No programa de hoje, Renan do Couto, Victor Martins e Flavio Gomes falam sobre o GP da Espanha de F1, sobre como os pneus estão atrapalhando a categoria e da ida de Felipe Massa para a Fórmula E. Além disso, Helio Castroneves comenta a preparação para a Indy 500, Lucas Di Grassi compara o automobilismo do Brasil com o da Europa e Juliana Tesser repercute a decisão de Valentino Rossi se aposentar da MotoGP.
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Vaidapé #46 Marcelo Rocha
VDP NA RUA #46 – MARCELO ROCHA
O #VaidapéNaRua entrevistou Marcelo Rocha, pré-candidato a deputado estadual pelo PSOL em SP e coordenador do Movimento NÓS, que busca a renovação na política e vai lançar candidaturas em todo o país.
Nos estúdios da Central3, Marcelo Rocha, de 20 anos, falou sobre o movimento secundarista que ocupou as escolas em SP, do qual participou ativamente. Ele ainda respondeu as perguntas de ouvintes e falou sobre as propostas de seu mandato, o foco na educação e os objetivos do Movimento NÓS.
A presença do pré-candidato segue a série de programas do #VaidapéNaRua para receber postulantes a cargos públicos e atores políticos para debater o processo eleitoral de 2018.
A equipe do #VaidapéNaRua contou com Xei e Gil. A coluna do Mano Próximo lembrou a Passeata de 16 de Maio, que levou milhares às ruas em Salvador contra o então senador Antônio Carlos Magalhães, em 2001.
O colunista Cacá Tibérius questionou Marcelo Rocha sobre a falta de sucesso de candidatos negros e negras nas eleições e sugeriu que a falta de experiência na política institucional seja um agravante para a decisão do eleitorado.
Pae Vito trouxe o novo som de Childish Gambino, “This is America” e trouxe aos ouvintes a origem do sampler usado por Gambino e algumas de suas impressões sobre o clipe da música. Os trabalhos técnicos ficaram por conta de Leandro Iamin.
Escute o programa na íntegra e assine o feed do #VaidapéNaRua. Siga sintonizado também todas às quartas-feiras, a partir das 18h, ao vivo, pela Central3 e pelo Facebook da Revista Vaidapé.
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El Salvador, Paul David e Clemente Tadeu
EL SALVADOR
El Salvador é um pequeno país localizado na América Central, que tem o tamanho do Estado de Sergipe (estou aqui corroborando com uma mania dos jornalistas brasileiros de sempre comparar um lugar a Sergipe quando querem salientar sua pequenez territorial). Apesar de pequeno, o país viu acontecer em suas terras um dos conflitos mais sangrentos de toda a América Latina, uma guerra civil que se estendeu por doze anos e deixou dezenas de milhares de mortos.
Depois de uma sequência de governos militares o país começou a ver florescer alguns grupos de esquerda, motivados pelo sucesso da Revolução Cubana e da ascensão dos sandinistas (guerrilheiros de esquerda) na Nicarágua. Em 1979 uma junta militar deu um golpe de estado derrubando o governo do General Carlos Humberto Romero, cujas eleições tinham sido fraudulentas. Ou seja, foi como um golpe dentro do golpe – algo com que brasileiros estão acostumados. O estopim para a guerra civil se deu com o assassinato do arcebispo Oscar Romero, opositor do novo regime, e o posterior assassinato de 42 pessoas durante seu enterro. A partir daí a guerra se deflagrou, com a união de cinco grupos guerrilheiros formando a FMLN (Frente Farabundo Marti de Liberación Nacional) de um lado, e os esquadrões da morte do governo militar do outro.
Preocupados com a insurgência popular em mais um país da América Central, área de seu controle habitual, os Estados Unidos passaram a ajudar financeiramente o governo de El Salvador contra os guerrilheiros. As cifras dessa ajuda, durante todo o período da guerra, chegaram a mais de 7 bilhões de dólares, e vieram dos governos de Jimmy Carter, Ronald Reagan e Bush pai. Por outro lado, dentro do contexto da Guerra Fria, os EUA acusavam Cuba e a União Soviética de fornecerem armas para o FMLN. Em matéria de O Globo, publicada em 1982, aparece uma declaração do então secretário de Defesa americano, Caspar Weinberger: ““Os Estados Unidos não permitirão que El Salvador, no continente dos EUA, se transforme num bastião do comunismo”. “No continente dos EUA”, ele disse. Prepotência pouca, não?
