Destroyers

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Por Leandro Paulo

No último final de semana, o Boavista FC foi comandado por outro ídolo dos anos de glória da equipa de Ramalde. Após a saída do franco-português Petit – que havia retornado ao clube em 2012 – o boliviano Erwin Sánchez estreou com derrota por 3 a 2 na visita ao Arouca, na luta contra um novo rebaixamento.

Em sua volta ao Estádio do Bessa XXI, o Platini da Bolívia encontra os axedrezados em situação melhor – apesar da incômoda 16ª colocação com apenas 9 pontos conquistados, o Pantera teve de jogar a Liga de Honra na temporada 2008/9 por conta do envolvimento de seus dirigentes no escândalo Apito Final, sendo rebaixado para a II Divisão B –  do que o time que o revelou.

O Club Destroyers foi fundado em 14 de setembro de 1948 na cidade de Santa Cruz de la Sierra por um grupo de amigos que frequentavam as regiões do mercado Los Pozos, do Parque El Arenal, da igreja San Francisco e das ruas Murillo e Charcas no bairro popular La Máquina Vieja. Essa comunidade foi formada no início da década de 40 após a doação de lotes para os ex-combatentes da Guerra do Chaco (1932-1935) que passavam por dificuldades financeiras ou com problemas de saúde.

O nome escolhido para a nova entidade esportiva era alusivo à Segunda Guerra Mundial, por sugestão de um dos fundadores que foi ao cinema e ficou impressionado com as façanhas do navio homônimo.

Dois anos antes o Club Blooming havia se formado na calle Independencia, no centro de Santa Cruz. Essas duas equipes faziam o grande clássico da cidade. Nessa época, a torcida albicelete apelidou os seus pares aurinegros de cuchuquis (algo como os “sujos”) acirrando ainda mais a rivalidade entre as classes sociais. Na década seguinte, surgiu o Oriente Petrolero, em 1955, para completar o trio de ferro da Asociación Cruceña de Fútbol.

Os canarios dominaram a liga local em meados da década de 1960, com a conquista do bicampeonato em 1965-66 justamente quando o futebol se profissionalizou em Santa Cruz. Além dos bolivianos Chiqui Herrera, Meilton Rosales e Tito Melgar, destacavam-se no plantel cuchuqui o brasileiro Gérson e os paraguaios Dionisio Amarilla, Eladio Nuñez e Juan Medina.

1965

Em 1973, debutava com apenas 15 anos o maior jogador da história do clube; Erwin Romero. Chichi jogou apenas duas temporadas pela Máquina Vieja, sendo transferido para o Oriente Petrolero, pois o clube já começava a enfrentar sua primeira crise.

Com a criação da Liga del Fútbol Profesional Boliviano, em 1977, os clubes cruceños subiram o Altiplano para desafiar as equipes de Cochabamba, La Paz, Oruro, Potosí e Sucre. Contudo, os investidores da cidade passaram a apoiar apenas Blooming e Oriente Petrolero, já que o Destroyers era fiel ao antigo formato da ACF e acabou sendo “rebaixado” pela LFPB.

Foi somente em 1984, que o clube conseguiu o acesso à Primera, sob o comando de Miguel Oliva. A base de La Verde para as Eliminatórias do Mundial de 1986 era formada por jogadores bloominguistas, atuais campeões, sendo assim os aurinegros não mediram esforços para se igualar aos rivais em sua estreia na elite do futebol boliviano.

A primeira incorporação foi o repatriado Carlos Aragonés, que jogou de 1981 a 84 no Palmeiras e estava defendendo o Coritiba que seria o campeão brasileiro daquele ano, depois contrataram Federico Justiniano, destaque do Guabirá, e foram buscar na Argentina o goleiro Carlos Trucco, com passagens por Unión de Santa Fé, Vélez Sarzfield e Estudiantes de Río Cuarto. Contudo, foi nas categorias de base que o Destroyers completou o seu esquadrão com as revelações do já citado Erwin Sánchez, Marco Antonio Etcheverry e Mauricio Ramos.

Destroyers

Em 1988, o clube chegou às semifinais do campeonato graças ao talento do Trio de Oro, que seriam a espinha dorsal da equipe que classificaria La Verde à Copa do Mundo de 1994, após 44 anos de espera. O então campeão Bolívar contratou primeiro Platini e depois El Diablo, enquanto Tapera seguiu no clube até 1993.

Mesmo perdendo as suas maiores revelações, o Destroyers se manteve entre os grandes até o final da década. No começo dos anos 2000 retornou às competições da ACF, agora etapa classificatória para o Nacional B, objetivo alcançado em 2004 mas que foi seguido de novo descenso em 2007.

Em maio de 2012, as arquibancadas do Estádio Ramón Tahuichi Aguilera ficaram mais vazias com a morte do torcedor-símbolo Mario Frías Lijerón, mais conhecido como Fusil, um símbolo cultural e turístico da cidade, pois era o engraxate mais disputado da Plaza 24 de Septiembre.

Fusil

Na temporada passada, conseguiu chegar à fase final, com a volta de Federico Justiniano (agora na casamata), mas terminou o hexagonal na penúltima colocação.Já na última eliminatória regional não conseguiu se classificar, perdendo a vaga departamental para o Guabirá e ainda viu o surpreendente Royal Pari garantir a vaga após vencer a Copa Bolívia de 2015.

Enquanto o futebol moderno domina o cenário mundial, hei de torcer para que a ternura de Fusil abençoe o ressurgimento do Destroyers, clube que espalhou apenas amor e carinho em suas batalhas.

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