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Tatuagens de Vitória

Por Flaco Amarelo

Visíveis ou não, as pessoas atravessam suas vidas com marcas. No coração e na pele, são estas marcas que nos fazem ter forças para continuar ou sabedoria para desistir. E não é fácil passar por uma vida tendo nessas marcas uma característica fundamental: a vitória.

Os últimos tempos foram absolutamente bondosos com os torcedores xeneizes. Desde o final da década de 1990 o clube se coroou como rei absoluto da América – e do Mundo – onde vencer parecia algo tão corriqueiro como abrir os olhos ou caminhar. Pode soar como arrogância, mas a glória havia se tornado algo quase banal, mesmo sendo sempre saboreada como um delicioso asado ou um choripán servidos próximo da Bombonera.

Quando lá da ponta se olha para baixo e enxerga seu rival prostrado sob a lama da vergonha, você para de olhar para dentro de si, como se a derrota do eterno inimigo fosse mais importante de que os triunfos que ainda podem ser alcançados. E todo o pueblo bostero sentiu isso quando viu o River na B. Mas o futebol é um esporte lindo porque sempre te dá a oportunidade da revanche. E eles tiveram a deles. Nos eliminaram na Copa Sul-Americana e gargalharam da nossa cara quando o Panadero Napolitano nos envergonhou frente ao continente, nos deixando totalmente de mãos atadas. Sentimos a ardência forte da pimenta em nossos próprios olhos. E justamente na tão desejada Copa Libertadores. Essa que é quase conhecida como “nossa”.

Mais uma vez fomos obrigados a vê-los festejando. O que não passaram eles vivendo a mesma coisa e sentindo isso por tantos anos? Nunca desejarei saber. Mas de fato, algo mudou quando olhamos para dentro do peito encarnado e vimos que precisávamos ser nós mesmos para romper com essa tristeza e recuperar essas marcas vitoriosas que tanto nos faz reconhecidos.

Bastou Tévez desembarcar no aeroporto de Ezeiza que a história começou a ser corrigida, entrando pela estrada na qual nunca deveria ter saído. Sem atalhos, com o Apache, a mística parecia ter sido recuperada. O futebol jogado foi sempre alvo de críticas. O técnico Vasco Arruabarrena, também. A sensação ainda era de que algo não se encaixava. Que faltava a frutilla del postre, para que pudéssemos tocar o céu outra vez.

Este parecia ser o pior ano do Boca em muito tempo. E tinha tudo para ser! Ver o rival vencer e ajoelhar-se diante disso sem forças para marcar em si, algo que refletisse o que sempre fomos. Como disse o sábio e imortal Eduardo Galeano: “ao fim e ao cabo, somo o que fazemos para mudar o que somos”. Carlitos correu por nós e nos trouxe a mudança necessária. Na temporada que estava marcado para ser triste, vencemos o Campeonato Argentino e a Copa Argentina. Vencemos aqueles que nos venceram duas vezes. E veja que não estou contando o histórico 5 a 0 feito no Torneo de Verano.

Pouco importa se eles irão ao Japão defrontar o Barcelona (?). Após um ano inteiro de agonias e lutas, eles continuarão tendo uma terrível mancha que ninguém irá apagar. E nós, bem…

…nós temos apenas tatuagens de vitória.

 

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Conexão Sudaca #73 Gonza Rodriguez

Trocamos figurinhas com Gonza Rodriguez, ilustrador argentino radicado em Porto Alegre, sobre a temporada do Boca Juniors, desde o título do Campeonato até a polêmica final da Copa Argentina, além do bom momento dos jogadores argentinos no Brasil y otras yerbas más.

Na parte musical, ouvimos a cumbia da banda chilena Chico Trujillo, que tocou na última quarta-feira em São Paulo, e nos despedimos de José Luis Person Properzi, baterista e vocalista de Los Super Ratones, que nos deixou nesta semana.

