Romário saiu do Barça pra estrelar o centenário do Mengão
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Romário saiu do Barça pra estrelar o centenário do Mengão
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Por Célio Bruns Jr.
Osmane Washington Viana, o Mineiro, começou sua carreira no Força Esporte Clube, de São Paulo, passou por várias equipes do futebol paulista, com destaque para Guarani e Santo André, além dos paranaenses Cascavel e Cianorte.
Sua primeira passagem por Santa Catarina foi no Marcílio Dias, em 2013, e ao rubro anil de Itajaí duas temporadas depois, quando disputou a Primeira Divisão do Campeonato Catarinense.
No segundo semestre do ano passado, chegou ao time que o consagraria como Herói. Mineiro foi chamado para defender o Brusque Futebol Clube na Série B. Após um rebaixamento traumático, o Bruscão tinha a obrigação de conquistar o acesso e retornar o quanto antes à elite catarinense. Os quadricolores passaram por maus bocados durante boa parte da competição, mas após a chegada de Mauro Ovelha, engataram uma série de vitórias sagrando-se campeões.
Mineiro foi peça fundamental no acesso do Marreco. Mesmo se lesionando a poucas rodadas do final, entrou para a seleção do certame. Com méritos, teve seu contrato renovado para disputar a o CATARINÃO, mesmo ficando meses no estaleiro. Perdeu espaço no time titular, porém nunca me escondeu a sua vontade de entrar em campo e ajudar o clube.
Jogador voluntarioso na marcação, acabou tomando o terceiro cartão amarelo na traumática derrota para o Camboriú pela quarta rodada do returno. Estava suspenso para o jogo da próxima rodada contra a favorita Chapecoense, em Chapecó. Em plena Sexta-Feira Santa, enquanto o time já estava no oeste de Santa Catarina, Mineiro foi aprimorar a forma física, por vontade própria, no Estádio Augusto Bauer, onde o Brusque manda seus jogos, desde sua fundação, em 1987.
Estacionou o seu carro, nos arredores da cancha, quando viu uma multidão às margens do rio Itajaí Mirim. Um casal havia sofrido um acidente automobilístico, caindo nas águas barrentas e foram arrastados pela correnteza. Foi aí que o volante fez o que seria o maior gol da sua carreira, nas palavras do mesmo. Sem pensar duas vezes, mergulhou no rio e com o auxílio de um surfista, salvou o homem. A mulher, segundo o seu relato, conseguiu se segurar na vegetação lateral, ficando à salvo. O feito de Mineiro foi muito exaltado pela imprensa local e logo ganhou repercussão nacional.
No dia seguinte, em Chapecó, os seus companheiros entusiasmados com o heroísmo abriram 3 a 0 nos 45 minutos inciais diante da Chape em plena Arena Condá. Na etapa final, a pressão dos mandantes foi grande e o Brusque cedeu o empate. O Bruscão é o principal candidato para conquistar a primeira vaga catarinense para a Série D do Brasileirão. Com 19 pontos, se mantém a frente de Inter de Lages (16), Metropolitano (16), Camboriú (14) e Guarani de Palhoça (8), restando 4 partidas. Se o time manter o bom aproveitamento em casa, deve carimbar seu retorno a uma competição nacional, que dependendo de uma combinação de resultados pode chegar na próxima rodada, quando recebe o desinteressado Avaí.
Cada uno carga con su alma y con su cruz
para dar batalla en las tormentas.
Cada uno carga con las sombras y la luz,
tras de los espejos que se enfrentan
Foram 640 dias sem poder vestir a camisa celeste. Luis Suárez recebeu uma pena maior do que qualquer cartola até o momento, carregando uma cruz pesada até esta Sexta-Feira da Paixão. Finalmente ele poderia defender o Uruguai oficialmente, após a mordida em Chiellini nas Arena das Dunas, em Natal. O panorama não era dos melhores para a seleção uruguaia. Todos os titulares da zaga estavam contundidos e Óscar Tabárez teve que lançar mão de veteranos que haviam perdido espaço no Proceso, casos de Jorge Fucile e Mauricio Victorino.
E com menos de 1 minuto jogados na Arena Pernambuco, o Brasil abriu o placar em cruzamento despretensioso de William que passou por Sebástian Coates, Álvaro Pereira, Fernandinho, Matías Vecino, Victorino e encontrou Douglas Costa, que se livrou de Fucile para colocar os locais em vantagem.Renato Augusto ampliou a vantagem 25 minutos depois, ao contar com a ajuda de Palito Pereira, após bola enfiada por Neymar, dando uma falsa impressão de superioridade da seleção brasileira.