Fato é que mesmo com o fim da guerra em 1992, depois de um acordo de paz mediado pela ONU, os problemas de El Salvador não foram resolvidos. O país continua sendo pobre, e um dos mais violentos das américas. Oligarquias permanecem, mas o povo, no fim, é quem mais sofre, antes, durante e depois de qualquer guerra. Para os Estados Unidos, mesmo que os grupos de esquerda não tenham sido exterminados, ficou um saldo positivo, já que seu poder na região permaneceu, e os grupos guerrilheiros foram dissolvidos – o que, para os interesses americanos, deu na mesma. Com o fim da guerra a situação voltou rapidamente aos “eixos”, com governos de direita no poder, e a influência estadunidense no país sendo mantida.
PAUL DAVID
Paul David Hewson (10/05/1960) tinha 26 anos e era líder e vocalista de uma banda de rock que já tinha lançado quatro álbuns de estúdio e um disco ao vivo. Todos fizeram sucesso, mas a banda ainda não tinha estourado definitivamente. Faltava aquele grande disco para colocá-la de vez como uma das grandes. O disco concebido pelo jovem irlandês tinha como tema os Estados Unidos da América. Para conquistar o mundo ele precisava conquistar a América. O álbum, que no fim se chamou The Joshua Tree (uma árvore comum no deserto americano), chegou a ter The Two Americas como título provisório. A ideia era falar das duas américas, a mitológica e a real. Há bastante conteúdo político nas letras, nem sempre de maneira elogiosa à atuação do país homenageado.
Um dos exemplos é a canção “Bullet the blue sky”. Em meados de 1986 o jovem Paul David foi com sua esposa à América Central, visitando El Salvador, entre outros países. Ali ele pôde presenciar o sofrimento dos camponeses com a guerra civil que já se arrastava por alguns anos. Como um homem de fé, o jovem ficou incomodado com o fato de americanos cristãos apoiarem a ajuda financeira de seu governo a atos de guerra violentos em outro país, inclusive com a morte de milhares de inocentes. Ao voltar para junto de seus companheiros de banda, Paul David tentou transmitir toda sua indignação com o que tinha visto. Ele disse a seu guitarrista David Howell Evans que queria colocar “El Salvador pelos amplificadores”. Usando um poderoso efeito em seu instrumento, e com a ajuda da raiva com que toda a banda tocou, a canção se tornou marcante, e é peça importante dos shows da banda até hoje, sendo usada para diferentes manifestações políticas durante os concertos.
O próprio vocalista afirmou que uma parte da letra que fala de um homem colocando notas de dólar sobre uma mesa enquanto aviões de guerra passam “pelas cabanas de barro onde as crianças dormem”, se refere ao presidente americano Ronald Reagan.
(Há versões ao vivo legendadas no Youtube, mas o efeito “El-Salvador-pelo-amplificador” não aparece tanto. Portanto segue o vídeo da versão em estúdio, e a letra traduzida logo abaixo)
Disparos no céu azul
No uivar do vento
Vem uma chuva de espinhos
Direcionando canivetes
Nas almas da árvore da dor
Do helicóptero
Vem um brilho vermelho alaranjado
Vejo a face do medo
Correndo assustada pelo vale abaixo
Disparos no céu azul
Na nuvem de gafanhotos
Vem um chocalho e um zumbido
Jacó lutou contra o anjo
E o anjo foi derrotado
Plante uma semente do demônio
E crescerá uma flor de fogo
Nós os vemos queimando cruzes,
Veja as chamas, cada vez maiores
Disparos no céu azul
De terno e gravata ele se aproxima de mim
Seu rosto vermelho como uma rosa num espinheiro
Como todas as cores de um royal flush
E ele está contado aquelas notas de dólar
Pondo-as na mesa
“Cem, duzentos”
E eu posso ver aqueles aviões de guerra
E eu posso ver aqueles aviões de guerra
Pelas cabanas de barro onde as crianças dormem
Pelas vielas de uma cidade tranqüila
Pela escadaria até o primeiro andar
Viramos a chave e lentamente destrancamos a porta
Enquanto um homem assopra um saxofone
E pelas paredes você ouve a cidade rosnar
Lá fora é a América
Lá fora é a América
América
Veja pelos campos
Veja o céu rasgado
Veja a chuva atravessando a ferida aberta
Uivando nas mulheres e crianças
Que correm em direção aos braços
Da América
CLEMENTE TADEU
Clemente Tadeu Nascimento (12/05/1963) tinha vinte anos e era o líder, vocalista, baixista e principal compositor de uma banda punk paulistana, no começo do movimento no Brasil. As dificuldades eram enormes, dado todo o estigma que sempre acompanhou (acompanha?) as pessoas identificadas com essa cultura. Apesar dos perrengues a banda consegue lançar seu primeiro disco, “Miséria e Fome”. Inicialmente programado para ser um LP, o disco acabou virando um EP (com menos músicas), já que todas as faixas foram censuradas pela ditadura militar que ainda comandava o país. Eles acabaram alterando a letra de três delas para lançar o trabalho encurtado.