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Xadrez Verbal #24 Avião no Sinai

Um avião de passageiros de uma companhia área russa cai no Sinai e 224 passageiros morrem. O que aconteceu? Temos quatro hipóteses, se é que vamos saber qual é verdadeira um dia. Ainda no Oriente Médio, falamos da Síria e da “pizza” servida após a reunião em Viena. O Assad é indispensável? Os Estados Unidos voltam em suas operações e uma grave e importante denúncia: o uso de gás mostarda no conflito.

No Extremo Oriente, uma reaproximação histórica, com o anúncio do primeiro encontro bilateral entre China e Taiwan desde 1949. Sim, você leu direito. A cooperação na região ainda envolve o Japão e as cicatrizes de sua relação com a Coreia do Sul. Giramos pelo mundo com Romênia, Bolívia, Turquia, Canadá e Pablo Neruda. Além, é claro, dos recados dos ouvintes, a parte mais importante.

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Futebol Urgente #93

Conhece a vaia silenciosa dos torcedores do Manchester City? E o suiço que se perdeu no banheiro de San Siro e ficou 11 anos na Itália? E a chuteira nova do Oscar, sem cadarço?

Neymar faz embaixadinha com papel higiênico, Cristiane Torloni faz a festa e as notícias pavorosas e fantasmagóricas do mundo real, direto da brochura azul de Fernando Toro, estão aqui, pesando na cabeça.

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O Homem que Sabia Futebolês

Por Victor Faria

Em uma padaria, dia desses, contava ao meu amigo Castro as partidas que havia pregado às convicções e às respeitabilidades para poder do esporte viver.

Houve mesmo, uma dada ocasião, quando estive nos Emirados Árabes, em que fui obrigado a esconder a minha qualidade de bacharel, para mais confiança obter dos jogadores, que atribuíam todos aqueles planos táticos a meios de feitiçaria e adivinhação. Pelo menos era o que parecia.

O meu amigo ouvia-me calado, embevecido, gostando daquele meu Gil Blas vivido, até que, em uma pausa da conversa, ao esgotarmos os copos, observou a esmo:

– Tens levado uma vida bem engraçada, Tite!

– Só assim se pode viver… Isto de uma ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a outras, aborrece, não achas?

– Cansa-se! Mas, não é disso que me admiro. O que me admira, é que tenhas obtido tanto sucesso aqui, neste Brasil imbecil e burocrático.

– Qual!? Aqui mesmo, meu caro Castro, se podem arranjar belas páginas de vida. Imagina tu que eu já fui contratado para ser professor de futebolês?

– Quando? Aqui, depois que voltaste do ano sabático?

– Não, antes. No começo da carreira. E, por sinal, fui efetivado como técnico por isso.

– Conta lá como foi. Bebes mais cerveja?

– Bebo.

Mandamos buscar mais outra garrafa, enchemos os copos e continuei:

– Eu havia a pouco me aposentado dos campos e estava literalmente na miséria devido aos custos das cirurgias no joelho e da faculdade, vivia sem planos concretos, sem saber onde e como ganhar dinheiro, quando li no jornal da cidade o seguinte anúncio:

“Precisa-se de um professor de prática futebolesca. Cartas, pranchetas, etc.”

Ora, disse cá comigo, está ali uma colocação que não terá tantos concorrentes; se eu capiscasse quatro jogadas bem elaboradas; ia apresentar-me. Saí do café que estava e andei pelas ruas, a imaginar-me um professor de futebolês. Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca Municipal. Não sabia bem que livro deveria consultar; mas, entrei, cumprimentei o porteiro, recebi um aceno de volta e subi. Na escada, acudiu-me verificar a Grande Encyclopédie, letra F, a fim de consultar o artigo relativo ao futebolês e à prática futebolesca. Dito e feito. Fiquei sabendo, ao fim de alguns minutos, que o esporte era praticado primeiramente no arquipélago de Sonda, colônia inglesa imagino eu, oriundo do grupo maleo-polinésico, possuía um desenrolar tático digno de nota, em curtos espaços de campo, e regras derivadas do velho esporte bretão.

