Copa C3 | Dia 12, o inferno será televisionado

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Dia 12 – O inferno será televisionado

por Gabriel Brito

Rússia 0 x 3 Uruguai – Celeste cumpre; Rússia volta ao normal

Mais uma segunda-feira iniciada com Copa, agora para começar a definir o mata-mata, o terceiro quarto dos 64 jogos e aquela contagem regressiva que vai rondando a cabeça.

Depois de duas partidinhas pra lá de econômicas, pra não dizer medíocres, eis que o Uruguai resolve acabar com a graça da Rússia, que por sua vez parece ter voltado ao estado anterior à Copa, isto é, time ruim e sem recursos.

Com importantes alterações do lado Celeste, Tabarez arredondou o time, com uma linha de 3 que pode se tornar 4 atrás a qualquer momento, assim como um meio campo que pode ganhar um jogador a mais, conforme a partida permita.

Com Cáceres e Nandez a cuidar do lado direito, o bom Cheryshev foi anulado. Após o 2-0, o técnico Cherchesov pareceu conformado e tirou seu canhoto artilheiro ainda antes do intervalo.

Depois também sacou o amarelado Gazinskiy e o que vimos foi um time precário em todos os aspectos, inclusive físico – o que talvez explique a capitulação do treinador.

À vontade, o Uruguai tratou de “foguear” seus garotos e trabalhar por um gol de Cavani, que custou, mas chegou, já na hora final.

Inesperado atropelo da equipe que já é a melhor sul-americana da primeira fase. E ponto para o Maestro, que parece ter achado o time ideal para o duro confronto com os campeões europeus.

Arábia Saudita 2 x 1 Egito – Pelada com castigo para o craque

Completando o grupo numa partida que só não foi ignorada pela presença de Salah, vimos um encontro entre dois times árabes que jogaram pela honra.

Salah, que de fato jogou essa Copa com “meia perna”, ou braço, sobra demais tecnicamente; fez um belo gol e cada toque seu na bola era um colírio. Mas o Egito precisa melhorar, e muito.

Valeu pelo pênalti defendido por El Hadary, goleiro de 45 anos que ganhou um belo presente de Hector Cuper.

Do lado saudita, que vivia seu primeiro dia sob o direito feminino de dirigir um carro, informação grotescamente sonegada pelas transmissões, uma vitória que contou com a ajuda de Wilmar Roldan, que conseguiu ver o segundo pênalti para o time dos príncipes.

A pelada foi divertida no primeiro tempo e pra lá de tosca no segundo, com erros e fraquezas de todos os lados. No último lance, gol saudita para castigar de vez o melhor jogador do mundo na temporada.

E como é seletivo o “feminismo” da nossa mídia branquinha e liberal. Haja saco pra aguentar rapazes sem o menor estofo deitar falação sobre questões que vão muito além de suas acomodadas visões de mundo.

Espanha 2 x 2 Marrocos – A fúria não é mais aquela

Se teve um grupo que mereceu a TV num jogo e o computador noutro, foi o B, onde os ibéricos se classificaram, mas levaram pra casa autênticas aulas de entrega e alma em campo.

Uma pena que tenha faltado um pouco de camisa e, claro, qualidade técnica, tanto a Marrocos como a Irã.

Mais uma vez, a Espanha não apresentou metade do que se alardeia nas transmissões viciadas nas mesmas noções de sempre, onde não há a menor ousadia nos analistas entupidos de dados e mapas de calor.

Só vão falar quando e se a Fúria dançar: mas o tiki taka é só uma sombra, um resquício que de vez em quando se manifesta; Iniesta não tem condição de liderar um time para buscar outra taça do mundo a essa altura da carreira; o time se defende mal demais, sempre lento na recomposição e disperso na marcação mesmo quando todo posicionado.

De positivo, ficam as atuações de Isco, o mais inspirado do time ao lado de Diego Costa, e Aspas, que mostrou um pouco do sangue que às vezes falta aos bons moços de topete e barba de salão que vestem a camisa vermelha.

A ver o que o confronto com a Rússia nos traz.

Quanto ao Marrocos, cumpriu a expectativa de jogar por muito mais que uma ordem da tabela. Time e torcida viveram o jogo a pleno. E há bons jogadores, como Amrabat e Bellhanda, além de uma escola de futebol que sempre agradou. Ah, se não fosse o gol contra que deu a vitória ao Irã aos 50 do segundo tempo…

Portugal 1 x 1 Irã – Alma

No jogo que prometia ser o mais emocionante do dia, expectativas cumpridas com louvores.

Se por um lado Luís Carlos Junior jamais nominou Marielle Franco em suas locuções, ficamos cansados de vê-lo expressar sua preocupação com o direito de as mulheres iranianas irem ao estádio. Tá “certo”.

Mas vamos falar do jogo, porque não podemos esperar nada de uma mídia que cobre a Copa na Rússia e não fala uma palavra sobre a revolução mais emblemática da história da humanidade, a não ser que seja para mentir e distorcer sobre suas circunstâncias e motivações. Melhor que fiquem quietos no fim das contas.

Em campo, um dos embates marcantes desta Copa e o jogo que mais coloca sob questão o uso do vídeo.

Basicamente, reitero o que já foi colocado neste diário: o VAR precisa deixar o lance interpretativo de lado e analisar apenas aquilo que é inequívoco.

Com um adendo: a decisão poderia ficar apenas na mão do quarto árbitro. O juiz de campo precisa ser poupado da via crúcis de parar o jogo, ir na telinha e, enquanto o mundo suspende a respiração, tomar uma decisão que mudará os rumos do jogo.

Do jeito que está, a histeria em torno das polêmicas de arbitragem seguirá rigorosamente igual. E mais: se todas as decisões do árbitro Enrique Cáceres tivessem ficado tal como em seu primeiro juízo, estaria tudo bem, não teríamos nenhuma sensação de injustiça.

O problema, no entanto, é que a sede de justiça e perfeição são uma praga do futebol que alguns chamamos de moderno. Midiático, filmado e falado por todos os ângulos possíveis, perdemos a noção de que, neste sentido, ainda é só um jogo. Não existe para cumprir tratados por linhas retas ou satisfazer nossos variados sensos de justiça. Demasiado humano para ser controlado por manuais ou tecnologia, por melhores que sejam as intenções.

Em campo, Portugal optou por uma formação mais combativa. Se Quaresma justificou tomar a posição do jovem Bernardo com experiência e um golaço, Moutinho faz muita falta no meio campo, ainda que seja menos combativo que seu substituto.

O Irã mais uma vez pôs em campo tudo aquilo que aprendemos a relacionar ao futebol para além de pranchetas, tanto por meio dos atletas como da torcida.

O gol perdido por Taremi aos 48 do segundo tempo, após empate aos 45, seguido das cenas de dor de time e torcida já estão entre as grandes imagens da Copa.

Ainda se joga e vive futebol para além do molde de plástico em que a Europa o enjaulou. Teria sido lindo demais os dois azarões avançarem de fase.

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