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Mais vale um ponto conquistado…

Na virada do milênio, River Plate e São Paulo mediram forças em três competições distintas, em partidas marcadas por muita polêmica. Como não lembrar da atuação do árbitro paraguaio ROBALDO Aquino no jogo de volta da final da Supercopa de 1997 ou da briga generalizada antes da disputa de pênaltis pela semifinal da Copa Sul-Americana de 2003, além da chuva de pedras no Morumbi e no Monumental antes, durante e depois das semifinais da Copa Libertadores de 2005?

Contudo, o clima de decisão ontem (10/03) pesava apenas para o lado visitante, já que uma derrota em Buenos Aires diminuiria e muito as chances de classificação do Clube da Fé, após o tropeço na estreia. E os primeiros minutos foram bastante nervosos para os tricolores, engolidos pelo ímpeto do atual campeão, que quase abriram o marcador aos 5 minutos, em mais uma bobeada da zaga são-paulina em cobrança de escanteio. No lance seguinte, em boa jogada individual, Lucas Alario só foi parado por Dênis.

Nestas circunstâncias, causou surpresa o gol de PH Ganso, na primeiro chute à meta defendida por Marcelo Barovero, aproveitando o rebote de Diego Lugano em bola alçada por Carlinhos na cobrança de falta. Com a vantagem inesperada, os comandados por Edgardo Bauza se encontraram em campo e o meia paraense encontrou Jonathan Calleri – que disputava um Superclásico particular, tomando cartão amarelo em lance fora de jogo com Gabriel Mercado – na intermediária que acabou sendo empurrado por Leonardo Ponzio, enquanto El Trapito já havia saído da grande área, mas a infração não foi marcada pelo árbitro chileno Julio Bascuñán.

A vitória parcial durou apenas 15 minutos, quando Sebastián Driussi cobrou escanteio e Dênis se precipitou ao cortar o cruzamento sem perigo que acabou desviando na cabeça de Thiago Mendes encobrindo-o. A chance da virada veio em falha na saída de bola de Barovero – visivelmente mexido por conta de uma proposta do futebol mexicano – na qual Calleri ganhou a disputa e foi novamente atropelado, gerando muito bronca de Diego Lugano e cia.

O São Paulo voltou melhor na etapa complementar. Em lançamento de Ganso para Eugenio Mena, o lateral chileno avançou e encontrou Calleri entre dois marcadores riverplatenses, porém o chute do atacante argentino passou longe do arco. Sobrou mais uma reclamação dos são-paulinos na conta da arbitragem quando Thiago Mendes foi derrubado na área adversária, ao ser lançado por Ganso. Por sinal, esta foi a melhor partida do camisa 10 pelo clube na Copa Libertadores.

Andrés D’Alesandro, em cruzamento perigoso, e Emanuel Mammana, arrematando após jogada ensaiada de escanteio, geraram perigo para Dênis, que foi bem na intervenção dos dois lances.

O empate ficou de bom tamanho para millonarios e tricolores, que nas atuais circunstâncias valorizaram mais a boa atuação coletiva em uma cancha complicada e a confiança recuperada do que o ponto conquistado. Ambas equipes voltam à campo na próxima 4ª (16/03 às 19h30) para visitar The Strongest e Trujillanos, respectivamente.

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Travessia #08 Versão Brasileira