A Encyclopédie dava-me a indicação de trabalhos sobre tal esporte malaio e não tive dúvidas em consultar um deles. Copiei alguns desenhos, a sua aplicação figurada e saí. Novamente andei pelas ruas, perambulando e idealizando planos.

Na minha cabeça saltavam as jogadas; de quando em quando consultava minhas notas; entrava no campo e fantasiava cada movimentação para guarda-las bem na memória e habituar a mente a naturalmente executar. À noite fiquei em meu quarto a estudar o “bê-á-bá” malaio com tanto afinco que, de manhã, já o havia decorado perfeitamente.

Convencido do que deveria fazer, saí; mas não sem antes encontrar o encarregado logo me cobrando o aluguel atrasado:

– Senhor Adenor, quando salda a sua conta?

Respondi-lhe então, com a mais encantadora esperança:

– Breve… Espere um pouco… Tenha paciência… Ainda serei nomeado professor de futebolês, e… Por aí o homem interrompeu-me:

– Que diabos vem a ser isso, senhor Adenor?

– É um esporte praticado lá pelas bandas do Timor. Sabe onde é?

Oh! Alma ingênua! O homem esqueceu-se da minha dívida e disse-me com aquele falar típico dos portugueses:

– Eu cá por mim não sei bem; mas ouvi dizer que são terras lá pros lados de Macau. Senhor Adenor, sabes disso?

Animado com esta saída que me deu a história do futebolês, voltei a procurar o anúncio. Lá estava ele. Resolvi propor-me à prática do esporte oceânico. Redigi a resposta e em seguida voltei à biblioteca para continuar com os estudos futebolescos.

Ao cabo de alguns dias, recebi uma carta para ir encontrar o doutor Manuel Feliciano Soares Albernaz, presidente do Guarany de Garibaldi. É preciso não esquecer que entrementes continuei estudando o jogo, isto é, o tal futebolês. Além dos desenhos táticos, fiquei sabendo o nome de alguns jogadores e técnicos antigos e duas ou três regras próprias do esporte.

Fui a pé. Cheguei suadíssimo; e, com maternal carinho, as mangueiras, perfiladas em alameda diante da casa do titular, me receberam, me acolheram, me reconfortaram. Em toda a minha vida, foi o único momento em  que cheguei a sentir a simpatia da natureza…

Era uma enorme sede que parecia estar deserta; estava maltratada, mas não sei por que me veio a pensar que nesse mau tratamento havia mais desleixo e cansaço de viver que mesmo pobreza. Devia haver anos que não era pintada. Bati. Custaram-me a abrir. Veio, por fim, um funcionário aparentemente antigo, cujas barbas e cabelos de algodão davam à sua fisionomia uma aguda impressão de velhice, doçura e sofrimento.

Na sala do clube, havia uma galeria de retratos. Nada que parecesse tão relevante. Esperei um instante o dono do time. Tardou um pouco. Foi cheio de respeito que o vi chegar.

– Eu sou – avancei – o professor de futebolês que o senhor disse precisar.

– Sente-se – respondeu-me o velho – O senhor é aqui de Garibaldi?

– Não, sou de Caxias.

– Como? Fale um pouco mais alto, já não escuto bem.

– Sou de Caxias do Sul – insisti.

– Onde fez seus estudos?

– Em Campinas.

– E onde aprendeu o futebolês? – indagou ele, com aquela teimosia peculiar aos velhos.

Não contava com essa pergunta, mas imediatamente arquitetei uma história. Contei-lhe que meu pai praticava o esporte. O velho ouviu-me atentamente, considerou demoradamente minhas explanações, parecia julgar meu conhecimento esportivo malaio.

– Então, está disposto a ensinar o futebolês a mim e aos jogadores?

A resposta saiu-me sem querer:

– Pois não.

– O senhor há de ficar admirado – aduziu o presidente – que eu, nesta idade, ainda queira aprender algo, mas…

– Não tenho que admirar. Tem-se visto exemplos e mais exemplos…

– O que eu quero, meu caro senhor…?