Uma das faixas que acabou indo parar no disco foi “(Salvem) El Salvador”, em que o jovem compositor retrata de maneira lúcida, ferina e sarcástica o conflito que destruía o pequeno país. Escrita provavelmente quando o artista tinha menos de vinte anos, é de se admirar a consciência que a letra revela, especialmente na constatação de que o lado mais fraco, e que mais sofre, é sempre o povo. Brilham também os versos que indicam a escolha impossível que está diante deles: “Entre ser uma base militar russa/ Ou um bordel americano/ É liberdade que o povo clama”. A faixa esteve presente no lendário disco ao vivo “O começo do fim do mundo”, gravado no também lendário festival homônimo, o primeiro do gênero no Brasil, organizado pelo escritor e ativista cultural Antonio Bivar no final de 1983. Nesta versão o vocalista diz “Ei guerrilheiros, salvem El Salvador” logo no comecinho da performance.
Musicalmente, é interessante notar como a introdução, com o baixo sinistro de Clemente Tadeu em primeiro plano e uma guitarra estridente e cheia de efeitos por trás já nos remetem a uma guerra, que se torna explícita quando a mesma guitarra, aos 2min33s, imita o som de uma metralhadora (algo que já acontecia durante toda a música, mas não com tanta clareza).
(Apesar de a letra ser em português, há alguns trechos difíceis de entender, por isso a letra está logo abaixo do vídeo)
(Salvem) El Salvador
Dos dois lados, há homens armados
De fuzis e metralhadoras prontos pra matar
De um lado, fardas a comandar
Do outro, a vontade de viver e se libertar
O povo é o lado que tem mais baixas
Por que não tem armas na mão para se defender
E em nome da liberdade de El Salvador
Todo dia está a morrer
Por isso
Salvem El Salvador
Em sua heróica resistência à invasão soviética
Tio Sam sujou suas mãos de lama
Entre ser uma base militar russa
Ou um bordel americano
É a liberdade que o povo clama
Nos campos onde jorravam os rios
E haviam plantações prontas pra se colher
Hoje os rios são de sangue
E o povo colhendo cadaveres
Você pode ver
Por isso
Salvem El Salvador
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O Som das Torcidas #139 Aldosivi
Tiburón!
Fomos à Mar del Plata para conhecer a hinchada do atual campeão da B Nacional! Fundado por operários franceses, durante a modernização do porto, o clube tomou emprestada a primeira sílaba dos sobrenomes dos engenheiros responsáveis pela obra: ALlard, DOulfos, SIllard e WIrriot (este castelhanizado).
A partir dos anos 70, os gringos tornam-se protagonistas da Liga Marplatense, o que explica o surgimento da primeira barra brava da cidade: La Pesada, que desde então segue o Verde pelas demais províncias da Argentina.
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Thunder #193 Mauricio Pereira
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Mesa Oval #109
O sábado foi histórico para os Tupis, com uma grande e inédita vitória sobre a Argentina XV! Já na segunda-feira o SPAC, clube decano do rugby brasileiro, completou 130 anos de história. Para celebrar as duas marcas tivemos um papo de gala com João Luiz da Ros, o Ige – jogador com mais jogos pela seleção brasileira e que se aposentará neste ano – e Timothy Baines – atleta da seleção nos anos 70. Encontro de gerações imperdível!
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Baião de Dois #107 Novo Regulamento
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Judão#118 – A cultura do PAVOR de Spoilers
Então quer dizer que você viu alguma piada ou alguém dizendo exatamente quem é que morre no final de Vingadores: Guerra Infinita e aí, sem ter assistido ao filme, achou um absurdo e “estragou minha experiência”? Ou, pior ainda, ASSISTIU AO FILME e tá saindo xingando todo mundo na internet que diz alguma coisa relacionada às mortes?
Bem, primeiro que a enorme maioria das mortes desse filme pouco importam, porque o filme fala de algo completamente diferente. Segundo que isso é culpa dessa maldita cultura do PAVOR de Spoilers, em que revelações e surpresas são mais importantes do que toda a jornada que leva até elas.