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Versão Brasileira: Álamo

Há canções nacionais clássicas que não são tão nacionais assim. As versões brasileiras tiveram muito espaço até os anos 70, especialmente de baladas românticas americanas, italianas e francesas. Até os grandes nomes da MPB também adaptaram músicas estrangeiras para seu público, que nem sempre descobriu a história da versão original.
É sobre elas que o Travessia desta semana vai tratar. Caio Quero e Fernando Vives garimparam dez versões brasileiras inesquecíveis e as grandes histórias por trás delas:
–16 toneladas, o sambalanço de Noriel Vilela, cujo original é um lamento folk sobre trabalho escravo numa mina do Kentucky;
— João de Barro e a versão em português da canção de Charles Chaplin que é uma das mais conhecidas em todo o planeta, aqui na voz de Jorge Aragão.
Tudo acabou, é hora de recomeçar. Caetano baianiza o blues de Bob Dylan e coloca na voz de Gal Costa — para muitos, melhor que a original.
— A reciclagem dos clássicos: Chico Buarque adapta a letra de Berthold Brecht para o malandro carioca, na voz do MPB4. E o malandro é julgado, condenado e culpado pela situação.
— Gilberto Gil traduz a repressão cantada por Bob Marley na Jamaica para o Rio de Janeiro em pleno final de Ditadura.
— Diana, a cantora que explodiu com uma versão e prometia ser a nova Wanderleia.
— “Não se vá”, de Jane & Herondy, sucesso popular absoluto no Brasil, em versão de uma canção francesa de letra sofisticada.
— Marisa Monte e a canção que a lançou nas paradas de sucesso nos anos 80, em versão de Nelson Motta para a canção italiana de Pino Danielle.
— Paralamas do Sucesso canta Fito Paez em português — um raro grupo musical brasileiro que olha para os vizinhos sul-americanos depois dos anos 40.
— “Borbulhas de Amor”, o impressionante sucesso popular de Fagner para a canção de Juan Luis Guerra, com a inusitada letra do poeta concretista Ferreira Gullar.

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Sobre James. Na verdade, sobre Bryant

Quando a bola do Heat caiu no último segundo e forçou o sétimo jogo das Finais, comemorei. Não por nada que envolvesse aquele quinteto bala de Miami, mas por ser, o jogo 7, em uma quinta-feira, 21 de junho, a chance de eu encontrar a Tamires, uma beleza febril escondida atrás de vários pássaros tatuados. O basquete era nosso assunto em comum, o jogo sete nosso pretexto ideal, e por maior que seja minha reverência ao que o San Antonio Spurs de Popovich tinha e ainda tem de alma e arte para oferecer, eu, que não tiro tanta casquinha do mundo, preciso mesmo é de romances, ainda que ligeiros, estes espanadores de pó da vida.

LeBron James mandou no jogo decisivo, ignorando as falsas dúvidas que eu e Tamires colocávamos, à mesa, em sua capacidade. O último frame da transmissão – James, camisa branca escrito “champion”, troféu na mão imensa, braços abertos, cara de “eu sou foda” – foi o ensejo para o primeiro beijo entre eu e ela, que, três anos depois, já não importa tanto assim embora seja um útil marcador de páginas da memória, final da NBA, “protestos de junho”, Copa das Confederações,  Tamires, uma coisa fortalece a lembrança da outra e quando eu for um velho cascateiro as histórias ficarão mais verossímeis.

E como funciona a memória, a gaveta de lembranças e a nostalgia de um sujeito como LeBron James? Os anos passam e ele continua, 48 minutos por noite, humilhando o lado ordinário da existência. A gente nunca vai saber o que é ser Zico e desembarcar no Galeão, ser Alex e almoçar em Istambul, ser Maradona dando rolê em Nápoles, ser este tipo de gente capaz de alcançar o nirvana pessoal ao mesmo tempo que encanta milhares e milhares, ao vivo ou em HD, criança ou homem feito, companheiro de time ou rival direto.

Uma hora, ai, acaba. Fica o legado e o diabo do vazio. Certa vez uma ex-atleta olímpica disse que não sente falta de ganhar, competir, mas do ritual de concentração, da sintonia que conseguia ter consigo mesma da pele pra dentro, algo que jamais encontrou noutra atividade da vida. É disso que se trata a vida particularmente insalubre e dolorosa de quem entrega o corpo ao esporte de altíssimo desempenho, mas quanta areia há de soterrar a mente daqueles que, sim, morrerão viciados pela competição, fogueira cuja madeira nunca é suficiente, dopados por algo que vai muito além da endorfina e que chega a ser esquizofrênico, burro, inconsequente?