Y en la brevedad, de la eternidad
cada hombre elije su destino.
Justo en el umbral, donde el bien y el mal
echan a la suerte los caminos
A reação uruguaia veio justamente de um cruzamento do camisa 6, que encontrou Carlos Sánchez livre na área adversária que cabeceou para trás, ajeitando para Edinson Cavani que finalizou de sem pulo, sem chances para Alisson.
El Maestro Tabárez sacou o inoperante Cebolla Rodríguez no intervalo que deu lugar para Álvaro González, tentando levar ao menos um ponto para Montevideo. E mais uma vez o ex-lateral do São Paulo FC construiu uma jogada de gol, ao tocar nas costas de Miranda para a chegada de Suárez antes da chegada de David Luiz. A lo Uruguay para delírio dos cerca de 2 mil uruguaios presentes em São Lourenço da Mata.
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AMIZADE, CENA MUSICAL LATINO-AMERICANA E CRÍTICAS AO FUTEBOL NEGÓCIO
Guilherme Miranda trouxe ao Estúdio Sócrates Brasileiro a baterista Camila e o guitarrista/vocalista Cabeza da Antibanda, representando o SteeetPunk do Uruguai. Em mais uma visita ao Brasil, a dupla falou sobre a Amistad Tour e demais viagens pela Pátria Grande, as desilusões com o futebol e outras misérias do homem.
Em ritmo de Copa do Mundo, também divulgamos o novo sencillo dos amigos do Tr3s de Corazón em homenagem à seleção colombiana.
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ATENTADOS NA BÉLGICA E USO POLÍTICO DO ITAMARATY
É feriado? É. Tem podcast do Xadrez Verbal? Tem. Gravado na sexta-feira mesmo! No programa de hoje um longo e ótimo papo com Ariel Palacios, jornalista diretamente de Buenos Aires. Economia, Mauricio Macri, MERCOSUL, Obama tanto na Argentina quanto em Cuba e muitas dicas culturais do nosso convidado.
Também falamos da situação brasileira, especialmente os telegramas do Itamaraty e a repercussão internacional e regional da crise política no Brasil. Afinal, a comunidade internacional é uma saída para esse cenário de crise? Poderia ser.
Finalmente, os atentados na Bélgica, com relato direto de um ouvinte sobre como foi o dia em Bruxelas. Colômbia, o Oriente e a Síria são alguns dos temas dos Giros de Notícias. Um Menino Neymar honorário e muitos aniversários de independências nacionais no quadro Semana na História fecham o programa.
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Por Gil Luiz Mendes, do Baião de Dois
A notícia chegou no Loteamento São Francisco não se sabe como: “Vai dar pra ver o treino do Brasil”. E antes de um toque de pálpebras, os pirralhos largaram a bola no meio da rua, calçaram os chinelos que serviam como traves e correram para a vizinha Arena Pernambuco.
Suada da pelada na rua, a camisa azul grená estampava em amarelo o número 11 nas costas de um franzino menino que pela primeira entrava no estádio da Copa do Mundo, que tem nome de cerveja e foi feita pela aquela empresa que tem o nome falado todos os dias na televisão. Papai Noel atrasou exatos três meses. Conhecer Neymar era presente que ele tinha pedido, mas que pensava que nunca ia se realizar.
E tome cotovelada, peteleco na orelha, puxão de cabelo. Tudo para ficar mais perto do gramado. Tudo para ficar espremido na mureta. “Olha ele ali”. “Aonde? Tá de colete?” “Não, tá sem. Vai pegar na bola agora”. “Eita! Neymaaaar, Neymaaaaar, Neymaaaaarr”. E nada do jogador do Barcelona e dezenas de tatuagens olhar para as arquibancadas. “Ele tá muito longe, grita para David Luiz que ele tá mais perto”. “David Luiiiiiiiiiiiiiiiz! Aqui ó!”. “O cabelo tá em cima do ouvido”. Risadas nas cadeiras vermelhas.
O passeio estava divertido. Os caras do videogame e da televisão são reais, estavam perto daquela molecada, que viu a casa de alguns vizinhos serem derrubadas para as obras da Copa, afinal, tinha que ser feita uma avenida para chegar no estádio. Durante o Mundial o trânsito foi grande, hoje em dia de vez em quando passa um carro. Quando passa, é a hora que a pelada para, que o carro siga sua viagem.