– Tite – adiantei-me.

– O que eu quero, meu caro senhor Tite, é cumprir um juramento de família. Não sei se o senhor sabe que sou tataraneto do Conselheiro Albernaz, aquele que acompanhou Pedro I, quando abdicou. Voltando de Londres, trouxe para aqui um livro com figuras e desenhos esquisitos, a que tinha grande estimo. Fora um hindu ou um siamês que dera-lhe, em Londres, em agradecimento a não sei que serviço prestado por meu tataravô. Em seu leito de morte, chamou meu avô e disse: “Tenho este livro aqui sobre futebolês. Diz-se que evita desgraça e traz felicidade ao time que o tem. Eu não sei nada ao certo.” Meu avô não acreditou muito na história, mas o manteve guardado. Cheguei até a esquecer dele; mas o manteve guardado. Cheguei até a esquecer dele; mas, de uns tempos a essa parte, tenho passado por tanto desgosto com o time que lembrei-me do talismã familiar. Tenho que o entender. Eis aí.

Calou-se e notei que os olhos do velho se tinham orvalhado. Enxugou discretamente os olhos e perguntou-me se queria ver o tal livro. Respondi-lhe que sim. Chamou o funcionário, deu-lhe as instruções e explicou-me que perdera seus melhores jogadores, os medianos, só lhe restando alguns veteranos e os meninos da base, cujo talento estava reduzido a um garoto, ainda débil de corpo e de condição física frágil e oscilante.

Veio o livro. Era um antigo calhamaço, encadernado em couro, impresso em grandes letras, em papel amarelado e grosso. Faltava a folha do rosto e por isso não se podia saber a data de impressão. Tinha ainda umas páginas de prefácio, escritas em inglês, onde li que se tratava dos feitos do príncipe Kulanga, craque futebolês de muito mérito.

Logo informei disso ao velho senhor que, não percebendo que eu tinha chegado ali pelo inglês, ficou tendo em alta consideração o meu saber futebolesco. Estive ainda folheando o cartapácio, à laia de quem sabe magistralmente aquela espécie de vasconço, até que afinal contratamos as condições de pagamento e tempo de contrato, comprometendo-me a implantar o futebolês ao time antes de se completar um ano.

Dentro em pouco, dava minha primeira lição, mas o velho não foi tão diligente como eu. Não conseguia perceber sequer a organização tática do time. Enfim, em menos de uma semana já não acompanhava os treinamentos e logo só se interessaria pelos resultados.

Mas com o que tu vais ficar assombrado, meu caro Castro, é com a admiração que os jogadores, principalmente os mais experientes, tiveram por mim. Que coisa única! Eles não cansavam de repetir: “É um assombro! Tão moço! Se soubéssemos disso antes, ah! Onde estaríamos!

O presidente estava contentíssimo. Ao fim de dois meses desistira de vez da aprendizagem, mas se entusiasmara com o que via em campo, um dia sim outro não aparecia para saldar o grupo. Bastava ver o time em campo, disse-me uma vez, não importava entender, não se opunha, gostava mesmo é de ficar a admirar. Assim evitava a fadiga e cumpria o encargo. Sabes bem que ate hoje não sei bem de futebolês, mas compus umas jogadas bem boladas e impingi-as ao velhote como sendo do crônicon. Como ele se encantava!

Ficava extático, como se estivesse a ser movido por música. E eu crescia aos seus olhos!

O bom velho atribuía à nova fase do time ao futebolês implantado, e eu estive quase a crer também.

Fui perdendo os remorsos; mas, em todo o caso, sempre tive medo que me aparecesse pela frente alguém que soubesse o tal desporto malaio. Esse meu temor foi grande quando fui convidado a dirigir um time de maior torcida, de maior destaque, magnitude.  Fiz-lhe todas as objeções: a minha fealdade, a falta de elegância, a continuação do trabalho. – “Qual!? Retruca ele. Vá, menino; você mais que ninguém sabe futebolês!” fui. Cheguei ao Caxias com excelentes recomendações. Foi um sucesso.

