oitavas de final. A partida começou equilibrada, mas a partir do momento em que o time adriático achou o gol a partida se encaminhou de forma inequívoca.

Para os falantes do novo idioma da crônica esportiva, que descarta o lúdico como se tivesse reinventado tudo que se faz em campo, uma aula dos “controladores” Modric e Rakitic. Excelentes jogadores, claro. Mas além de terem feito apenas o mínimo que se deveria esperar de quaisquer jogadores de meio campo – acertar passes – é preciso dizer que mais uma vez a Nigéria se apresenta com um time sem sabor nenhum.

Aqui, de novo, a maldita europeização. Depois das promessas encantadoras do fim do século 20, o futebol africano só entrega equipes completamente apoiadas no modo europeu de jogar. Até porque quase sempre um técnico daquele continente dirige suas seleções.

Assim, a Nigéria – e também Camarões – virou um amontado de colossos atléticos que parecem ter a mesma cintura dos islandeses. Não há mais a união da força com habilidade, do vigor com a capacidade de fazer o imprevisto. E não é de hoje.

Dessa partida, não fica uma jogada interessante na memória. O gol de pênalti de Modric, a quinta bola na cal do dia, apenas tornou o resto do jogo um trâmite. E os croatas ficam numa boa, esperando uma Argentina em completa crise moral e identitária.

Da linha do Equador pra baixo, precisamos repensar tudo.

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