Portão 17

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No próximo dia 21, completam-se 4 anos do acidente que mudou a vida do meu pai. Era apenas uma cirurgia de revascularização, mas uma complicação durante a operação gerou uma série de micro coágulos no cérebro, que afetaram a coordenação motora do seu Zeca.

Foram dois meses de internação no Incor e uma nova etapa para a família Pinto. Neste período, acompanhamos muitas partidas de futebol, seja pelo rádio ou televisão, passatempo que ajudava a amenizar a situação. Após a alta médica, meu velho foi apresentado a uma nova companheira: a cadeira de rodas.

E fomos aprendendo com ele como é difícil o cotidiano de um cadeirante em São Paulo, metrópole que carece de acessibilidade em diversos espaços, sejam eles públicos ou particulares.

Pouco a pouco meu pai foi superando obstáculos e conhecendo a sua cidade adotiva a partir de uma nova perspectiva. E no último sábado nos preparamos para visitar o setor destinado aos Portadores de Necessidades Especiais do Estádio do Morumbi, localizado no portão 17, para assistir ao jogo entre São Paulo e Internacional, nossos times de coração – duelo que inclusive fez com que não nos falássemos por mais de uma semana em meados de agosto de 2006.

Seu Pinto

Coincidentemente, foi o mesmo portão em que atravessamos quando meu pai me levou pela primeira vez ao Estádio Cícero Pompeu de Toledo, na fatídica final da Copa Libertadores da América de 1994.

Prevendo os percalços que enfrentaríamos, entrei em contato com o programa Sócio Torcedor, do qual eu sou membro, por chat, e-mail e telefone para garantir o nosso acesso, mas fui surpreendido negativamente pelo atendimento do clube, motivo do meu desabafo na última edição do Futebol Urgente.

Não desanimamos e fomos à cancha. E o único aborrecimento foi com a calçada esburacada da avenida Giovani Gronchi. Enquanto esperávamos para comprar o meu ingresso de acompanhante – o público PNE tem entrada gratuita, além de um lanche de cortesia – fomos abordados por um diretor do SPFC que nos acompanhou até um camarote, no anel inferior à esquerda das cabines de rádio. Com o perdão do trocadilho, meu velho “estava mais feliz do que pinto no lixo” e confessava para todos são-paulinos que o abordavam gentilmente da sua predileção pelo adversário daquela noite.

Como chegamos com certa antecedência, ele foi relembrando de momentos históricos que presenciou das arquibancadas: como a inauguração do Beira-Rio, viajando com três amigos mais de 500km até Porto Alegre; o gol iluminado de Don Elías Figueroa; a tabela de cabeça entre Escurinho e Falcão, resultando no gol deste; ou mesmo a referida partida de volta diante do Vélez Sarzfield, quando retornamos às 5h da manhã para casa, após a derrota nos pênaltis, em meio a uma multidão desconsolada.

A vitória por 2 a 0 para os donos da casa foi a 14ª vez em que testemunhei coloradores e tricolores in loco – grande parte delas acompanhado do seu Zeca, sempre torcendo pelo empate que (in)felizmente não veio.

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