Não demorou para a alegria dar lugar a revolta. “Por que aqueles meninos do cabelo liso estão dentro do campo? Ei, Neymar tá autografando a camisa dele. Eu também quero”. “Devem ser filhos dos gerentes da empresa que construiu isso aqui”. “Filhos da puta”.
Os histéricos gritos com o nome dos jogadores deram lugar para cânticos mais criativos. “Ah, é sete a um! Ah, é sete a um!” Acabou o treino e lá se vão todos os jogadores para o vestiário sem um único aceno para a torcida. O Brasil saiu de campo vaiado. Os três garotos deram as costas para o gramado e correram. Nem viram que William e David Luiz, talvez comovidos pela Semana Santa, se compadeceram e voltaram para assinar algumas camisas e tocar a mão dos que estavam na arquibancada. No caminho de casa, uma certeza: Neymar é mais legal no videogame..
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31 de março (ou, mais precisamente, a madrugada de 1o de abril) marca 52 anos do golpe militar de 1964, apoiado por parte da elite econômica civil. Coincidência ou não, os 21 tenebrosos anos da Ditadura também foram o auge da MPB.
Muita coisa do que entrou pra história ali você já conhece e já cansou de ouvir. Então esta edição do Travessia traz, em sua maioria, canções que fazem parte dessa história e que são menos famosas, mas não menos importantes no contexto, em ordem cronológica:
– Sidney Miller e Nara Leão
– Paulinho da Viola, na canção que dizia tudo sem nada dizer.
– Jards Macalé, que falava do medo vigente através dos quadrinhos
– Os Incríveis e a canção oficial da Ditadura, que fez Dom e Ravel morrerem na pobreza e ostracismo.
– MPB4 e o Pesadelo de Maurício Tapajoz e Paulo Cesar Pinheiro, a canção que inspirava a Guerrilha do Araguaia
– As curiosidades de “Cálice”, a canção marcante do período feita por Chico Buarque e Gilberto Gil.
– A revolução estética e a mensagem política do Secos & Molhados, que chocou a direita e a esquerda.
– Odair José, o cantor que incomodou o governo (e até a Igreja!) por incentivar as domésticas a não aderir a campanha de natalidade.
– Luiz Ayrão e o sambão que propunha o divórcio com a ditadura na época da promulgação da Lei do Divórcio no Brasil.
– Já na redemocratização, Quarteto em Cy recupera a primeira encrenca de Chico Buarque com a censura: a canção que retrata o mendigo dialogando com o patrono da Marinha na desvalorizada moeda de um cruzeiro.
A Puma patrocinou Pelé quando esse negócio de fazer negócio engatinhava. Décadas depois, pagou Maradona para usar suas chuteiras e camisas. Entre um e outro mito, fechou contrato com Cruyff, compositor de outros mitos, nem todos digeridos ainda por um futebol mais difícil do que parece – e do que ele dizia ser – de se entender.
1974, Havelange eleito para um século de mandato com uma candidatura musculosa turbinada pela aliança da Adidas com tudo que se movia e parecia ser situação, ou oposição, qualquer coisa que a colocasse como marca oficial de uma – digamos assim – Nova Fifa, aberta ao mercado e desapegada de certas tradições. O tecido das três listras conquistou a adesão esportiva e a lealdade política de continentes inteiros, mas a família Dassler preferiu não entrar em dividida com Cruyff, indisposto a grandes concessões ideológicas dentro e fora de campo.
Leal à marca e à graça de sua chuteira, sofreu com questões morais na Copa seguinte, em 1978, e dela se retirou. O ruído da época: a ditadura militar argentina o desmotivou. Trinta anos depois, na época em que sua língua virou faca afiada, alegou questões familiares de segurança. O fato é que sua personalidade desagradou, agora, também a Puma, sem sua maior estrela na maior competição. Portas fechadas, manobra rumo aos Estados Unidos, menos dinheiro, menos prestígio, motivos intactos: Cruyff é, dentre os gênios da bola, o mais capaz de preservar suas convicções, de se propor prejuízos, narizes torcidos, portas fechadas. Nunca lhe faltou a prata para o cigarro.
De modo que Cruyff, se não dividiu águas, serviu de ponte técnica, tática, mas não ideológica, que ligou duas épocas do futebol. Então tantas vezes o espetáculo é bárbaro, os rabiscos táticos desafiam e encantam, tem craque na cancha mas falta alguma coisa de ideia, de proposta, de peito e prejuízo, algo que chamam vulgarmente de alma, naquela dança toda. O inevitável embrutecimento físico da espécie podia ter absorvido um pouco mais de Cruyff e a rotina deliciosa dos astros do novo século nada entendeu sobre dizer não quando é não o que está na ponta da língua.