[nba.com]

Tem uns caras que são, ao mesmo tempo, os mais talentosos e os mais competitivos do pedaço. Vivem em um universo inalcançável, protegidos por várias camadas, nem todas tangíveis, nem todas compreensíveis, de concessões irracionais. Se divertem em um exercício paradoxal de exigência desleal, levitam na própria perturbação, são masoquistas de si mesmos e fazem morada em um sótão em chamas, lugar alto onde ninguém pode chegar sem se queimar e, se chegassem, iriam descobrir que não se trata de um sótão e sim de um inferno.

O inferno dos semideuses do esporte, enxergado como paraíso por estes obsessivos.

De modo que esta pensata parece ser sobre LeBron James, mas é sobre Kobe Bryant. Eles se encontraram em uma quadra pela última vez nesta quinta, dia 10, em Los Angeles. Apertaram o tubo da pasta de dentes até onde foi possível, competiram com a fome e a arte que lhes cabe, em uma espécie de código Morse que a gente até vê, ouve, mas não capta por inteiro, uma coisa só deles, particular, um borrão em HD, o tal do relâmpago da eternidade rachando a quadra e separando dois caras que sentirão falta um do outro, e mesmo que o mundo tenha, trinta minutos após o estouro do cronômetro, mais de dez mil fotos do encontro, quem pode realmente entendê-lo?

Qual o quê, que a minha vida é só um peidinho e sequer tirei, nos meses que se seguiram, uma única foto com a Tamires, com quem, por sinal, não vi as finais da NBA seguinte, outra vez com LeBron James em quadra, de novo os Spurs do outro lado, em meio a Copa do Mundo, conexões simplórias e sabe lá o que é fazer algo muito importante muito bem por dez anos seguidos, e depois ter de parar e reorganizar a rotina, fazer alongamento de manhã sem ter um ginásio babando por você de noite.

Algo me diz que isso passou pela cabeça de LeBron James à cama após enfrentar, pela última vez, este atleta mitológico chamado Kobe Bryant, um tipo absolutamente rompido com a ideia de desistência, trégua, aposentadoria. O tempo chega para todos, chegará para James, e neste momento é bem mais fácil ser um pobre mortal como eu e você. Nossos maiores dramas são do tamanho da Tamires, e está bom demais assim.

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Futebol Urgente #103

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Spa!

Fernando Toro voltou após 3 semanas sbáticas vividos em um Spa All Included na cidade de Fort Lauderdale. Lá, fez um detox, mas não perdeu a veia crítica e a visão de jogo privilegiada do jogo cada vez mais sujo dos celulares, das pessoas estúpidas, do mundo doente e do futebol definhando em praça pública.

Agora você clica abaixo e mata a saudade.

 

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Colonos em Chamas

Por Felipe el Biglia de la Gente Dominguez

Falar de Grêmio e San Lorenzo nos remete a um tempo não tão remoto. A equipe comandada por Edgardo Bauza batia o Imortal nos pênaltis, seguindo rumo ao sonhado título inédito. Cito Wander Wildner, o punk brega natural de Venancio Aires, com pompas e muita gaita gaudéria, pois foi ele quem compôs a melodia um dos cantos preferidos da Arena de Humaitá, na paródia de Bebendo Vinho, um dos clássicos de seu primeiro disco “Baladas Sangrentas”. Eis que, na semana que passou, o anjo dos dentes tortos lançou sua nova produção para o nosso deleite. “Wanclub” soma releituras de hits da carreira solo, canções históricas dos Replicantes e um par de inéditas.

Ao norte do Guaíba, o time do coração de Wander voltava a receber o Ciclón, pela terceira rodada da Libertadores. Uma Arena com espaços de sobra, era palco de um primeiro tempo equilibrado, morno e sem emoções. O Grêmio no imutável 4-2-3-1 mostrava suas ideias. Os comandados de Roger Machado atuavam com uma calma atroz, muitas vezes irritante, quase sempre ao ritmo cadenciado de Maicon, que com seus passes curtos fazia com que o tricolor ocupasse o campo rival.

