EDUARDO COUDET E A PRESSÃO

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Por Leandro Iamin

“Sostener! Sostener! Sostener!”.

Essa palavra marcou o futebol gaúcho em 2020. Eduardo Coudet, de passagem breve e cativante pelo Internacional, cansou de, à beira do campo, pedir para seus jogadores sustentarem o ritmo intenso de marcação e pressão que ele exige. O lembrete constante e a preferência por um futebol elétrico o fez até usar pouquíssimo D´Alessandro, ídolo do clube e amigo do técnico do tempo em que eram ambos atletas. O camisa 10 já não conseguia “sostener”.

Em entrevista para a Betway, casa online de apostas, publicada no começo de abril, Coudet fez pertinente observação: embora haja pouco contato físico em relação a outras ligas, o jogador brasileiro é fisicamente mais forte do que a média (a entrevista completa pode ser vista neste link).

O treino de força é levado mais a sério aqui do que percebemos. E isso, em tese, casa perfeitamente com seu desejo de um jogo com muita intensidade. Coudet, na mesma entrevista, também reputou ao jogador brasileiro capacidade técnica maior do que ele vê em seu país, por exemplo. Assim, baseado em força física, velocidade e dote técnico, ele enxerga aqui um futebol equilibrado e imprevisível. Interessante ponto de vista.

Sobretudo porque não é o jeito com o qual estamos acostumados a ser tratados. Ainda no Brasil, Coudet, após poucos jogos no Inter, havia declarado estar assustado com a média de altura dos times gaúchos. Coudet, 10 meses depois de chegar, partiu com o Inter na liderança e fez parte, portanto, da construção que levou o Colorado a sonhar com a taça até o último minuto do último jogo. Como atleta, Coudet foi um volante de bastante pegada, muito identificado com as camisas que vestiu, notadamente as de River Plate e Rosário Central. Uma prova de que o futebol que hoje ele pensa racionalmente um dia já fez parte de seu instinto mais apaixonado.

Seja como for o caminho que o atleta, hoje técnico, trilhou na carreira dentro do jogo, é sempre interessante observar como alguém com passagens por México, Brasil e Espanha, três destinos com temperos esportivos distintos e exigências particulares, conseguiu dar, em pouco tempo como técnico, uma cara para o próprio estilo. É detectável a capacidade de observação de Coudet para os diferentes jogos praticados em diferentes destinos, tão quanto conseguimos apontar com alguma facilidade quando as ideias primordiais de Coudet estão aplicadas em um time em campo.

Serve para lembrarmos que o técnico hoje não é uma ilha. Interromper o seu trabalho é comprometer um sistema que envolve mais pessoas. cada diagnóstico que Coudet teve do futebol do Brasil esteve amparado em estudos de uma equipe que reforçava ou desmentia as percepções que ele tinha.

O futebol está unido aos dados, as estatísticas fazem parte do estudo e do entretenimento esportivo, e, embora seja importante, não são apenas os gritos de “sostener!” na beira do campo que resultam no “estilo Coudet” de jogar futebol. Um time de futebol é uma construção de longo prazo.

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