Do lado de cá da ponte, acham a Copa de 70 um tédio lento e previsível. No outro lado debocham, com dentaduras, desta pressa medrosa e desta arrogância de achar que, só por ser mais “intenso”, o velhíssimo é o novo. Cruyff foi a transição artística na hora exata para ser ao mesmo tempo metáfora de um futebol que mudava na grama e nas salas acarpetadas, de um mundo que mudava nas ruas e nas telas, de uma série de coisas que deveriam ser mais simples, sim e não, quero e não quero, vou e não vou.
Uma revista Placar nos anos 90, Os 100 Craques do Século, uma criança, eu. Em primeiro, Pelé, meia-atacante. Em segundo, Maradona, meia. Em terceiro, Cruyff, todas, menos o gol. Não entendi nada.
Morreu o mais inventivo futebolista da história, alguém cuja forma de ver e pensar o jogo – como atleta, treinador ou crítico – foi por vezes um raro respiro em seus pitacos sobre o empobrecido futebol brasileiro.
Eu nunca pagaria uma entrada para assistir a um jogo dessa seleção, falou sobre a equipe de Dunga, em 2010. Olho para esse time e lembro-me de pessoas como Gerson, Tostão, Falcão, Zico ou Sócrates. Agora, só vejo Gilberto, (Felipe) Melo, (Michel) Bastos, Julio Baptista.
O defensor Marinho Peres, parceiro dele no Barcelona, contou certa vez que Cruyff lhe disse: pode subir que eu te cubro. Mas eu sou zagueiro, pô. Pode subir, vai confundir os caras, você sabe jogar na frente também.
Olha o nível. E a gente parece seguir sem entender. Volante moderno, ele foi. Falso nove, ele foi. Falso ponta, também. Box-to-box, tsc, faz tempo. Mas seguimos tratando tudo como o novo, talvez por não o alcançarmos. O meio-campista moderno é o que marca e sai para o jogo. E o Falcão? O ponta moderno precisa voltar e acompanhar o lateral. E o Zagallo? E para todas, todas análises, e o Cruyff?
A obra de holandês é um clássico, e nem o termo Futebol Total colocado à seleção holandesa parece ser suficiente. Um gênio que desfrutou ao máximo as possibilidades da arte, cujo impacto deveria ser irreversível, ainda que, para cada Cruyff, há uma fila de trocentos Dungas. Sigamos.
https://www.youtube.com/watch?v=OrRw9L-l3U0
Por Marcelo Mendez
Para que amigo leitor entenda da época que abordamos se faz necessário apresentar o contexto no qual a Taça Atlântico foi realizada. Estamos, portanto em 1976. O torneio em questão, inicialmente disputado por Argentina, Brasil e Uruguai em 1956 e quatro anos depois com o convite ao Paraguai, foi reeditada entre fevereiro a abril daquele triste ano, quando os quatro países envolvidos eram comandados pelos milicos.
Na primeira rodada, a grande novidade era a estreia de Zico pela seleção principal, mas o pau cantou feio na vitória brasileira em pleno Centenário. Nelinho e Rivellino foram expulsos do lado de cá e Nil Chagas, saiu pelo lado uruguaio. Do pouco que se viu de futebol, La Celeste abriu o marcador com Juan Carlos Ocampo e depois disso, foi a vez do goleiro Héctor Santos descobrir as magias de dois dos maiores batedores de falta aqui das nossas terras; o Galinho de Quintino e Nelinho. O lateral cruzeirense empatou com um petardo de mil curvas, e o camisa 10 da Gávea virou o jogo com um cartão de apresentação clássico, uma cobrança de falta no trinco, deixando o gosto da derrota entalada na garganta dos orientales.
Em se tratando de panorama ludopédico os dois países estavam em situações semelhantes. Após ter cumprido um bom papel em três Mundiais consecutivos (1966-70-74) o Uruguai começava uma renovação com jogadores abaixo dos 20 anos, casos de Alfredo de los Santos e Darío Pereyra.
Já os tricampeões mundiais tinham Osvaldo Brandão como o responsável em remontar uma base para as eliminatórias que seriam disputadas no ano seguinte. Além de Nelinho e Zico, era a hora de Amaral, Eneas, Roberto Dinamite entre outros.