O San Lorenzo tentava a sobrevida após a derrota contra a LDU e o empate em Bajo Flores frente ao Toluca. Pelo campeonato argentino, o quadro de Boedo empatou diante de Huracán e Gimnasia y Esgrima de La Plata, ocupando o terceiro posto da Zona 1 do Torneio Transición com 12 pontos em 6 rodadas – dois a menos que o líder Rosario Central. Pablo Guede tenta implementar suas ideias ortodoxas de futebol. No jogo contra o Toluca foi criticado por armar um 3-4-3 pouco usual e considerado suicida por boa parte dos hinchas azulgranas. Eis que para enfrentar o Grêmio em Porto Alegre, o ex-treinador do Palestino adotou um cauteloso 4-1-4-1, espelhando a marcação dentro de seu próprio campo. Franco Mussis, Fernando Belluschi e Néstor Ortigoza venciam seus duelos contra Douglas, Edinho e Maicon.

O Tricolor Gaúcho seguia encaixotado até que o zagueiro Fred acertou a cobrança de falta, batendo por trás da barreira e contando com a colaboração de Sebastian Torrico. Cabe lembrar, que o camisa 12 cuervo havia sido a figura do San Lorenzo no confronto de 2014, assim como no último jogo frente ao Toluca, quando evitou a derrota com intervenções cirúrgicas. O San Loré seguiu melhor na partida, apesar do revés. Ezequiel Cerutti e Sebastián Blanco davam amplitude, abertos na linha do meio para combater os ineficazes avanços de Marcelo Oliveira e Wesley. O gol de empate deu justiça ao que foi a primeira etapa. cruzamento preciso de Belluschi para o cabeceio do yorugua Martín Cauteruccio.

Grêmio 1 x 1 San Lorenzo (1 Tempo)

Roger tem boas ideias e sabe que o Grêmio poderia desenvolver um melhor futebol. Douglas, Giuliano e Luan são figuras apagadas nesses primeiros jogos da temporada. Não se pode dizer que o time sentiu a falta de Miller Bolaños, devidos aos poucos minutos do equatoriano – que atuou como falso 9 no GreNal acidentado e na goleada frente os seus conterrâneos da LDU. A única fonte inspirada no ataque era o jovem Everton, que atormentava Buffarini pelo costado esquerdo. O treinador gaúcho decidiu pelas entradas de Bobô, Fernandinho e Henrique. O canhoto Everton foi atuar na ponta direita, ao passo que Fernandinho fazia a mesma função pelo lado oposto. a ideia era contar com ponteiros de pé invertido, como faz Guardiola no Bayern de Munique com Robben e Douglas Costa. Mais do que isso, Bobô e Henrique dariam presença de área empurrando Marcos Angeleri e Matías Caruzzo para dentro da meta defendida por Torrico. Contudo, o que vimos foi o Ciclón tomar de vez as rédeas do confronto com superioridade na meiuca. Guede demorou em mover as peças. trocou um centroavante por outro com o ingresso de Mauro Matos por Cauteruccio. O veterano Leandro Romagnoli ingressou apenas aos 38 minutos do 2º Tempo no lugar do intrépido Ezequiel Cerutti.

Grêmio 1 x 1 San Lorenzo (2 Tempo)

O San Lorenzo esteve perto da vitória em escapadas de Emanuel Más e Blanco pelo lado esquerdo. Por fim, sob vaias e a frieza de sua Arena, o Grêmio consumou uma noite infeliz do futebol brasileiro. Os Gauchos de Boedo seguem vivos apesar da lanterna da chave, tentando encontrar um novo estilo de jogo e que sabe repetir a classificação agônica, tal qual 2014 frente ao Botafogo.

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Da malícia e outras bobagens

Que a Libertadores é um torneio jogado metade dentro, metade fora de campo, todos sabemos bem, e a representação alvinegra de Itaquera deveria frequentar os encontros da dita cuja com a faca nos dentes (ou no bolso) depois do inominável episódio de 2013.

Após passar mais de 45 minutos sem cometer uma falta sequer na Vila Belmiro, contra um Santos sempre dotado de jogadores lisos e habilidosos, ontem vimos a estratosférica marca de 8 amarelos para os historicamente disciplinados corintianos.