O diretor do novo time logo me apresentou aos conselheiros do clube: “Vejam só, um homem que sabe futebolês – que portento!”

Os resultados obtidos naqueles campeonatos levaram-me a comandar o time do Grêmio. Na chegada ao tricolor gaúcho, um dos diretores me dirigiu o olhar com mais ódio do que com inveja ou admiração. Talvez pela derrota no último campeonato estadual um ano antes. E todos me indagavam: “Então sabe futebolês? É difícil? Não há quem o saiba aqui!”

Imagina tu que até aí nada sabia de futebolês, mas estava empregado e iria representar uma equipe na Série A do Campeonato Brasileiro.

Soube que o velho presidente do Guarany veio a morrer, passou o livro ao genro para que o fizesse chegar ao neto, quando tivesse a idade conveniente e fez-me uma deixa no testamento.

Pus-me com afã nos estudos das práticas futebolescas, esportivas maleo-polinésicas; mas não havia meio!

Depois da conquista da Copa do Brasil daquele ano, parecia-me que não tinha a energia necessária para fazer entrar na cabeça dos jogadores aquelas táticas e movimentações esquisitas. Comprei novos livros, assinei revistas, acompanhei outros times, o diabo, mas nada!

E a minha fama crescia. Na rua, os informados apontavam-me, dizendo aos outros: “Lá vai o sujeito que sabe futebolês.” Os fanáticos consultavam-me sobre a disposição dos atletas em campo, as variações durante a partida. Recebia cartas de admiradores de outras regiões, os jornais citavam meu nome, meu saber e recusei aceitar uma turma de treinadores sequiosos de entenderem o tal futebolês. A convite da redação, uma vez, no jornal da cidade, escrevi um artigo de quatro colunas sobre a prática esportiva da ilha de Sonda antiga e moderna…

– Como, se tu nada sabias? – Interrompeu-me o atento Castro.

– Muito simplesmente: primeiramente, descrevi o arquipélago com o auxílio de enciclopédias e cartografias, e depois citei a mais não poder os feitos do príncipe Kulanga.

– E nunca duvidaram? – Perguntou-me ainda o meu amigo.

-Nunca! Isto é, uma vez quase me complico. Estávamos no Japão com o time do Corinthians para a disputa do Mundial de Clubes e eis que me aparece um tipo bronzeado que falava uma língua estranha. Ninguém o entendia, mas parece que era possível entender os dizeres “Sonda” e “futebolês”. Sabendo do meu conhecimento sobre os esportes da região, pediram-me que fosse ter com o tal homem. Demorei-me a descer, mas fui afinal. Quando cheguei, ele já havia partido, mas o assessor de imprensa do time jura que o mesmo praticava o futebolês. – ufa!

Chegou, enfim, após diversas conquistas, a época de meu recesso, meu retiro sabático, e lá fui eu pra Europa. Que delícia! Assisti a diversos jogos e a treinos preparatórios. Quando voltei, o presidente alvinegro me pediu desculpas por não ter me dado a continuidade necessária e pediu que eu voltasse ao comando do time. Já conhecia meu trabalho e julgara que melhor opção não haveria. Aceitei suas desculpas e explicações, e com a certeza de que teria autonomia na montagem da equipe e total liberdade para implementar o conceito de titebilidade.

No tempo que fiquei afastado não perdi tempo nem dinheiro. Passei a ser a glória de uma nação, o preferido dos brasileiros para dirigir a seleção. Não aconteceu, mas, ao retornar ao clube do Parque São Jorge, recebi uma ovação de milhares de torcedores e até o ex-presidente da República, dias atrás, convidara-me para um almoço em sua companhia.

Dentro de um ano, se todo sair como planejado, chegaremos novamente ao outro lado do Mundo, onde já estive e pretendo novamente chegar.

– É fantástico – observou Castro, agarrando o copo de cerveja.

– Olha, se não fosse este desporto, sabes que pretendi ser?

– Quê?

– Bacteriologista eminente. Vamos?

– Vamos.