Os visitantes confiavam no faro do artilheiro Fernando Morena, um dos maiores centroavantes da história do Peñarol. Rápido, habilidoso, valente, e um exímio cabeceador. Enquanto que Roberto Rivellino ainda dava as cartas na seleção canarinho. O Reizinho do Parque que ao sair do Corinthians comandava a Máquina Tricolor, dispensa maiores apresentações. Mas foi ele quem protagonizou a celeuma histórica daquele final de tarde no Maracanã…
28 de abril de 1976, a Batalha do Atlântico
Como em todos os jogos onde as emoções são de verdade as coisas fervem. O jogo de ida já havia mexido com os brios das duas equipes e no Rio de Janeiro é óbvio que o clima estaria quente. Logo nos primeiros minutos, Nelson Acosta se estranhou com Gil. O ponta do Fluminense não viu a sola deixada e prometeu dar um troco que não veio através dele.
Chicão foi quem chegou a madeira com gosto em Acosta, na jogada seguinte, e como o uruguaio não era bobo e a cara do volante bigodudo do São Paulo não era lá muito boa, ele não se criou mais. Mas foi caçar assunto com Riva, que não era dos mais calmos…
A partir desse momento o jogo de nervos se intensificou, mas na bola o Brasil errou em uma saída da defesa e Julio César Giménez, esperto, se antecipa a Chicão e mete a bola para Daniel Torres, que de canhota acerta um chute no ângulo do goleiro Jairo!
E sempre que os uruguaios marcam um gol no Maracanã voltam os fantasmas do passado e lá se foi o escrete verde-amarelo espantar um novo Maracanazo. Na saída de jogo, Marco Antônio arrisca uma descida pela esquerda e sofre falta de Chagas. Na queda do lateral, o jovem Darío Pereyra pisa no corpo caído. Começa o xarivarí!
Rivellino puxa o cabelo do então volante uruguaio e Acosta responde com um chute em Miguel, no qual o zagueiro do Fluminense começa uma troca de gentilezas. Na cobrança de falta, o próprio Marco Antonio tenta a sorte sendo defendida por Walter Corbo.
Na volta do intervalo, Brandão muda o time. Tira o bom Eneas, que não estava entendendo muito bem o jogo, e coloca Dinamite. O Brasil passava a ter uma referencia no ataque e Rivellino começa a deitar no jogo, lançando mão de todo o seu repertório de jogadas; canetas, chapéus, elásticos, resultando em um baita golaço. A virada vem pelos pés de, Zico convertendo um pênalti e com a vitória praticamente garantida Riva tira os uruguaios do sério.
No último lance do jogo, Zico enfileirou todas as camisas celestes que tinha pela frente e foi derrubado na entrada da área. Novamente os uruguaios partem para cima e no meio da confusão o meia do Fluminense fala umas groselhas para Sergio Ramírez. Após mais uma cobrança de Marco Antônio, o árbitro Romualdo Arppi Filho sopra o apito final.
No mesmo instante, Rivellino de costas não vê o lateral do Huracán Buceo se aproximado para pega-lo, quando é alertado por um jornalista. “Cuidado Riva!” e espertamente foge para o vestiário. Ramírez teria que encarar os cascudos Beto Fuscão, Neneca, Orlando Lelé e outros jogadores citados como Chicão, Gil, Jairo e Miguel na sua perseguição ao camisa 10.
Sergio Ramirez e seus companheiros apanharam dos seus pares brasileiros, além de fotógrafos e repórteres que estavam na beirada do campo. Naquela noite carioca não teve mística celeste que bastasse para segurar os brasileiros. Foi uma surra!
https://www.youtube.com/watch?v=dWFvu-p4J4w
O Brasil conquistou pela terceira vez, e de maneira invicta, a Taça do Atlântico, a qual não se sabe muito bem a serventia para fins pragmáticos. Mas com relação à história do confronto, sem duvidas é um dos mais recordados. E apesar da importância do duelo de amanhã (25/03) pelas Eliminatórias Sul-Americanas, dificilmente veremos CENAS LAMENTÁVEIS como as de 40 anos atrás.
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Edgard Scandurra é a mão canhota mais talentosa da música brasileira. Silvia Tape transborda doçura na voz. Juntos, ao vivo, na frente de Thunderbird, o casal faz um podcast para ouvir e reouvir e guardar. Muita música ao vivo, muita ideia da boa e um tanto de humor.
Ira, processo criativo, São Paulo, festivais de música, as ruas do Brasil, a Lista do Constantino, disco novo, vinil velho, televisão, meditação e um tanto mais: sobrou assunto na resenha entre Edgard, Silvia, Thunder e Iamin. Para ouvir, você sabe, é só clicar abaixo ou fazer o download.
São três canções ao vivo no capricho e um bom encontro de amigos de longa data neste podcast.