Um fato digno de revisão de nossas convicções, tão críticas aos jogos hiper faltosos do futebol nacional e elogiosa do “estilo Libertadores” de interpretar faltas e contatos. Mas talvez não. Talvez seja assim mesmo, para bom entendedor.

Posto isso, time que joga bem costuma superar tal sorte de obstáculos, se podemos dizer assim.

E o Corinthians pós-hexa, a bem da verdade, ainda não mostrou nenhum potencial de futebol verdadeiramente qualificado. Sobrevive graças à famosa eficiência da “titebilidade”, termo que expressa bem como a própria torcida reconhece a primazia do técnico e seus rigorosos métodos como grande pilar do sucesso.

Dessa forma, o primeiro tempo criou a ilusão de que o Corinthians fecharia o turno com 9 pontos e a classificação pra lá de encaminhada.

Após grande defesa de Cássio em arremate de Sergio Diaz – o melhor em campo – o alvinegro tomou conta do jogo, abriu o placar com o oportunismo de André e parecia crescentemente envolver o Ciclón del Barrio Obrero.

Giovanni Augusto e Lucca evoluíam gradativamente na partida e encontravam espaço pra ameaçar. O mesmo André ainda acertaria a trave e perderia um gol que se mostraria fatídico, no último momento do primeiro tempo.

Tudo parecia tranquilo. Mas a realidade tomaria conta do segundo tempo.

Sempre confiante no sistema, o Corinthians voltou seguindo a cartilha de se segurar no começo e especular com o resultado. Ao Cerro Porteño, cabia dar tudo pelo resultado, como manda o figurino de dono da casa, e mais uma vez a típica determinação do futebol paraguaio seria recompensada.

Logo de cara veio o empate e a casa alvinegra começava a cair, em especial após o segundo amarelo de André, que jamais seria aplicado em certas circunstâncias (talvez nem o primeiro).

A partir daí, a tal confiança em um sistema que consegue controlar todo o andamento e destino do jogo mostraria sua imperdoável ingenuidade. Talvez não seja culpa da doutrinação do gaúcho, mas apenas o fato de que o atual futebol brasileiro realmente esteja repleto de “jogadores de condomínio”, obedientes, tímidos e desprovidos da velha malícia que sempre acompanhou os grandes momentos do bolapé nesses trópicos.

Após rebote de Cássio, Guillermo Beltrán chegou pra dividida e deu um biquinho no arqueiro corintiano. Em qualquer pelada valendo 3 pontos nesta República, seria mais que óbvia uma indignação encenada pelos colegas de time sobre o avante adversário a fim de tensionar a arbitragem contra o outro lado, do momento que se está com 10 homens.

Mas, simplesmente, não houve qualquer reação. Cássio pôs a bola no chão e recomeçou o jogo.

Pra coroar a falta de tato, Rodriguinho deu um carrinho completamente fora de hora sobre um jogador que estava a quilômetros do gol, recebendo justamente o segundo amarelo e indo para o chuveiro. É certo que seu amarelo fora injusto, mas é surreal a atitude que culminou em sua expulsão e deixou o Timão com 9.

A partir daí, a condenação estava dada, os azulgranas fariam o segundo gol em boa trama concluída por Diaz e Beltrán se aproveitaria de mais uma inocência de Felipe – talvez o protótipo mais perfeito do jogador moderno descrito linhas acima. Assim como o segundo tento do Guarani no ano passado, novamente o zagueiro foi deslocado no corpo feito um juvenil e o bravo Beltrán matou o jogo.

Estragada a noite, restava afogar as mágoas com os amigos que enchiam a sala de casa, não sem antes ver o árbitro peruano marcar um patético pênalti de consolo que Giovanni Augusto poderia ter chutado na direção de Luque se tivesse o mesmo brio mostrado por Tite, ali mesmo, do banco de reservas, ao melhor estilo “me engana que eu gosto”.