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Trivela #35 Craque do Brasileiro

A edição 35 do podcast da Trivela, com Bruno Bonsanti, Ubiratan Leal e Paulo Junior, debateu quem é o melhor jogador do Campeonato Brasileiro. A conversa ficou principalmente entre Jadson, Renato Augusto e Lucas Lima.

O programa também falou das atuações de Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique na primeira fase da Champions League – os jogos dos gigantes andam chatos? Além disso, o trio tratou da entrevista do ex-jogador e hoje comentarista Alex, em que ele falou de CBF, novas competições, os clubes pelos quais jogou e a vontade de ser treinador.

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Treino é Jogo

Quando o Grêmio mandava os seus jogos no Estádio Olímpico, era comum ver uma faixa com os dizeres: “Treino é Jogo, Jogo é Guerra”, desconstruindo a célebre frase do saudoso Valdir Pereira, o Didi.

Treino é Jogo

E foi neste clima que as hinchadas de Colo Colo e Universidad de Chile se preparam para a 224ª edição do Clásico del fútbol chileno. Na última sexta-feira (30/10), albos azules se dirigiam logo cedo à Macul e Ñuñoa, respectivamente, para demonstrar apoio aos jogadores no último treino antes do jogo.

Arengazo

Enquanto os colo colinos deram continuidade ao tradicional Arengazo no Monumental David Arellano, os bullangueros compareceram em peso no Estadio Nacional, após quatro anos de treinamentos com portões fechados, para celebrar o Banderazo. Cabe lembrar que o contestado Plan Estadio Segurolevado à cabo no começo de 2012, proíbe diversos artefatos (bandeiras, bumbos, faixas etc.) que se multiplicaram nas duas arquibancadas, com cerca de 10 mil presentes em cada.

Banderazo

No dia seguinte, quando os dois ponteiros apontavam para o número 12, o árbitro Eduardo Gamboa – um dos personagens do começo da tarde – dava início a mais um Superclásico. O horário programado da partida é mais uma medida inócua, implementada em 2013, para combater a violência, que novamente se fez presente.

Cacique demorou para acordar, mas em sua primeira oportunidade converteu o gol. Aos 36 minutos, após falta cometida pelo experiente Osvaldo González, que foi advertido com o cartão amarelo, Emiliano Vecchio alçou a bola à grande área dos laicos, sendo desviada por Jean Beaseujour e encobrindo o goleiro Johnny Herrera.

La U teve a chance de empatar logo aos 11 minutos da etapa complementar, mas Justo Villar defendeu a cobrança de pênalti de Patricio Rubio. No lance, o goleiro paraguaio chegou a se virar – mostrando culo – antes de o atacante partir em direção a bola. O Superboy Herrera perdeu a paciência com o companheiro e declarou que “para la proxima yo patearé los penales“. El Pato Rubio também não foi perdoado pelos torcedores, que fizeram questão de lembrar da sua herança colo colina.

Rubio

Nos último quarto de hora, o Colo Colo deu números finais ao clássico em boa arrancada de Jaime Váldes, que contou com a falha de Leonardo Valencia, que passou por Pepe Rojas e cruzou para Estebán Paredes marcar o seu 9º gol diante do arquirrival. No minuto seguinte, El Pajarito Váldes se envolveu em um lance polêmico com o Eduardo Gamboa, ao reclamar ostensivamente de uma falta não marcada. Correndo em direção ao árbitro o meia esbarrou nele, sendo expulso na sequência. Não foi a primeira vez que Gamboa teve que lidar com uma cobrança mais dura. No penúltimo Superclásico ele foi alvo da fúria dos hinchas da Universidad de Chile ao assinalar uma penalidade nos acréscimos do 2º Tempo.

A vantagem numérica nos instantes finais não foi suficiente para qualquer reação de La U, que não sabe o que é ganhar no Monumental há 15 anos. Por sinal, José Luis Sierra, atual treinador do Colo, esteve em campo naquela derrota por 3 a 1.