…e foi essa a conversa que tivemos em mais uma edição do ASTERISCO, o nosso programa, talk show, podcast, o que VOCÊ QUISER sobre cultura pop e adjacências do JUDAO.com.br, dessa vez sem nenhum convidado, só nós mesmos tentando colocar um pouco de razão na cabeça de quem nos ouve.
E falando de nudes e desgraças alheias, porque bem, é a gente, né? 😀
Aperta o play aí e vem participar da conversa!
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It’s Time #74
A equipe do MMA Brasil comentou as principais lutas do card principal, com a consolidação de Amanda Nunes ao chegar a sua terceira defesa, vencendo Raquel Pennington. Foi debatida também a luta dos já veteranos Vitor Belfort e Lyoto Machida, com mais um nocaute do carateca. Ainda houve tempo para comentar as vitórias de Kelvin Gastelum e Mackenzie Dern sobre Ronaldo Jacaré e Amanda Cooper, respectivamente.
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Vaidapé na Rua #45 – Frente Favela Brasil
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Zé no Rádio #53 Brasil pronto
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Post impulsionado é o novo tempo de TV
A legislação eleitoral das campanhas no Brasil para as redes sociais é sempre um amontoado de regras confusas que mudam a cada eleição. Este ano mais mudanças estão causando incertezas e deixando brechas para abusos de todo tipo: de poder econômico por candidatos, partidos e coligações, até abuso de autoridade por juízes seletivos que manipulam a legislação de acordo com suas convicções particulares. Um exemplo é a legislação sobre posts patrocinados nas redes sociais. Proibidos nos períodos eleitorais anteriores, o patrocínio de postagens foi liberado este ano.
Com isso, as candidaturas mais ricas terão um poder de exposição publicitária infinitamente maior do que candidaturas com poucos recursos. Se antes era o bom conteúdo (bom não significa “do bem”) que engajava o público, agora com dinheiro qualquer lixo poderá ganhar bastante visibilidade. Prepare seu mural para uma superexposição de políticos este ano.
A distribuição de verba do fundo partidário acontece de acordo com o tamanho das bancadas federais. Os cinco maiores partidos do Congresso receberão metade de todos os recursos do fundo eleitoral: PMDB, PT, PSDB, PP e PSD receberão, sozinhos, um montante de R$ 838 milhões. Serão R$ 215 milhões para o PMDB, R$ 199 milhões para o PT e R$ 175 milhões para o PSDB. Partidos como o PV, PSOL e PCdoB ficarão com cerca de 1 % destes recursos.
Com a permissão de posts e anúncios pagos nas redes sociais, a distorção publicitária, que já enorme nas televisões e rádios, será imensa também na internet. Como alertou o pesquisador e analista de redes, Fábio Malini, o impulsionamento de posts será o novo tempo de tevê. O aparato do sistema eleitoral estará a serviço do poder econômico de partidos e candidaturas, consolidando um processo eleitoral extremamente capitalizado e com potencial manipulativo.
Deveria ser, mas não é a livre circulação de ideias o que garante o bom funcionamento da nossa democracia. É a grana, muita grana na mão do departamento financeiro, código eleitoral na mão do departamento jurídico e todos de mãos dadas com o departamento de marketing. É assim se produz os nossos processos eleitorais, e não é por acaso que o Caixa 2 e as mutretas financeiras toma conta das campanhas com muitos recursos.
As ferramentas de gerenciamento de posts e anúncios pagos, como o Power Editor do Facebook, possuem capacidade de refinar volumes imensos de dados para que as equipes de publicitários e especialistas em mídia direcionem anúncios para públicos específicos com precisão cirúrgica. E quanto mais dinheiro, claro, maior o alcance das postagens.
Semana passada o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Admar Gonzaga Neto, deu entrevista informando que, embora permitido, os patrocínios de postagens no período da pré-campanha podem configurar propaganda antecipada. Como tenho recebido na minha timeline diversos posts impulsionados, é de imaginar que possivelmente algumas multas vão acontecer aqui e ali.
Mas quem será multado?
Não acredito que o impulsionamento de posts deveria ser permitido. Ou melhor, se é pra ser permitido, que se permita a campanha explícita fora do período eleitoral propriamente dito. É uma forma de evitar o cinismo dos candidatos que fazem campanha antecipada fingindo que não estão fazendo. O que acontece com frequência, e ainda mais nas candidaturas com suporte jurídico milionário de advogados.
Temos um duplo problema: a propaganda paga na internet produzindo distorções do princípio de igualdade e abrindo margem para o abuso do poder econômico; e a falta de clareza das regras eleitorais tornando o quadro ainda mais nebuloso ao colocar mais poder na mão de juízes.