Que não se entenda esse texto como uma lamúria de um resultado injusto, fabricado. O Corinthians teve a chance de matar o Cerro Porteño, que por sua vez fez um segundo tempo de time grande e amealhou méritos para justificar o resultado e a liderança do grupo. Aos corintianos, inclusive sem chuteira, fica a lição de que Libertadores não foi feita para ser ganha com bons modos e entrevistas polidas.

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Marcelo Oliveira, já

*Editado após o anúncio da demissão do técnico às 00h45 desta sexta.

Lucas acaba de mandar o último melão do jogo na trave do Nacional, e assim que o árbitro apitar vão dizer que ‘tem dia que a bola não entra’, olha lá, já disse o Robinho na saída do campo, disse o próprio Lucas também, no túnel. Dos jogadores do Palmeiras, tem de se respeitar o calor do momento pós-jogo, e se lhes faltou inteligência e capacidade para armar um ataque com mais movimentação e qualidade contra o time uruguaio que tinha um jogador a menos, não lhes falta entrega. Já sobre quem dirige o Palmeiras, não daria mais para tolerar essa espera de que a equipe se arrume por inércia. Marcelo Oliveira, nove meses e mais de 50 jogos, não montou um time. Não reagiu na adversidade. E foi demitido antes que essa perda de tempo – um turno de primeira fase de Libertadores e futebol sofrível – se tornasse irreversível, após a derrota por 2 a 1, em casa, para o rival do Uruguai, pela terceira rodada da Libertadores.

O Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil quando o grande mérito do time recém-montado foi reagir com vontade e disposição nos jogos grandes. Assim passou por Internacional, Fluminense e Santos, confrontos em que raramente conseguia enfileirar minutos de domínio técnico. Mas time grande, camisa grande e estádio cheio às vezes rende títulos como esse, um elenco de poucos jogadores acima da média, mas com todo mundo, sendo claro, na pegada.

Acontecido isso, Marcelo Oliveira, um semestre e campeão do Brasil, tinha a chance de começar o ano na Academia de Futebol. Não perdeu jogadores, e ainda se deu ao luxo de dar uma rodada pelo país e contratar mais uma dezena. E o time? Nada. Absolutamente nada. Um raro caso de treinador campeão que, num dos gigantes do futebol brasileiro, não melhora a equipe em nenhum aspecto.

Os jogadores bons, mas não craques – Lucas, Egídio, Arouca, Rafael Marques etc – têm dificuldade em manter boas atuações. Os jovens – Matheus Salles, João Pedro e, principalmente, Gabriel Jesus -, ele não fez evoluir. O tripé Fernando Prass, Victor Hugo e Dudu, via de regra, é quem consegue fazer o torcedor lembrar que se trata de uma equipe grande, com nomes de qualidade. Do técnico? Nenhuma sacada, nenhuma inversão, nenhum dedo, nenhum jogo ganho. E aí, outra façanha de Marcelo: um caso raro de equipe montada por um dos grandes do futebol brasileiro que não se fala em falta de raça, união, talento, sorte, torcida, problemas externos. Se fala em time. É puramente tático e técnico. E restou trocar o treinador já. Ou era esperar uma possível eliminação na primeira fase da Libertadores.

Também não tiro totalmente a culpa dos jogadores nessa fase passiva do escrete verde. Falta personalidade para sugerir mudanças. Falta envolvimento com o jogo para, depois de 42 passes num tempo contra o Rosário ou uma etapa final em que abriu uma fábrica de chuveiros contra o recuado Nacional, tentar algo novo, sugerir uma mudança, encontrar um respiro em meio ao caos.

https://www.youtube.com/watch?v=eXavEGH_pA4

Palmeiras 1 – 2 Nacional

O Palmeiras parecia começar a partida contra os uruguaios com mais tranquilidade e criatividade , mas quem brilhou na segunda metade do primeiro tempo foi o Nacional. Nico López, cujo toque de calcanhar beijou a trave aos 35′, aproveitou bola mal tirada pela defesa palmeirense para varrer a área do gol da Matarazzo e abrir o placar aos 37′. Três minutos depois, Leandro Barcia saiu sozinho na frente de Prass para ampliar – os palmeirenses reclamam falta em Cristaldo no início do lance, aquele puxa-puxa com o zagueiro que às vezes é, às vezes não. Fucile foi expulso pelo segundo amarelo numa falta em Gabriel Jesus, que nos acréscimos diminuiu para 2 a 1 antes do intervalo.