15 años

Já Martín Lasarte, técnico do León, vê cada vez mais distante a zona de classificação para a Liguilla – 6 pontos de diferença para o Audax Italiano, que ocupa momentaneamente a última vaga – e saiu com a cabeça inchada, mais por conta de um projétil arremessado da Tribuna Oceano/Rapa Nui do que pela atuação da sua equipe. O piedrazo não foi o único incidente registrado em Macul, e o Cacique – que segue firme na liderança do Apertura, com 2 pontos à frente da Universidad Católica – pode ter sua casa fechada nas quatro rodadas derradeiras.

Veja os demais gols da 11ª fecha.

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Folha Seca #87 Arthur Dapieve

O Folha Seca #87 conversou com Arthur Dapieve, colunista d’O Globo e autor de Maracanazo, livro cujo conto homônimo se passa no jogo entre Chile e Espanha na Copa do Mundo de 2014 – a obra, inclusive, foi finalista do prêmio Jules Rimet, na França, voltado para obras sobre esporte publicadas no país.

O programa também falou do clube de leitura criado pelo Athletic Bilbao, lembrou Pasolini tratando da final da Copa de 70, e ainda conversou sobre Giba, Rivellino e Pelé.

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Judão#06 Amanda Acosta

“O Trem da Alegria vai em todo lugar, ele não pode parar”, já dizia a música. Mas o Trem da Alegria parou. Só que a Amanda Acosta, uma das integrantes do CONJUNTO infantil, não.
Ela não andava “sumida”, como as pessoas curtem dizer. Ela continuou cantando, dançando e interpretando. Sim, a gente falou um tantinho do Trem da Alegria, porque a Amanda tem orgulho desta fase da sua vida e não tem vergonha de falar a respeito. Mas falamos BEM mais do que isso. Porque a Amanda também é BEM mais do que isso.
Falamos muito sobre teatro. Sobre a entrega do ator, sobre as dificuldades de se tirar uma peça do papel, sobre como é foda correr atrás de patrocinadores, sobre a preparação para cantar e atuar ao mesmo tempo, sobre a rotina de cuidados com a voz… E sobre como este tipo de trabalho artístico pode ser, em certo ponto, bastante parecido com o nosso, de produção de conteúdo.
Ah é, falamos, claro, do novo musical estrelado por ela e que está em cartaz nos palcos de São Paulo: O Primeiro Musical a Gente Nunca Esquece, todo embalado ao som de jingles publicitários clássicos (sim, tem aquele da pipoca e do guaraná).
Com Borbs, Renan Martins Frade, Thiago Cardim e a gloriosa e dançante presença de Tayra, integrante das primeiras gerações deste PoOOoOooODCAST!

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Thunder Rádio Show #79 Kiko Zambianchi

Rolam as pedras no TRS da semana, e Kiko Zambianchi dá as caras para fazer música ao vivo e bater um papo do bom com Luiz Thunderbird e Leandro Iamin!

Dos Festivais no interior ao acústico com o Capital Inicial, de Carolina Ferraz ao Santos FC, de Hey Jude aos Primeiros Erros, e mais Charlie Garcia, a filha que também é música e muitas histórias de carreira e de vida estiveram nesta hora salpicada com violão e voz ao vivo e risadas a granel.

Clique abaixo, faça o download e ouça mais este saboroso podcast!

 

 

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Visibilidade para o Futebol Feminino EP.6 – Conhecer para Reconhecer

O sexto episódio da websérie sobre futebol feminino, intitulado Reconhecer para Conhecer, traz as entrevistas da ginecologista e obstetra Dra. Ruth Fiovaranti Gimenez, da ex-jogadora Dani Alves e da pesquisadora e co-curadora da exposição Visibilidade para o Futebol Feminino, Silvana Goellner.

Realização: Museu do Futebol
Parceria: Centro de Memória do Esporte da UFRGS e Central 3

Créditos:
câmera: Cauê Gruber
entrevistas: Aira Bonfim
produção: Paulo Junior
edição: Bruno Graziano e Paulo Junior

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