No segundo tempo, com um jogador a mais, o Palmeiras passou 45 minutos procurando por criatividade. Não achou em todo o bairro da Pompeia. No desespero, com Robinho de quarterback lançando bolas do círculo central e Victor Hugo de centroavante, quase sai o empate no lance final, o já citado chute de Lucas que explodiu na trave. Mais de 34 cruzamentos, cornetados inclusive pelo auxiliar Tico dos Santos, que substituiu Marcelo Oliveira, suspenso.

Fim de jogo com vitória do Nacional em São Paulo, que se segurou com muita marcação, disposição e boas doses de cera. Para encaminhar a classificação do Bolso na Libertadores da América, pela qual fará os três últimos jogos no Uruguai – recebe Palmeiras e Rosário Central, e visita o local River Plate-URU.

 

 

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Judão #19 RPG

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RPG!
Aproveitando o 2o Encontro das Mulheres RPGistas, que acontece nesse Sábado (12), em São Paulo, recebemos no Estúdio Sócrates Brasileiro uma das idealizadoras do evento, Eva Morrissey — que também traduz e revisa um monte de títulos de RPG — e o escritor, roteirista e criador de Tormenta, o grande cenário de RPG nacional, JM Trevisan, pra conversar com a gente sobre esse jogo de interpretação (que c e r t a s p e s s o a s nunca convidam os amigos pra jogar), cervejas belgas de US$ 14 em Nova York, Cloverfield e um bom tanto de música ruim. 😀
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2o Encontro das Mulheres RPGistas
Lugar de mulher é na mesa jogando RPG
Tormenta: RPG de fantasia feito no Brasil, pros Brasileiros
Vampiro: A Máscara volta das cinzas em 2016
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Thunder #93 Dom Ivo Barreto

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Conhecimento

Não é qualquer um que tem o conhecimento técnico de Dom Ivo Barreto quando o assunto é música. Produção, equipamento, preparação, instrumentos, acústica, nuances, estilos, tudo que envolve criação, montagem e execução musical, ao vivo, gravada, tocada, desperta a atenção e a caregoria de Ivo.

Neste papo com Thunderbird, muitas memórias de carreira, muitas viagens nacionais e também internacionais, Kid Vinil, Rodrix, Peter Tosh, Milton Nascimento, festivais, mudanças de rumo na profissão, os anos 70, o cansaço dos grandes eventos, os desafios das grandes casas, tudo, tudo, tudo de Dom Ivo Barreto está no podcast que você ouve aqui e agora.

 

 

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Baião De Dois #07 Mudanças

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ARENA PERNAMBUCO, COPA UNIÃO 87 E REGULAMENTO DA SÉRIE C

Gil Luiz Mendes e Maurício Targino falaram das mudanças que andam acontecendo no futebol nordestino. O programa detalhou as questões da quebra de contrato da Arena Pernambuco envolvendo o governo estadual e a Odebrecht, e a proposta da Federação Cearense de Futebol para alterar a tabela da Série C do Campeonato Brasileiro.

Houve espaço para mais uma polêmica em que Lisca “Doido”, treinador do Ceará, se envolveu e a recordação do sensacional time do Vitória, vice-campeão brasileiro em 1993, que só foi superado pelo Palmeiras e a sua parceria com a Parmalat.

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Mesa Oval #07 Lucas Abud

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Tupis 07 x 42 Pumas

Recebemos o pilar da seleção brasileira, que contou mais sobre a grande campanha dos Tupis no Campeonato das Américas. Virgílio Neto e Victor Ramalho falaram também da 11ª conquista do campeonato sul-americano pela seleção feminina, no evento-teste dos Jogos Olímpicos realizados no último final-de-semana (5 e 6 de março), em Deodoro-RJ, além de rugby sevens nacional, um pouco de história e bastante informação.

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